segunda-feira, março 31, 2008

Hoje, no "prós & contras"

"O Paulo Guinote, autor do blog sobre educação, mais lido em Portugal, vai estar hoje à noite no Prós e Contras!!! Ao mesmo tempo,no seu blog, ficamos todos a comentar. Se és Professor,ou tee interessas pela Educação no nosso país, junta-te a nós."
http://educar.wordpress.com/

Para grandes males...

Ministério da Educação recruta ninjas para substituir professores de alunos problemáticos
O país passou da apatia perante a indisciplina escolar para um autêntico estado de sítio em que nenhuma solução parece demasiado drástica. No rescaldo do incidente na Escola Carolina Michaelis, Maria de Lurdes Rodrigues ordenou a substituição dos professores de turmas consideradas problemáticas por ninjas especialmente recrutados para o efeito. “Trata-se de profissionais de competência reconhecida na área dos assassinatos, sabotagem e raptos,” explicou a ministra, acrescentando que “além disso, a perícia em artes marciais será essencial para enfrentar os problemas quotidianos na sala de aula.” Entre os responsáveis pelo clima geral de indignação, refira-se que a aluna descontrolada corre o risco de ser enviada para a prisão de Guantanamo para aprender maneiras e que o autor do polémico vídeo será ao mesmo tempo punido e condecorado no próximo 10 de Junho por ter despertado o país para uma realidade que já existia mas nunca parecera tão chocante como agora. A Inépcia tentou contactar um destes novos ninjas pedagógicos, mas, tratando-se de especialistas na milenar arte da invisibilidade, nenhum foi encontrado.
http://www.inepcia.com/

Jogo macabro



http://www.rebelion.org/

Sou um democrata, sou um cabrão.

Declaração de princípios de um intelectual espanhol

Não condeno o rei Fahad, agraciado pelo rei de Espanha, que corta cabeças, poda mãos e arranca olhos, que humilha mulheres e amordaça os opositores, que se assenhora sem jornais, sem parlamento nem partidos políticos, que viola filipinas e tortura indianos e egípcios, que gasta a terça parte do orçamento da Arábia Saudita com os 15 000 membros da sua família e financia os movimentos mais reaccionários e violentos do planeta.

Não condeno o general Dustum, aliado dos EUA no Afeganistão, que afogou num contentor mil prisioneiros talibãs aos quais tinha prometido a liberdade e que morreram chupando as paredes de ferro da sua prisão.
Não condeno a Turquia, membro da NATO e candidato à UE, que na década de noventa varreu da face da terra 3 200 aldeias curdas, deixou morrer à fome 87 presos políticos e aprisiona quem se atrever a transcrever para curdo o nome das suas cidades.
Não condeno o sinistro Kissinger, o mais ambicioso assassino depois de Hitler, responsável por milhões de mortes na Indochina, em Timor, no Chile e em todos aqueles países cujo nome saiu alguma vez dos seus lábios.
Não condeno Sharon, homem de paz, que dinamita casas, deporta civis, arranca oliveiras, rouba água, dá tiros a crianças, pulveriza mulheres, tortura reféns, queima arquivos, faz voar ambulâncias, arrasa campos de refugiados e que galanteia com a ideia de “amputar o cancro” de três milhões de palestinianos para reforçar a pureza do seu estado “judeu”.
Não condeno o rei Gienendra do Nepal, formado nos EUA, que desde o passado mês de Janeiro executou sem julgamento, 1 500 comunistas.
Não condeno a Jordânia nem o Egipto, que espancam e prendem os que se manifestam contra a ocupação israelita da Palestina.
Não condeno o Patriot Act, nem o programa TIPS, nem o “desaparecimento” de detidos à guarda do FBI, nem a violação da Convenção de Genebra em Guantánamo, nem os tribunais militares nem a “licença para matar” outorgada à CIA, nem o registo policial de todos os turistas que entram nos EUA procedentes de países muçulmanos.
Não condeno o golpe de Estado na Venezuela nem o governo espanhol que o apoiou, nem os jornais que, aqui e ali, financiaram, legitimaram e aplaudiram a dissolução de todas as instituições e a perseguição armada dos partidários da Constituição.
Não condeno a empresa norte-americana Union Carbide, que a 2 de Dezembro de 1984 assassinou trinta mil pessoas na cidade indiana de Bophal.
Não condeno a empresa petrolífera norte-americana Exxon-Mobil, acusada de sequestrar, violar, torturar e assassinar dezenas de pessoas que viviam num edifício propriedade da empresa, na província de Aceh (Indonésia).
Não condeno a empresa Vivendi, que deixou sem água todos os bairros pobres de La Paz, nem a Monsanto, que deixa sem sementes os camponeses da Índia e do Canadá, nem a Enron, que depois de deixar sem luz meia dezena de países, deixou também 20 000 pessoas sem poupanças.
Não condeno as empresas espanholas (BBV, BSCH, Endesa, Telefónica, Repsol) que esvaziaram os cofres da Argentina, obrigando assim os argentinos a vender o seu cabelo a fabricantes de perucas e a disputarem uma vaca morta para poderem comer.
Não condeno a Coca-Cola, que penetrou na Europa à sombra dos tanques nazis e que despede, ameaça e assassina, hoje, sindicalistas na Guatemala e Colômbia.
Não condeno as grandes corporações farmacêuticas, que acordaram matar vinte milhões de africanos doentes com sida.

Não condeno a ALCA, que viola e despedaça as trabalhadoras das fábricas de Ciudad de Juárez e que faz nascer crianças sem cérebro na fronteira do México com os EUA.
Não condeno o FMI nem a OMC, que fomentam a fome, a peste, a guerra, a corrupção e toda a cavalaria do Apocalipse.
Não condeno a UE nem o governo dos EUA, que colocam os acordos comerciais acima das medidas para a protecção do meio ambiente e que decidiram, sem plebiscito nem eleições, a extinção de uma quarta parte dos mamíferos da Terra.
Não condeno as torturas sofridas por Unai Romano, jovem basco que, faz agora um ano, foi convertido num globo tumefacto numa esquadra espanhola, ficando a tal ponto desfigurado que os seus pais só o reconheceram porque na cara ainda tinha o mesmo sinal.
Não condeno o governo espanhol, que no passado mês de Abril estabeleceu o estado de excepção sem consultar o parlamento e suspendeu durante três dias os direitos básicos reconhecidos pela nossa Constituição (a liberdade de movimentos e de expressão), com a agravante da segregação racista, ao impedir que bascos viajassem a Barcelona, por ocasião da última cimeira da UE.
Não condeno a Lei de Estrangeiros, que expulsa a homens doentes e esfomeados, os encerra em campos de detenção ou os priva do direito universal de assistência sanitária e educação.
Não condeno o “decretaço” que precariza ainda mais o emprego, elimina os subsídios e deixa os trabalhadores à mercê da carda dos empresários.
Não condeno Deus, naturalmente, quando chove, relampeja ou toa, nem quando a terra treme, nem quando o vulcão vomita o seu fogo sobre os homens.
Sou um democrata: não me importa um caralho a morte de crianças que não são espanholas; não me importa um caralho a perseguição, silenciamento e assassinato de jornalistas e advogados que não pensam como eu; não me importa um caralho a escravidão de dois mil milhões de pessoas que nunca poderão comprar os meus livros; não me importa um caralho o corte de liberdade enquanto segure eu livremente as tesouras; não me importa um caralho até o desaparecimento de um planeta no qual já me diverti bastante. Sou um democrata: condeno a ETA, os que a apoiam e os que estão em silêncio, mesmo que sejam mudos de nascença; e exijo, portanto, que se privem dos seus direitos de cidadania, 150 000 bascos, que sejam impedidos de votar, de se manifestarem, de reunirem, que se fechem as suas tabernas, as suas editoras, os seus jornais, inclusive as suas creches; que sejam logo metidos na prisão, eles e todos os seus compinchas (desde o jovem militante anti-globalização até ao escritor ressentido) e, se tudo isto não for suficiente para proteger a democracia, que se peça a intervenção humanitária das nossas gloriosas Forças Armadas, já experimentadas na heróica reconquista da ilha Perejil. Sou um democrata: condenei a ETA. Sou um democrata: só condenei a ETA e formo parte, portanto, de todos os outros grupos armados, das mais sangrentas, das mais cruéis, das mais destrutivas organizações terroristas do planeta.
Sou um democrata. Sou um cabrão.

Texto de Santiago Alba Rico, escritor e filósofo espanhol.
http://investigandoonovoimperialismo.blogs.sapo.pt/32912.html

Avaliação dos alunos - avaliação moderna



http://youtube.com/profsemluta

ILITERACIA MATEMÁTICA

O ministro das Finanças declarou, muito irritado, invectivando quem não louvou o recente anúncio de descida da taxa máxima do IVA de 21% para 20% (com efeitos a partir de 1 de Julho): "Quando o IVA foi aumentado foi então dito que isso teria grandes efeitos na economia. Agora que se reduz, porque é que não vai haver grandes efeitos na economia? Não há coerência nem honestidade nessas afirmações".

Parece que há lógica neste argumento. Mas não há. É que o IVA foi aumentado de 19% para 21%, de dois pontos percentuais, e agora será reduzido de um só ponto. É uma verdade matemática que 2% é o dobro de 1%! Além disso, todos os preços dos produtos implicados aumentaram de 2% e agora não é líquido que esses preços desçam de 1%. Muitos exemplos mostram que, em casos como este, os preços se mantêm. Será fácil verificar se esta verdade económica se aplicará mais uma vez...

Por último: porque é que alguns dos nossos governantes falam tão zangados?
http://dererummundi.blogspot.com/

P.S. Porque são autoritários e são autoritários porque são governantes…

O empregado do mês

O empregado do mês


Vitalino Canas, porta-voz nacional do PS, foi “o empregado do mês” deste Março em que se assinalam 3 anos de governo PS. É ele o autor da frase que marcou a data: «quando se fazem balanços é para realçar aquilo que se fez bem. E foram tantas as coisas que fizemos bem, que não temos de perder tempo com o que fizermos mal». A doutrina – não perder tempo com o que se faz mal – percebe-se melhor quando é remunerada. Precisamente, Vitalino Canas é um assalariado da associação das Empresas de Trabalho Temporário, que o nomearam “provedor do trabalho temporário”. O objectivo, como diz, é “melhorar a imagem do sector” e, claro, receber queixas de trabalhadores temporários. Este mês, o provedor Vitalino foi estrela de relações públicas num evento da associação patronal...

De facto, Vitalino é um encartado representante deste lobby. Há um ano, na votação parlamentar da lei do trabalho temporário, apresentou uma indignada declaração de voto contra a falta de liberalismo do diploma: «é com inquietação que constato que, em aparente contraciclo, o novo regime de trabalho temporário é mais restritivo do que aquele que o PS apresentou inicialmente. (...) É o caso da responsabilidade do utilizador por dinheiros devidos ao trabalhador quando a ETT não lhe paga. Que utilizador quer correr esse risco?». Vitalino denunciava também a limitação dos contratos de trabalho temporário a um máximo de dois anos (e de um ano se a justificação do contrato for acréscimo excepcional da actividade), quando no projecto inicial do PS o prazo era de três anos. E concluía: «Não é de esperar que, perante estes obstáculos, as empresas optem por soluções “habilidosas”, menos transparentes, de trabalho ilegal sem grandes hipóteses de fiscalização?» O porta voz nacional do PS conhece de perto a delinquência patronal...

No Diário Económico [1], o jornalista João Paulo Guerra foi certeiro na análise: «o rótulo “socialista” em Portugal engloba as concepções de vida e de sociedade mais distantes dos ideais de solidariedade que inspiraram as doutrinas sociais. Um socialista português de hoje pode achar curto em matéria de despedimentos o pacote laboral de Bagão Félix. Como pode não ver qualquer conflito de interesses entre representar o povo e trabalhar para o patronato do trabalho temporário»...

[1] João Paulo Guerra , Temporários, 18/03/2008.

Jorge Costa
Esquerda
http://www.infoalternativa.org/portugal/port190.htm

O custo diário da Guerra do Iraque e os serviços que poderiam ser prestados com as despesas da guerra de um só dia!!!

Quando se cumprem agora cinco anos desde que os Estados Unidos decidiram invadir e ocupar militarmente o Iraque, em conjunto com os governos seus apaniguados, e depois de todos saberem que os motivos invocados não passavam de mentiras e de uma monstruosa manipualção para induzir os cidadãos e os governos dos outros países a apoiarem a miserável guerra empreendida pelo presidente Bush, deixamos aqui abaixo os aterradores números do custo diário da Guerra do Iraque e os serviços que poderiam ser prestados com a mesma quantia gasta diariamente na Guerra.


Os cálculos e as imagens e todo este trabalho meritório foi feito pela Americain Friends Service Comittee ( a pensar obviamente nos preços praticados na economia e na sociedade dos Estados Unidos da América) como forma de demonstrar a insanidade política, financeira e mental da Guerra do Iraque.




Cada dia são gastos 720 milhoes de dólares na Guerra do Iraque.

Em que é que se poderia gastar com essa quantia diária?
As despesas diárias com a Guerra do Iraque permitiriam cobrir as despesas de 84 escolas básicas

O custo diário da Guerra do Iraque permitiria pagar a 12.470 professores das escolas básicas norte-americanas!

O custo diário da guerra do Iraque permitiria pagar as refeições escolares a 1.153.846 crianças.

O custo diário da Guerra do Iraque poderia pagar as propinas a 34.904 estudantes universitários

O custo diário d Guerra do Iraque permitiria pagar os cuidados de saúde a163.525 pessoas

O custo diário da Guerra do Iraque permitiria pagar os cuidados de saúde a 423.529 crianças

O custo diário com a Guerra do Iraque permitiria construir 6.482 casas familiares

O custo diário da Guerra do Iraque permitira pagar as despesas de electricidade em 1.274.336 habitações



Mais informação em inglês:

Health Insurance for an adult costs $4,403 per year. $720 Million could cover 163,525 people.

The average cost of a new elementary school is $8,497,627. $720 Million could pay for 84 brand new schools.

It costs $624 to give a child free school lunches for a year. $720 Million could buy lunch for 1,153,846 kids.

An affordable housing unit costs around $111,061. $720 Million could buy 6,482 homes.

A year of Head Start costs $7550. $720 Million could open 95,364 new slots.

The average cost of renewable electricity for a home is $565/year. $720 Million could pay for 1,274,336 homes to have it.

An average school teacher’s salary is $57,000. $720 Million could put 12, 478 new teachers in the classroom.

The average cost of a four-year state university is $20,628. $720 Million could put 34,904 students through college.

Health insurance for a child costs $1,700 per year. $720 Million could cover 423,529 kids.

Based upon the work of Nobel Prize winning economist Joseph Stiglitz and his colleague Linda Bilmes, the per day cost of the Iraq War for the first 4 years has been $720 million.

Per unit costs are based upon research done by the National Priorities Project.

Fonte e para mais informações:
http://www.afsc.org/iraq/default.htm

retirado de: http://pimentanegra.blogspot.com/

2008: a morte da globalização neoliberal

A ideologia da globalização neoliberal tem feito uma trajectória triunfante desde o início dos anos 80. Não foi de facto uma ideia nova na história do moderno sistema-mundo, apesar de ter sido anunciada como tal. Era na verdade a velha ideia de que os governos do mundo deviam sair do caminho das grandes e eficientes empresas, nos seus esforços para dominar o mercado mundial. A primeira implicação política era que os governos, todos os governos, deviam permitir que essas corporações atravessassem livremente cada fronteira com os seus bens e o seu capital. A segunda implicação política era que os governos, todos os governos, deviam renunciar a qualquer papel como proprietários destas empresas produtivas, privatizando qualquer uma que fosse de sua propriedade. E a terceira implicação política era a de que os governos, todos os governos, deveriam minimizar, se não eliminar, todo e qualquer tipo de transferências de bem-estar social para as suas populações. Esta velha ideia sempre esteve ciclicamente na moda.

Nos anos 80, estas ideias foram propostas como uma visão oposta às igualmente velhas visões socialista e/ou keynesiana que tinham prevalecido na maioria dos países à volta do mundo: de que as economias deviam ser mistas (estado mais empresas privadas); de que os governos deviam proteger os seus cidadãos das depredações das corporações estrangeiras quase monopolistas; e de que os governos deviam tentar igualar as oportunidades de vida, transferindo benefícios para os seus residentes menos abastados (especialmente nas áreas da educação, da saúde e das garantias de rendimentos por toda a vida), o que exigia evidentemente a colecta de impostos dos residentes mais ricos e das empresas.

O programa da globalização neoliberal tirou vantagem da estagnação mundial que começou depois de um longo período de expansão global sem precedentes, desde o pós-1945 até ao início dos anos 70, que encorajara o domínio político das visões socialistas e/ou keynesianas. A estagnação dos lucros criou problemas de balança de pagamentos a um grande número de governos do mundo, especialmente no Sul global e no chamado bloco socialista de nações. A contra-ofensiva neoliberal foi liderada pelos governos de direita dos Estados Unidos e da Grã Bretanha (Reagan e Thatcher) mais as duas principais agências financeiras intergovernamentais – o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial –, e estes em conjunto criaram e impuseram o que veio a ser chamado de Consenso de Washington. O slogan desta política conjunta global foi cunhado por Mrs. Thatcher: TINA, sigla em inglês de Não Há Alternativa. O slogan tinha a intenção de transmitir a todos os governos a mensagem de que tinham de entrar em linha com as recomendações políticas, ou seriam punidos pelo crescimento lento e pela recusa de assistência internacional no caso de virem a enfrentar dificuldades.

O Consenso de Washington prometeu um renovado crescimento económico para todos e uma saída para a estagnação global. Politicamente, os proponentes da globalização neoliberal tiveram grande sucesso. Governo após governo – no Sul global, no bloco socialista e nos fortes países ocidentais – privatizaram indústrias, abriram as fronteiras ao comércio e às transacções financeiras, e fizeram cortes no estado de bem estar social. As ideias socialistas, mesmo as ideias keynesianas, foram amplamente desacreditadas na opinião pública, e as elites políticas renunciaram a elas. A consequência visível mais dramática foi a queda dos regimes comunistas na Europa central e do Leste e na ex-União Soviética, mais a adopção de uma política amigável ao mercado pela ainda nominalmente socialista China.

O único problema com este grande sucesso político foi não ter sido acompanhado pelo sucesso económico. A estagnação dos lucros das empresas industriais continuou em todo o mundo. A subida do mercado bolsista por todo o mundo baseou-se não em ganhos produtivos mas sim em manipulações financeiras especulativas. A distribuição dos rendimentos em todo o mundo e dentro dos países tornou-se muito distorcida – um grande aumento no rendimento dos 10% mais ricos e especialmente do 1% mais rico das populações mundiais, mas um declínio no rendimento real do resto das populações mundiais.

As desilusões com as glórias de um “mercado” irrestrito começaram a aparecer em meados dos anos 90. Pudemos observar este fenómeno em muitos eventos: o regresso ao poder de governos mais orientados para o bem estar social em muitos países; o regresso dos apelos a políticas governamentais proteccionistas, especialmente por parte de movimentos sindicais e organizações de trabalhadores rurais; o crescimento mundial de um movimento de alterglobalização cujo lema era «um outro mundo é possível».

Esta reacção política cresceu lenta mas firmemente. Entretanto, os promotores da globalização neoliberal não só insistiram como aumentaram a sua pressão com o regime de George W. Bush. O governo de Bush forçou simultaneamente a distribuição distorcida dos rendimentos (via grandes cortes de impostos aos muito ricos) e uma política externa de militarismo unilateral (a invasão do Iraque). Financiou estas políticas por uma fantástica expansão do endividamento através da venda de títulos do Tesouro dos EUA aos controladores das reservas mundiais de energia e das instituições de produção a baixo custo.

Parecia bom no papel, se tudo o que se lesse fossem os números das Bolsas de Valores. Mas era uma bolha de super crédito que estava fadada a estourar, e está agora a estourar. A invasão do Iraque (mais do Afeganistão mais o Paquistão) está a mostrar-se um grande fiasco político e militar. A solidez da economia dos Estados Unidos foi desacreditada, provocando uma queda radical do dólar. E as Bolsas do mundo estão a tremer à medida que enfrentam o furo da bolha.

Que conclusões políticas estão a tirar governos e populações? Parece haver, de imediato, quatro. A primeira é o fim do papel do dólar americano como moeda de reserva do mundo, que torna impossível a continuidade da política de super-endividamento tanto do governo dos Estados Unidos quanto dos seus consumidores. A segunda é o regresso a um alto grau de proteccionismo, tanto no Norte global quanto no Sul global. A terceira é o regresso da aquisição por parte do Estado das empresas falidas e da implementação de medidas keynesianas. A última é o regresso das políticas sociais redistributivas.

A balança política está a oscilar de novo. A globalização neoliberal será descrita daqui a dez anos como uma oscilação cíclica na história da economia-mundo capitalista. A verdadeira questão não é se esta fase está encerrada, mas se a oscilação para trás será capaz, como no passado, de restaurar um estado de relativo equilíbrio no sistema-mundo. Ou os estragos foram demasiados? E estaremos agora a viver um caos mais violento na economia-mundo, e portanto no sistema-mundo no seu conjunto?
Immanuel Wallerstein
Fernand Braudel Center
http://www.infoalternativa.org/mundo/mundo273.htm

domingo, março 30, 2008

Dengue não quer vir para Portugal

Autoridades portuguesas estão preocupadas com a chegada do Dengue, mas o Dengue já disse que “para Portugal, nem pintado de amarelo…”

As autoridades portuguesas acompanham a evolução do Dengue no Brasil e até tomaram algumas medidas de prevenção. No entanto, o vírus Dengue já afirmou que “para Portugal, nem pintado de amarelo…”.
“Para Portugal? De jeito nenhum. Cara, você acha que eu quero ir para Portugal? Você não me está confundindo com um jogador de futebol?” – comentava Dengue à saída de uma conferência sobre pandemias, onde participou a convite de Ébola, que preside este ano à União das Febres.
http://lobi.blogs.sapo.pt/

Para uma vida não fascista

"Livrem-se das velhas categorias do Negativo (a lei, o limite, as castrações, a falta, a lacuna) que por tanto tempo o pensamento ocidental considerou sagradas, enquanto forma de poder e modo de acesso à realidade.
Prefiram o que é positivo e múltiplo, a diferença à uniformidade, os fluxos às unidades, os agenciamentos móveis aos sistemas. Considerem que o que é produtivo não é sedentário, mas nómada."

(Foucault, Uma introdução à vida não fascista, pref. à ed. norte-americana de O Anti-Édipo.)

O Psiquiatra Marciano

Daniel Sampaio, o psiquiatra e irmão do ex-herói estudantil dos idos de sessenta, esteve com Mário Crespo. Apanhei-o a dizer que a troca de "sms" entre alunos, numa aula, equivale à "troca de papelinhos" no tempo dele. Isto apesar de ter afirmado que os telemóveis devem estar desligados, algo que, na sua opinião, ficaria claro logo no início do ano lectivo através de uma espécie de "contrato" (sic) a estabelecer entre alunos e professores. Sampaio é um caso crónico de crença na beatitude adolescente. Sonha com escolas e casas repletas de famílias Von Trapp. Democratizadas, naturalmente. Diluídas em boa pedagogia e em bons sentimentos. Auto-disciplinadas. Em suma, de Marte.

http://portugaldospequeninos.blogspot.com/2008/03/o-psiquiatra-marciano.html

Woody Allen - Annie Hall - O início

O tempo docente e o sucesso escolar

O tempo docente e o sucesso escolar: para quem julga que 22 horas lectivas, mais reuniões, mais avaliações, mas preparação de aulas, aquele(s) 1 minuto e 49 segundos mostraram como se mede o tempo de um professor: a quantas horas de tempo medido num relógio equivalem 1.49 de tensão psicológica máxima?

Miguel Fonseca
http://educar.wordpress.com/

O SUCESSO ESCOLAR

O SUCESSO ESCOLAR: conseguida a escolarização, falta o sucesso escolar: mas alguém espera a excelência quando uma boa parte do tempo lectivo é despendido numa aula em questões básicas de educação mínima, de convivência, de civismo? Quanto tempo se gastará numa aula? 5, 10, 20, 30% apenas com 1/2/3 alunos que impedem o direito ao ensino dos outros colegas? Seria importante um estudo quanto a isso. Devolvam-nos a autoridade e devolveremos Excelência no Ensino ao País
Miguel Fonseca
http://educar.wordpress.com/

A indisciplina e o sucesso escolar

A indisciplina e o sucesso escolar: parece que ninguém quer ver: em 30 anos, Portugal passou de um país de analfabetos para um país de total escolarização, e isso ninguém se lembra de creditar aos professores, num país em que uma revolução bem-vinda, teve o efeito colateral, não por culpa própria, de esbater a diferença entre liberdade e indisciplina (ainda as consequência nefastas de uma ditadura, onde se confundia disciplina com repressão). Aliás, em Portugal, o grande problema das escolas não é a violência física mas a indisciplina exercida nas fronteiras da violência verbal e psicológica de alunos indisciplinados, poucos, sobre a maioria dos colegas.
Miguel Fonseca
http://educar.wordpress.com/

5º aniversário



http://www.rebelion.org/

7 Mitos sobre o ensino e os professores

Por estes dias, o discurso a respeito do ensino e dos professores que predomina entre os fabricantes de opinião com conta aberta nos jornais tem premido uma série de teclas, delas extraindo um som invariavelmente monocórdico. É um discurso pobre, todo assente em preconceitos e lugares-comuns que, à força de circularem com a regularidade das marés, acabam por cristalizar em mitos. Talvez a designação mitológica seja excessiva para matéria tão escassa. Mas, na verdade, estas trivialidades acabam por adquirir uma espécie de vida própria, aspirando a influenciar a visão do grande público com a arrogância daquelas “evidências” que se furtam permanentemente ao exame crítico. É por isso que importa sujeitá-las a um esforço de desmontagem, embora sabendo que, qual escalracho irritante, elas acabarão sempre por reaparecer. A estupidez do preconceito, sabemo-lo, é uma hidra teimosa, dotada daquela “firmeza de propósitos” que os fiéis da ministra tanto lhe elogiam. Entreguemo-nos, pois, à tarefa crítica, com o cepticismo de sabermos que, desgraçadamente, o bom senso não é a coisa mais bem distribuída do mundo.

1.º mito: Até há pouco tempo, os sindicatos de professores controlavam o Ministério da Educação.
De acordo com este mito, os sindicatos de professores há muito que vêm dominando o Ministério da Educação, impondo às políticas educativas uma agenda toda direccionada para a férrea protecção das “regalias corporativas” de uma classe profissional basicamente composta por preguiçosos e absentistas. Independentemente de esta acusação ser ofensiva para a grande maioria dos profissionais dedicados e competentes que trabalham no ensino e de a mesma se inscrever nas trivialidades anti-sindicais, tão ao gosto da conversa neoconservadora dos nossos dias, está por demonstrar o seu fundamento. Se os sindicatos de professores detiveram semelhante influência sobre o Ministério, eu e tantos outros docentes gostaríamos de ter visto isso traduzido na melhoria da nossa condição salarial – que não é propriamente elevada –, na melhoria das nossas condições de trabalho em escolas mal equipada, com turmas e espaços sobrelotados, e, já agora, no reconhecimento pela tutela da relevância social dos professores dos ensinos básico e secundário. Um reconhecimento não apenas retórico mas efectivo, apostado em dotar os professores dos meios de autoridade pedagógica. Em mais de vinte anos de actividade lectiva, nunca senti, da parte dos sucessivos responsáveis pela pasta da Educação, qualquer sinal nesse sentido. Gostaria, pois, que me mostrassem em que consistiu esse enorme poder dos sindicatos no sector do ensino.

2.º mito: As manifestações contra o Ministério são uma conspiração dos sindicatos.
Um mito resultante de miopia analítica ou de uma percepção muito selectiva. Acontece que os protestos das últimas semanas não partiram de estruturas organizativas formais. Eles têm sido uma expressão espontânea do descontentamento generalizado dos professores, do seu cansaço em relação a uma equipa ministerial que os desautorizou, menosprezou e culpabilizou sistematicamente na praça pública, apontando-os como bodes expiatórios de tudo o que está errado no sistema educativo. Se há algo de relevante nessas manifestações e na emergência de novos movimentos de professores é justamente o facto de não participarem dos quadros institucionais já conhecidos e de escaparem, por isso, às categorias com que políticos, opinadores e jornalistas costumam analisar as iniciativas da sociedade civil. É também por isso que tais movimentos são tão perturbadores para os poderes estabelecidos.

3.º mito: Os professores têm andado em roda livre, sem prestar contas a ninguém, e é agora esta ministra que os vai pôr na ordem.
Os comentadores que difundem este mito não têm, obviamente, a mais pequena ideia do que se passa nas escolas. Se existe profissão sujeita ao escrutínio público, essa é a da docência. Desde logo porque os professores estão expostos ao olhar e ao juízo crítico dos alunos, que são muitas vezes uma plateia pouco caridosa. Por via dos alunos, os professores são igualmente escrutinados pelas famílias. A mera possibilidade de se apresentar recurso de uma classificação atribuída e a obrigação de os professores justificarem fundadamente a sua avaliação deveriam sugerir que esta profissão está muito longe de ser a “alegre balda” pintada pela ignorância de muitos opinadores. Acresce a isto que as escolas desenvolveram mecanismos de planificação das actividades lectivas e instrumentos de registo – toda uma panóplia de papelada burocratizada – que servem para enquadrar apertadamente aquilo que os professores andam a fazer nas aulas. Mais uma vez, os opinadores e os jornalistas que alimentam este mito deveriam fazer um estágio prolongado nas escolas.

4.º mito: Os professores são os principais culpados dos maus resultados escolares dos alunos.
Para os resultados escolares dos alunos contribuem diversos factores que se articulam entre si numa geometria complexa: a qualidade do ensino ministrado pelo professor, claro está, mas também o empenhamento dos alunos, a sua preparação anterior, o acompanhamento levado a cabo pelas famílias, a irrisão descontraída e distraída enquanto padrão dominante de uma cultura “juvenil”, e, acima de tudo, as políticas educativas do Ministério. Este quarto mito contempla apenas a primeira variável como se dela dependesse exclusivamente o resultado atingido pelos alunos. Tal concepção surge, de resto, em perfeita sintonia com a forma como os responsáveis do Ministério da Educação se desresponsabilizam sistematicamente pela situação do ensino em Portugal, centrando toda a responsabilidade nos docentes ao mesmo tempo que eliminam demagogicamente as famílias e os próprios alunos do cenário que explica as taxas de abandono e os fracos resultados escolares, estes últimos mais notórios no secundário. Será preciso repetir, pela enésima vez, que tais resultados derivam, acima de tudo, das várias “reformas” dos programas e das estruturas curriculares, bem como da pressão que o Ministério foi fazendo sobre os professores, especialmente nos ciclos da escolaridade obrigatória, para que os alunos tivessem uma progressão praticamente assegurada, sem esforço e sem a consolidação de aprendizagens básicas? E será preciso insistir, de novo, que apesar disso muitos professores têm procurado resistir a esse abastardamento do nível de exigência?

5.º mito: Os professores nunca foram avaliados.
Uma das mistificações que a tríade ministerial tratou de pôr no ar, e que uma comunicação social desinformada reproduziu, foi que os professores sempre tiveram uma progressão automática na carreira, sem serem, por conseguinte, submetidos à avaliação do seu desempenho. É espantoso que, depois de tantos docentes e responsáveis sindicais terem desmontado esta falsidade, ainda haja quem continue a repeti-la. Para memória futura, fica aqui então registado, uma vez mais, que o antigo Estatuto da Carreira Docente condicionava a progressão na carreira à apresentação de um relatório em que o professor analisava o seu desempenho no período sujeito a avaliação. Para além disso, estavam os professores obrigados à frequência de acções de formação para a obtenção de créditos em número proporcional aos anos de permanência no escalão da carreira. Todos os que se recusaram a frequentar tais acções ficaram, pura e simplesmente, estacionados no escalão em que se encontravam. Finalmente, também é falso que este modelo de avaliação não distinguisse o mérito: as classificações de Bom e de Muito Bom estavam previstas no anterior Estatuto para quem as solicitasse, embora, na verdade, nunca fosse regulamentado o efeito que a última dessas classificações poderia ter para a progressão da carreira. Era este sistema de avaliação insuficiente ou mau? Poderia ser melhorado? A minha resposta a estas perguntas é afirmativa em ambos os casos. Sublinhe-se, porém, que não foram os professores a escolher semelhante sistema.

6.º mito: As “reformas” agora impostas pelo Ministério vão corrigir os males do sistema educativo, nomeadamente o peso do “eduquês”. Este é o mito mais falacioso, mas nem por isso menos propagado. Para o refutar, basta pegarmos no modelo de avaliação dos professores, esse que agora está no centro da contestação. Nada nele rompe com o tal “eduquês” predominante no Ministério da Educação. E dificilmente poderia fazê-lo, porque Valter Lemos, um dos agentes principais da actual equipa ministerial, é um produto directo dessa ideologia educativa importada de Boston. As grelhas de avaliação que o Ministério elaborou dizem tudo (e deveriam ser de leitura obrigatória para os opinadores mais fanáticos na devoção que dedicam à actual ministra). Para além de forçarem os avaliadores a correr permanentemente atrás dos colegas e a controlar os seus mais ínfimos gestos de forma a preencherem os cerca de vinte itens de avaliação, essas grelhas contêm critérios que, longe de serem pacíficos, pretendem na verdade impor um único formato de docência. Um desses itens, a “correcção científico-pedagógica”, dificilmente terá em conta a pluralidade das práticas pedagógicas e a própria existência de uma disputa, provavelmente insanável, em torno dos modelos de pedagogia, uma disputa que deveria levar a reconhecer serem estes apenas ideologias do ensino, problematizáveis e discutíveis enquanto tal. É de recear que, pelo contrário, se procure ditar um único modelo pedagógico e, consequentemente, se vise punir os professores que se desviem do mesmo, isto é, que façam prova de ser “pedagogicamente incorrectos”. Este modelo de avaliação pode vir a revelar-se um poderoso instrumento de pressão para que docentes mais inconformistas se deixem formatar pelo canto de sereias das “novas pedagogias”. Deste modo, e porque haverá infelizmente avaliadores que se prestarão a esse serviço, o “eduquês” triunfará em toda a linha, esmagando aqueles que no interior do sistema educativo têm conseguido opor-lhe alguma resistência. Um resultado diametralmente contrário àquilo que Madrinhas, Monteiros e Tavares julgam descortinar nestas “reformas” ministeriais.

7.º mito: A defesa da escola pública obriga a reconhecer que ela já é o melhor dos mundos possíveis.
Até aqui, comentei mitos sobretudo sustentados por comentadores de direita, mais ou menos convertidos a um ideário neoliberal ou neoconservador. Mas o actual combate dos professores também tem sido vítima de equívocos à esquerda. O mais pernicioso de todos é a ideia de que defender a escola pública equivale a admitir que os seus trinta anos de existência democrática são uma história repleta de sucessos, que não nos devemos envergonhar de tudo o que foi alcançado, que os alunos saem hoje da escola com muito mais conhecimentos e que afirmar o contrário é fazer profissão de fé reaccionária. As ilusões piedosas da esquerda relativamente à catástrofe do ensino em Portugal são uma das variantes daquela atitude que consiste em enterrar profundamente a cabeça na areia. E em não assumir que a gritante impreparação da esmagadora maioria dos jovens à saída do secundário se deve, em grande parte, ao inferno resultante das melhores intenções igualitaristas e inclusivas que uma certa esquerda procurou introduzir, da pior maneira, no sistema educativo. Só quem não trabalha no ensino se permite ignorar o facto de hoje a média dos adolescentes manifestar uma ignorância descontraída em relação à história remota ou recente do seu país e do restante mundo, ser incapaz de elementares operações de cálculo aritmético sem o auxílio de um qualquer substituto mecânico do cérebro, não conseguir escrever duas frases com um mínimo de inteligibilidade e de erros ortográficos, sofrer agonias para interpretar um texto com alguma densidade teórica e argumentativa.É preciso explicar a uma certa esquerda que a exigência e o rigor no processo de ensino e de aprendizagem não são reaccionários, que reaccionário é fazer acreditar aos grupos sociais desfavorecidos que terão tanto sucesso escolar como os outros se forem avaliados com base em padrões de qualidade muito menos exigentes e desafiantes, que reaccionário é alimentar a ilusão de uma escola falsamente emancipadora ao permitir que crianças e jovens daqueles grupos nela ingressem sem, ao mesmo tempo, lhes serem facultados os instrumentos cognitivos indispensáveis a uma efectiva emancipação, com isso contribuindo para perpetuar as assimetrias onde se forjam as condições de uma subalternidade opressiva. É preciso explicar a uma certa esquerda que uma escola pública genuinamente inclusiva não abdica da sua exigência, sabendo que só esta pode dotar os jovens dos meios intelectuais de emancipação social. E é preciso explicar-lhe que não compete à escola a correcção de assimetrias sociais cujas raízes ultrapassam em muito o sistema educativo e que têm de ser combatidas dentro da escola, sim, mas sobretudo fora dela. É preciso explicar, enfim, que a escola não é a grande panaceia, nem o supremo instrumento de um qualquer megaprocesso de engenharia social. Exigir à escola o que ela não pode nem deve dar é contribuir para acrescentar mais frustração ao desencanto que nela se acumula em proporções crescentes.
Mário Machaqueiro
http://apede.pt/joomlasite/index.php?option=com_content&task=view&id=14&Itemid=9

Crédito euribor

Este é um ciclo de progresso da barbárie e da naturalização da violência com a permissão da nossa indiferença

Em nome da eficiência, da competitividade, da produção de bens mais acessíveis e baratos, do sagrado equilíbrio orçamental, da concorrência, do crescimento económico, da produtividade e da outra verborreia que todos conhecem, continua a ser destruído, de forma cada vez mais acelerada, o modelo social europeu. Em vez da civilização substituir gradualmente a barbárie em todo o mundo é esta que retoma o lugar daquela.

A direita sempre assumiu a desigualdade como forma de motivar o crescimento económico. Sempre acreditou que o que faz mover o ser humano é o egoísmo e não a auto-estima e o prazer. Sempre prometeu para o futuro as delícias do paraíso, em troca das penas do inferno no presente. Para suavizar a exploração dos pobres invocou sempre o nome de Deus e a miséria da condição humana. Não estranho que numa conjuntura que lhe é socialmente favorável tenham levado a violência e a exploração do capital aos escandalosos extremos do neoliberalismo. Como é regra da História, chegará o momento em que o lacrau sentirá que levou longe de mais as suas contradições e morder-se-á a si mesmo.

Os socialistas e afins são por todo o lado um caso que dá nas vistas. Seduzidos pela partilha do poder e sem qualquer ideia de melhoria da condição humana, aninharam-se no regaço das políticas mais reaccionárias da conjuntura. E, sabe-se, não há maior entusiasmo e fervor do que aquele que resulta das deserções e das paixões tardias. Mesmo o que restava duma espécie de esquerda socialista deixou de ser socialista quando foi chamada a partilhar a contagem dos dinheiros do Estado com a sua mãozinha esquerda.

Neste contexto, a comunicação social desempenha maravilhosamente a função, que já foi competência da Igreja, de preparar as consciências, e as almas, para aceitarem as doutrinas do poder dominante. As leis e os caminhos do Senhor foram substituídos pelas leis e caminhos do mercado. Noutros tempos, a Igreja criou bruxas, hereges e demónios, excomungou o Belzebu, o tinhoso, acendeu fogueiras, queimou, deu espectáculo e manteve o povo numa conveniente ignorância. Hoje, a comunicação social escolhe, cria, engorda e queima diabos na praça pública, ao sabor dos interesses dominantes, depois vende o espectáculo e com ele estabelece as convenientes fronteiras da ignorância popular.

Assim alienado, o povo aceita e até se sente participante e democrata. Aplaude as mais infames formas de violência, com a naturalidade com que muitos dos nossos antepassados aceitaram a queima de bruxas e de hereges na fogueira.

Nesta sociedade onde tudo se transforma em mercadoria, tudo é efémero. Os gestores do pensamento popular criam em nós o vazio a ser preenchido com a mercadoria da moda. Este é o mês do Natal, o da festa dos comerciantes. O frenesim da troca de mercadorias, com crianças por pretexto, aprofundará em nós o vazio para que notícias como as que se seguem passem por nós sem nos tocar. Os malabaristas das finanças julgam que tudo se pode e deve transformar em mercadoria, em dinheiro, dos testículos à alma dos homens. Os princípios do mercado e os seus gestores são cada vez mais os gestores das políticas e das práticas comunicacionais. As leis do mercado não são mais do que a lei dos mercadores.

1. A junta militar birmanesa recruta crianças para servir no Exército, comprando e retirando à força meninos a partir dos 10 anos de idade às suas famílias. Uma criança contou que foi obrigada a alistar-se aos 11 anos, apesar de medir apenas 1,30 m de altura e pesar menos de 31 quilos.

2. A roupa da gama infantil da Gap (Gap Kid) a ser vendida no período de Natal, é confeccionada por milhares de crianças de apenas 10 anos, numa fábrica da Índia.

3. Trinta e cinco mil crianças são exploradas sexualmente pela indústria de turismo colombiano. A exploração é incentivada dada a procura por parte dos turistas estrangeiros.

4. Um milhão e meio de crianças são obrigadas a trabalhos forçados no Cambodja onde as fábricas estão submetidas a uma violenta competitividade.

5. A filha de Boris Becker, de 7 anos, foi acusada de trabalho ilegal. A empresa Alessandro Girls, que a contratou como modelo, durante uma hora, foi condenada a pagar uma multa de 1.315 euros.

6. A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos não conseguiu impedir o veto do presidente George W. Bush a um projecto de lei que dava cobertura de saúde a pelo menos 6,6 milhões de crianças pobres. Os democratas acusaram Bush de não se preocupar com a saúde das crianças.

7. A polícia boliviana vai investigar como crianças são vendidas ou alugadas pelos seus pais para que realizem trabalhos agrícolas em aldeias localizadas na fronteira com o sudoeste peruano. Há informações de que pais bolivianos, desesperados pela pobreza, vendem os seus filhos por cerca de 30 euros ou alugam-nos ao mês por cerca de 4 euros para trabalharem em aldeias do Peru.

8. Os serviços de emergência americanos estão muito mal preparados para socorrer as crianças, revela um estudo. Esta falta de preparação ignora «acontecimentos recentes que deixaram muitas vítimas, entre as quais vítimas pediátricas». O estudo lembra que uma creche foi atingida pelos atentados de Oklahoma City, em 1995, e menciona também tiroteios em várias escolas como o que deixou 15 mortos em 1999 em Columbine.

9. Centenas de crianças asiáticas, escravizadas, entram ilegalmente na Grã-Bretanha para trabalhar em plantações de cannabis. Este fenómeno terá sido multiplicado por cinco no último ano. Organizações criminosas levam para a Grã-Bretanha crianças, muitas delas procedentes do Vietname, os mais novos com 13 anos, para trabalhar como escravos e aumentar o recorde na produção de drogas. As crianças trabalham em casas dos subúrbios ingleses, até ao limite da resistência, dormindo em caixas de papelão, sem possibilidades de fuga.

10. O cabo Humberto Mendoza contou que após a explosão de uma bomba numa estrada próxima de Hadiya [Iraque], que matou um marine, o sargento Wuterich ordenou que o seu grupo atirasse contra todas as casas. Horas após a explosão da bomba o sargento Wuterich determinou que se atirasse também sobre qualquer pessoa que abrisse a porta. «Ele disse: só esperem que a porta abra e atirem». Dentro de uma casa, Mendoza disse que recebeu ordem para atirar contra sete mulheres e crianças que estavam escondidas num quarto: «Quando abri a porta, havia apenas mulheres e crianças (...) pareciam assustadas e recusei-me a disparar». Momentos depois, quando estava diante da casa, Mendoza ouviu fortes disparos e quando voltou ao quarto, encontrou todas as mulheres e crianças mortas.

11. Duas crianças palestinianas morreram e outras duas ficaram feridas atingidas por disparos israelitas em Jabaliya, na Faixa de Gaza. Yahya Ramadan Ghazal, de 12 anos, e o seu primo Mahmud Musa Ghazal, de 10, morreram enquanto brincavam num campinho perto da sua casa. Uma das suas primas, Sara Suleiman Ghazal, de 9 anos, ficou gravemente ferida e foi internada. Após o assassínio de crianças é costume o exército israelita alegar que estas são usadas para ir recolher lança-foguetes após dispararem contra eles.

“Santo Natal”. “Festas felizes”. É tudo tão natural, não é? Ainda bem que fazemos parte dos povos religiosos e civilizados do ocidente. Já viram o que seria se pertencêssemos à barbárie africana, asiática, latino-americana ou muçulmana?
José Paulo Serralheiro
http://infoalternativa.org/mundo/mundo274.htm

Administração pública: Governo pretende acabar com as carreiras, introduzir o arbítrio nas remunerações e reduzir os vencimentos

Administração pública: Governo pretende acabar com as carreiras, introduzir o arbítrio nas remunerações e reduzir os vencimentos



O projecto de decreto lei que pretende aplicar a "Tabela de remunerações única" a toda a Administração Pública que o governo divulgou, não poderá ser correctamente compreendido se não for analisado conjuntamente com as leis 66-B/2007 e a 12-A-2008. É o que se vai fazer.

O governo pretender encaixar numa nova carreira de Técnico Superior com apenas uma categoria seis categorias da actual carreira de Técnico Superior do Regime Geral mais as seis categorias da carreira de Técnico do Regime Geral. Deixaria de existir uma carreira propriamente dita porque não existiram categorias que permitissem a progressão na carreira. E as 42 posições remuneratórias das actuais carreiras de Técnico Superior do Regime Geral e de Técnico do Regime Geral seriam reduzidas apenas a 14 posições remuneratórias da categoria única da nova carreira. A remuneração de entrada na nova carreira de Técnico Superior passaria a ser de 967,47€, que é inferior à de estagiário da actual carreira da Técnico Superior do Regime Geral que é de 1070,89 euros.

Em relação às actuais carreiras de Pessoal Administrativo com 5 categorias e de Pessoal Técnico Profissional com 6 categorias, o governo pretende reduzi-las apenas a uma carreira – Assistente Técnico – com duas categorias, encaixando à força aquelas 11 categorias em apenas estas duas. E como uma delas é de chefia – Coordenador Técnico – com apenas uma categoria – e a outra – Assistente Técnico – também apenas com uma categoria - seriam encaixados nesta os restantes trabalhadores das actuais carreiras que de Pessoal Administrativo que de Pessoal Técnico Profissional, o que determinaria que deixariam de ter uma carreira, pois não existiriam várias categorias para tornar possível a progressão. De acordo com a "Tabela remuneratória única", as 58 posições remuneratórias existentes nas actuais carreiras seriam substituídas por apenas 13 posições remuneratórias da nova carreira de Assistente Técnico. Como os trabalhadores de várias categorias das actuais carreiras já ganham mais do que a remuneração mais elevada da nova carreira de Assistente Técnico, o governo cria duas posições remuneratórias transitórias de valores mais elevados que serão atribuídas apenas aos trabalhadores que, no momento de transição, já ganhem mais do que a remuneração máxima da nova carreira, não podendo ser atribuído nem aos trabalhadores que já estão na Administração Pública, que tinham a expectativa de aceder aqueles valores mais elevados, nem os novos que entrarem para a Função Pública. É uma forma de reduzir mesmo as remunerações nominais mais elevadas.

Em relação às actuais carreiras de operário (são quatro: chefias, Operário altamente qualificado, operário qualificado, e operário semi-qualificado) e de Pessoal Auxiliar, o governo pretende encaixa-las apenas numa carreira (a de Assistente Operacional). E as 19 categorias actualmente existentes nestas carreiras seriam reduzidas apenas a três: duas de chefias, e uma única com a designação de "Assistente Operacional, onde seriam encaixados todos os restantes trabalhadores desde operários altamente qualificados até auxiliar de limpeza e servente que não fossem chefes. Desta forma, também desapareceria a carreira profissional na verdadeira acepção do termo, pois não existiriam várias categorias para tornar possível a progressão. Em relação às remunerações, o governo pretende reduzir as 114 posições remuneratórias diferentes actualmente existentes a apenas 15 posições remuneratórias, sendo 7 para as chefias e somente 8 para os restantes trabalhadores. Como também existem trabalhadores de várias categorias que já ganham mais do que os valores máximos constantes da "Tabela remuneratória única", o governo também cria três posições remuneratórias transitórias, uma para as chefias e duas para os restantes trabalhadores, a serem atribuídas apenas aos trabalhadores no momento da transição, não podendo ser aplicados tais valores aos restantes trabalhadores. Desta forma, o governo reduz as remunerações máximas na Administração Pública violando legitimas expectativas.

Em relação ao futuro, e exceptuando os aumentos anuais das remunerações, as mudanças de posições remuneratórias em todas as carreiras ficariam totalmente dependente do arbítrio das chefias. E isto porque para tal poder acontecer é necessário que as chefias, no inicio de cada ano, decidam afectar a essa mudança uma determinada parcela da dotação orçamental afecta ao serviço. Se decidirem não fazer não haverá mudanças de posições remuneratórias no serviço. Este poder que é dado pela Lei 12-A/2008 determinaria a curto prazo grandes desigualdades entre os trabalhadores de idênticas categorias de serviços diferentes, resultante do facto da chefia num ter afectado uma dotação para mudanças de posições remuneratórias enquanto no outro serviço a chefia não tomou idêntica decisão. Mas não é apenas entre os diversos serviços que surgiriam grandes desigualdades, mas também dentro do mesmo serviço, já que a mesma lei dá poderes às chefias para afectar dotações orçamentais para mudanças de posições remuneratórias para umas categorias e não para outras.

A redução de categorias apenas a uma determinaria que trabalhadores que antes pertenciam a carreiras diferentes, e tinham funções diferentes, passassem a ter as mesmas funções, o que permitiria às chefias o seguinte: exigir a uma trabalhadora de limpeza a realização de uma tarefa de um operário altamente especializado e se não a realizar tal facto dar duas avaliações negativas, o que constituiria motivo de despedimento. Este caso embora extremo serve para mostrar o absurdo da "reforma" deste governo.

Eugénio Rosa
http://resistir.info/e_rosa/carreiras_ap.html

sábado, março 29, 2008

Condenados à morte na China são enforcados com as argolas dos jogos Olímpicos

O governo Chinês está a utilizar a organização dos Jogos Olímpicos para cometer atrocidades. Além dos enforcamentos em três minutos, milhares de Chineses são assassinados para produzir pó de talco para ser usado durante as provas olímpicas de halterofilismo. A equipa chinesa de Ginástica rítmica desportiva anda a usar crânios de chineses em vez das bolas e a equipa de Atletismo anda a usar tíbias em vez dos testemunhos. A tocha olímpica para os Jogos de 2008 foi acesa no dia 24 de Março com recurso a acendalhas que consistem em tibetanos regados com gasolina.
http://biscoitointerrompido.blogspot.com/

Nomes dos anjos

Gabriel, Rafael, Miguel e outros anjos... todos terminam com ''el''.

Como todos os estudiosos sérios, teólogos e rabinos sabem, as tabelas de anjos foram criadas há muito tempo, levando em consideração as situações de épocas antigas..

Sendo assim, seguem no texto abaixo, as novas descobertas relativas aos estudos desses seres protetores, de acordo aos dias atuais.


NOVOS ANJOS:

Aluguel - anjo mau. Não deixa a pessoa conquistar sua casa própria.

Embratel - anjo protetor do monopólio das comunicações .

Chanel - anjo protetor dos costureiros e estilistas.

Papai Noel - anjo protetor do comércio. Só aparece no fim de ano.

Quartel - anjo que protege os fardados.

Pastel - anjo protetor da colônia japonesa.

Samuel - anjo protetor da poupança.

Gel - anjo protetor dos cabelos rebeldes.

Anatel - anjo que, como qualquer outro órgão do governo, não encontrou sua função.

Motel - anjo protetor dos amantes

(recebido por mail)


P.S. Assim como há novos pecados mortais assim passou a haver novos anjos.

Fita-cola para calar... Sócrates

Primeiro-ministro é uma das figuras de uma campanha internacional

É uma campanha publicitária inovadora e que já somou prémios. Uma das figuras é José Sócrates, não necessariamente pelos melhores motivos.
Aproveitando uma frase pouco feliz do primeiro-ministro («cada um de vós dará o seu melhor para um país mais justo, para um país mais pobre»), a Heads Propaganda, de Curitiba (Brasil), decidiu colocar uma fita-cola, da marca Tesa, em cima da sua boca, para demonstrar que, por vezes, os políticos deviam tapar a boca. Segundo a revista Meios & Publicidade, esta publicidade será mesmo apresentada no Festival de Publicidade de Cannes.
Mas, para além de Sócrates, surgem outras figuras e as suas correspondentes gaffes. São os casos de George W. Bush, Hugo Chavez, Silvio Berlusconi, Lula ou a polémica ministra do turismo, Marta Suplicy.
A campanha foi lançada na imprensa brasileira em Janeiro e cativou o meio publicitário, que se apressou a colocá-la entre as melhores do ano, tendo recebido mesmo o Prémio Colunistas do Brasil.
«Decidimos juntar algumas asneiras que os políticos dizem e ligar isso com o produto. Começámos a procurar políticos e o primeiro que nos apareceu como óbvio foi o Bush por ser o campeão da bobagem», explicou Paulo de Almeida, director de arte da campanha.
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=932736&div_id=291

Um pensamento em francês

"Si une femme a du génie, on dit qu'elle est folle. Si un homme est fou, on dit qu'il a du génie."

Louky Bersianik

Os telemóveis, os pais, o YouTube e a Daniela Cicarelli

Os telemóveis, os pais, o YouTube e a Daniela Cicarelli
Os pais já sabem o que é o YouTube, essa coisa distante, que só vivia na boca dos filhos e que nunca despertou mais do que um longo bocejo à maioria dos encarregados de educação. Agoram foram obrigados a acordar.
Quando, em 1995, António Guterres se enganou, frente às câmaras de televisão, a fazer de cabeça as contas do PIB (Produto Interno Bruto) o país ficou mais culto. É que, de repente, a maioria esmagadora da população passava a saber o que era o PIB, essa coisa distante, que vivia na boca dos políticos, economistas, alguns jornalistas e pouco mais. Agora, o vídeo da professora brutalizada na Carolina Michaelis, bem como todos os outros que todos os dias aparecem, está a ter o mesmo efeito: o país e ,sobretudo, os pais já sabem o que é o YouTube, essa coisa distante, que praticamente só vivia na boca dos filhos e que nunca despertou mais do que um longo bocejo à maioria dos encarregados de educação.
Uma leitura rápida por comentários deixados na web, em sites de jornais, em páginas de redes sociais, em blogues e etc, não deixa dúvidas: O culpado está descoberto. Desta feita, Satã assumiu a forma de site, vive na Internet e chama-se YouTube. Feche-se o YouTube! Processe-se o YouTube! Que Deus nos proteja do YouTube! Vamos já todos a correr para o Second Life, com a esperança de estar já montado o pelourinho virtual onde se queimará este demónio da modernidade...
Há uma geração inteira de pais e educadores que insiste em se demitir de perceber as implicações de se viver numa sociedade que realmente já não funciona da mesma forma, ao mesmo tempo que apetrecha os filhos com telemóveis de última geração e ligações à rede em computadores igualmente de última geração, pensando que se está a fazer bem. É o mesmo que pôr bólides de Fórmula 1 na mão de miúdos entre os 14 e os 18 ou 19 anos e mandá-los para a estrada.
Se hoje se acender a palha que se pretende que queime o YouTube , amanhã haverá mais mil YouTubes novos. É que ali entram 11 milhões de vídeos de todo o mundo por dia. Exacto, leu bem: 11 milhões por dia. Está lá tudo. Da violência na escola ao ensino de culinária, passando pela aprendizagem da música e a partilha de momentos de festa. Sim, há miúdos adolescentes em ambiente de festa, em vídeos inofensivos e com muita piada, onde se vê sobretudo camaradagem. Tudo o que se possa imaginar está no YouTube, até as perguntas de utilizadores aos candidatos à presidência dos EUA estão lá e foram passadas em directo pela CNN no debate nacional sobre o assunto. No entanto, são os pais que escolhem onde querem que os filhos figurem: num vídeo de violência e indisciplina escolar, ou no festejo de um golo da sua equipa favorita.
Vale a pena visitar o YouTube (ver link no fim deste texto) e falar com os miúdos sobre o assunto ou até pedir-lhes ajuda para encontrar conteúdo útil ou de lazer. A melhor maneira de desmobilizar o que se faz às escondidas continua a ser deixarmos perceber que também nos sabemos mover nos universos alternativos. Certamente que não resultará para todos, mas o resultado só pode ser melhor do que o actual.
As proibições e os castigos sobredimensionados nunca resultaram se não em apelo à resistência, o que pode realmente entornar o caldo no que toca ao uso da Internet.
Há um exemplo claro: no exacto momento em que um juiz brasileiro sentenciou, em 2007, o YouTube a uma multa e o obrigou a retirar o vídeo que mostrava uma quente Daniela Cicarelli (com um não menos acalorado namorado), em cenas escaldantes numa praia no Sul de Espanha, milhares de reproduções do mesmo vídeo foram replicadas por sites anónimos na Internet.
O editorial da revista brasileira "Veja" - considerada a "Time" do Brasil -, não podia ter sido mais certeiro sobre a sentença: "Feliz o país cuja cultura, cujo ambiente de negócio e cuja visão de mundo produzem o iPhone e o YouTube. Pobre do país que proíbe o YouTube".
Estava tudo dito.
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/277949

Um pensamentozito

A diferença entre Portugal e a República Checa é que esta tem o governo em Praga e Portugal tem a praga no governo.

Os compadres

Finalmente, Boas Notícias Para O ME

A fuga em massa para a aposentação de muitos dos docentes colocados no topo da carreira é uma óptima notícia para o ME, assim como para o Ministério das Finanças.
Mesmo perdendo entre 25 e 40% dos seus salários são muitos os colegas acima dos 55 anos e com mais de 30 anos, 35 mesmo, de serviço que decidiram desistir de permanecer como cobaias no laboratório particular dos frequentadores da 5 de Outubro (e da 24 de Julho, não esquecer…).
Para os maldizentes que dizem que os professores se movem apenas por dinheiro, esta situação deve ser anómala, mas certamente descobrirão que afinal é porque todo(a)s não tinham nenhuma vocação, que progrediram sem mérito, que eram maus profissionais e «impreparados».
Certamente um qualquer secretário fará circular mails com recortes sobre este assunto, congratulando-se com as partidas.
Mas se são boas notícias para o ME, para as Finanças e para outros corpúsculos menores, são péssimas para a Educação em Portugal. Muitos desde(as) docentes são do melhor que existe no nosso sistema educativo e decidiram desistir, enquanto sentem que estão a tempo de salvaguardar a sua sanidade mental e o respeito por si mesmos.
Os testemunhos são bem elucidativos sobre as razões da partida.
E todos conhecemos muitos outros que gostariam de partir, mas não podem por esta ou aquela razão. Em jeito debrincadeira costumo fazer a minha vénia perante um colega meu que se aposentou há coisa de um ano, em plena posse das suas faculdades profissionais e pessoais, sacrificando a sua remuneração, porque isto não é forma de tratar quem deu a sua vida a uma função e a desempenhou o melhor que soube e o(a) deixaram, de acordo com as regras dadas.
O ME e as Finanças estarão rejubilantes, claro. Decapitam boa parte da classe docente e logo dos professores mais caros e com maiores conhecimentos e capacidade crítica. Mesmo se muitos dos professores titulares agora providos vão desaparecer e com eles muita da gente que se queria para domesticar o resto da classe.
Vão poder substituí-los por gente nova, barata e cordata perante o nosso sistema de funcionamento que se quer implementar, de semi-servidão da gleba e lei da rolha.
Sim, é possível que Valter Lemos, Teixeira dos Santos, José Sócrates, Maria de Lurdes Rodrigues e outros, por ordem decrescente de relevo nesta matéria, estejam hoje felizes com a edição do Público. Há formas de abandono escolar que eles aplaudem com gosto.
http://educar.wordpress.com/
"A malta do costume opina como de costume."


Paulo Guinote
http://educar.wordpress.com/

É preciso notar que qualquer trabalhador

É preciso notar que qualquer trabalhador que se despeça de uma qualquer empresa tem sempre que indemnizar a empresa... Se o não fizer, a empresa pode mover uma acção contra esse trabalhador....

Mais uma p'ró rol das ... imoralidades !

REPASSANDO

Era uma vez um senhor chamado Vasconcelos...* A história podia começar assim, como qualquer história de encantar crianças, se é que às crianças de hoje ainda se contam histórias de encantamento e final feliz.
Mas era uma vez um senhor chamado Jorge Vasconcelos, que era presidente de uma coisa chamada ERSE, ou seja, Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, organismo que praticamente ninguém conhece e, dos que conhecem, poucos devem saber para o que serve. Mas o que sabemos é que o senhor Vasconcelos pediu a demissão do seu cargo porque, segundo consta, queria que os aumentos da electricidade ainda fossem maiores.
Ora, quando alguém se demite do seu emprego, fá-lo por sua conta e risco, não lhe sendo devidos, pela entidade empregadora, quaisquer reparos, subsídios ou outros quaisquer benefícios. Porém, com o senhor Vasconcelos não foi assim. Na verdade, ele vai para casa com 12 mil euros por mês - ou seja, 2.400 contos - durante o máximo de dois anos, até encontrar um novo emprego.
Aqui, quem me ouve ou lê pergunta, ligeiramente confuso ou perplexo: «Mas você não disse que o senhor Vasconcelos se despediu?». E eu respondo: «Pois disse. Ele demitiu-se, isto é, despediu-se por vontade própria!». E você volta a questionar-me: «Então, porque fica o homem a receber os tais 2.400contos por mês, durante dois anos? Qual é, neste país, o trabalhador que se despede e fica a receber seja o que for?».
Se fizermos esta pergunta ao ministério da Economia, ele responderá, como já respondeu, que «o regime aplicado aos membros do conselho de administração da ERSE foi aprovado pela própria ERSE». E que, «de acordo com artigo 28 dos Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do gestor público em tudo o que não resultar desses estatutos». Ou seja: sempre que os estatutos da ERSE foram mais vantajosos para os seus gestores, o estatuto de gestor público não se aplica.
Dizendo ainda melhor: o senhor Vasconcelos (que era presidente da ERSE desde a sua fundação) e os seus amigos do conselho de administração, apesar de terem o estatuto de gestores públicos, criaram um esquema ainda mais vantajoso para si próprios, como seja, por exemplo, ficarem com um ordenado milionário quando resolverem demitir-se dos seus cargos. Com a bênção avalizadora, é claro, dos nossos excelsos governantes.
Trata-se, obviamente, de um escândalo, de uma imoralidade sem limites, de uma afronta a milhões de portugueses que sobrevivem com ordenados
baixíssimos e subsídios de desemprego miseráveis. Trata-se, em suma, de um desenfreado, abusivo e desavergonhado abocanhar do erário público.
Mas voltemos à nossa história. O senhor Vasconcelos recebia 18 mil euros mensais,mais subsídio de férias, subsídio de Natal e ajudas de custo. 18 mil euros seriam mais de 3.600 contos, ou seja, mais de 120 contos por dia, sem incluir os subsídios de férias e Natal e ajudas de custo.
Aqui, uma pergunta se impõe: Afinal, o que é - e para que serve - a ERSE? A missão da ERSE consiste em fazer cumprir as disposições legislativas para o sector energético. E pergunta você, que não é trouxa: «Mas para fazer cumprir a lei não bastam os governos, os tribunais, a polícia, etc.?».
Parece que não. A coisa funciona assim: após receber uma reclamação, a ERSE intervém através da mediação e da tentativa de conciliação das partes envolvidas. Antes, o consumidor tem de reclamar junto do prestador de serviço. Ou seja, a ERSE não serve para nada. Ou serve apenas para gastar somas astronómicas com os seus administradores. Aliás, antes da questão dos aumentos da electricidade, quem é que sabia que existia uma coisa chamada ERSE?
Até quando o povo português, cumprindo o seu papel de pachorrento bovino, aguentará tão pesada canga?
E tão descarado gozo?
Politicas à parte estou em crer que perante esta e outras, só falta mesmo um carrasco capaz de os enforcar.
Já agora façam lá o favorzinho de reenviar para a V/ lista de amigos, pelo menos sempre se fica a saber de coisas importantes que retiram toda a credibilidade a esta cambada de MALANDROS deste País que de País só começa a figurar o nome.
(recebido por mail)

«Dá-me o telemóvel» já é música e t-shirt

Vídeo de violência no Carolina Michaelis desperta criatividade na Internet

É um êxito. O caso da brutalização de uma professora por parte de uma aluna, que foi parar ao Youtube, já ultrapassou as barreiras da banalização e promete ficar entre um dos momentos mais marcantes do ano. Nem que seja até ao verão, quando a temperatura permitir utilizar as t-shirts desenhadas a propósito do incidente.
Uma semana depois do caso ter chegado aos media, surgem reacções na Internet, e que não se ficam pelo vestuário com as frase mais marcantes do vídeo, como « Dá-me o telemóbel, JÁ!», «Vamos ter fight, oube lá!», «Oh gorda, oh faxona, sai daí!» ou «Olha a belha vai cair!», todas disponíveis num endereço, também ele, completamente dentro do assunto: http://dame-telemovel.pt.vu.
Se visitar o Youtube, para além do vídeo original, já é possível encontrar um mix realizado por «bad4das», que pode ser descarregado e utilizado como toque de telemóvel. O ritmo é retirado da marcha imperial do filme «Guerra das Estrelas», intercalando com as principais frases em ritmo hiphop:
Paralelamente, vão também surgindo soluções um pouco mais criativas, como o design para t-shirt de Fernando Lucas (http://manualdedeus.blogspot.com/2008/03/carolinas-do-porto.html), bastante mais estilizado, ou o vídeo apresentado pelo blog Cine 31 (http://cine31.blogspot.com)
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=932745&div_id=291

A indisciplina que sai de casa para a escola

A realidade, cada vez mais, necessita de passar pelo crivo dos media para existir. A Televisão e a Internet, nos nossos dias, são os meios privilegiados para essa certificação. Até para o Ministério da Educação, selectivamente distraído do que se passa no interior das escolas.
O secretário de Estado, Valter Lemos, certamente após visionar o vídeo da Escola Secundária Carolina Michaelis, descobre que os problemas da violência nas escolas vêm do exterior. Já tem novo vídeo, de uma aula de Economia, para confirmar a ideia. Não é difícil concordar com a opinião. Não consta que os alunos nasçam, residam ou pernoitem nas escolas básicas e secundárias do país.
As razões profundas e remotas do que foi um episódio grave, na Carolina Michaelis, é difícil sintetizá-las melhor do que Henrique Monteiro, no seu "post" de segunda-feira, aqui no Expresso, no "O País do Prodígios".
O que é o árido dia-a-dia de muitas escolas dificilmente colherá o interesse dos media e atingirá o estatuto de realidade certificada. O quotidiano das aulas, sobretudo no segundo e terceiro ciclos e no décimo ano, é feito desta matéria adulterada, saída de casa, que germina lentamente e que, quando menos se espera, pode explodir. É um tédio imenso em aulas de noventa minutos que se tornaram, há poucos anos, modelo universal, com a aquiescência dos professores. Quando já se sabia que o tempo de concentração dos jovens era cada vez mais limitado. O que não desculpa a indisciplina e, muito menos, a violência.
E o que acontece a todo o instante é a desatenção persistente de muitos alunos. O desassossego e irrequietude de outros tantos. A penalização sistemática dos que querem e não podem estar atentos. A consequente e constante perturbação ou interrupção das actividades lectivas. Porque há sempre guinchinhos, gritinhos, risinhos tontos, para falar no mínimo. E o professor a acudir permanentemente. A esgotar a paciência e o empenho que deviam estar ao serviço da transmissão do conhecimento.
O período que vai do nascimento à entrada na escolaridade obrigatória é crucial para o desenvolvimento da criança e para a sua harmoniosa estruturação socio-cultural. É o domínio onde os pais têm uma influência determinante e insubstituível que, de resto, devia continuar responsavelmente até ao fim da adolescência. E as crianças que perturbam as aulas, é preciso dizê-lo, foram e estão a ser mal educadas. E, com maior ou menor inépcia dos docentes, a fatia mais gorda da responsabilidade cabe aos pais.
Defendo, há muito, um investimento sério na formação de pais e encarregados de educação. As experiências das chamadas "Escolas de Pais" têm sido bem sucedidas. E hoje, entre outras iniciativas, com o envolvimento da comunicação social, poderiam ajudar a mudar o aviltante panorama do sistema educativo em Portugal. Assim houvesse vontade política e cultural.
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/277233

Contratação de técnicos

O Professor Do Ensino Básico E Secundário, Esse Ser Mítico

E raramente visto fora de reportagens do tipo «National Geographic investiga as vítimas da brutalidade escolar ou os agentes malvados do insucesso».
Já repararam que, com aquela desculpa de para falar de Educação não ser necessário ser professor, quase sempre quem fala sobre o dito assunto é advogado, psicólogo, empresário, investigador, neurocirurgião, político ou aquele senhor que nós conhecemos mas não sabemos bem o que faz, assim como a outra senhora bem falante que escreve para os jornais?
As professoras e professores têm tempo de antena enquanto agentes da descrição dos factos. São os rostos da desgraça; da deles ou da de outros. Raramente como analistas das situações, procurando explicá-las a partir de «dentro».
Para isso convocam-se «especialistas». se possível «inovador». Pessoa de «sucesso».
Em biocoiso ou em microaquilo. Por vezes em qualquer coisa da Educação. Ou em opinião, apenas, graças à leitura de uma tese de mestrado sobre o formato das portas nas escolas de tipologia P3 no concelho de Vilarinho das Púcaras.
Os professores são vistos como aqueles que não conseguem «ver para além do seu quintal» ou do «seu mundinho». Que se movem «por interesses», em defesa «de privilégios». «Fulanizamos» as questões. Não temos uma «visão mais ampla» sobre os fenómenos». E estes são apenas alguns dos mimos que conhecemos e sofremos na pele. Eu incluído, a quem alguns comentadores acharam por bem, em dados momentos, colocar em causa competência e independência da matéria. E como eu quase todos os outros que tentam furar o muro, para ir para além das lamentações.
O professor do ensino não superior é uma espécie de cruzamento entre gambuzino e animal protegido (não sei se em vias de extinção, se por motivos de quarentena). Fala-se dele, diz-se que são muitos, mas raramente se encontram sem ser em «cativeiro».
Queremos um debate sobre Educação numa estação televisiva que se quer «de referência» em matéria de informação? Chamam-se um psicólogo e um advogado. Ou dois políticos. Ou um jornalista que à partida diz conhecer pouco do assunto, uma docente universitária com umas ideias sobre como manter a ordem numa aula, um historiador que deu seis meses de aulas numa associação num bairro problemático e uma opinadora assertiva que «até já deu aulas» na Damaia. Chega ter entrado numa escola e «dado umas aulas» e já se atingiu o Graal da sapiência na matéria. Até há um curioso espécime no universo destas coisas que evoca uma experiência passada há 30 anos como professor ocasional, para dar patine sabedora às suas posições.
Quem lá fica a fazer a sua vida profissional é que não percebe nada do assunto.
«Não se sabe distanciar».
O professor «básico» ou mesmo «secundário» só tem direito a voz e a opinar mais de 30 segundos se for representar alguma nomenklatura particular. Porque é representante de um sindicato, de uma associação ou qualquer outra função específica que, por regra, até implica que não exerça a docência como actividade principal.
Isto é patético e profundamente desrespeitoso.
Não falo por mim, pessoa algo rude no trato, pouco fotogénica e nem sempre simpática na forma como desgosto de sorrir de forma compreensiva para quem tem opiniões que me desagradam.
Falo por todos aqueles que sabem o que fazem, o que dizem e que estão habituados a reflectir sobre o seu papel na sociedade e sobre o sistema de ensino.
E que são sistematicamente ignorados, a menos que tenham sido gravados a ser desrespeitados numa aula ou que sejam acusados de ter abusado da sua ausente autoridade e tenham dado uns cascudos em alguém.
Nesse caso, temos o professor-vítima ou o professor-agressor com direito a câmara em cima da cara, com pixelização mais ou menos granulosa.
Os outros todos são uma espécie de paparucos.
Há que ir para a porta das Escolas ao amanhecer ou ao anoitecer e bater com um pau na calçada para conseguir vê-los e ouvi-los.
http://educar.wordpress.com/

Mais professores querem trocar a sala de aula pela reforma antecipada

Antes de ser publicado o novo regime de aposentação para os funcionários públicos o telefone do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, afecto à Fenprof (Federação Nacional de Professores), tocava várias vezes ao dia com pedidos de informação. "Recebíamos dezenas de telefonemas de professores a perguntar quando é que saía a nova lei", conta o dirigente sindical Manuel Grilo. Quando, em Fevereiro, as novas regras foram finalmente publicadas, os professores "começaram a fazer contas". E nas escolas passou a ouvir-se com mais frequência: "Estou cansado, vou-me embora."

"São professores empenhados que sentem que o seu trabalho não é reconhecido, que se aposentam por desânimo, que se queixam de uma excessiva burocratização da profissão", diz também Rita Bastos, presidente da Associação de Professores de Matemática.

São, continua Manuel Grilo, "pessoas que estão no máximo da sua capacidade de ensinar", com muita experiência, mas que preferem perder dinheiro, sujeitando-se a penalizações na pensão, a continuar a dar aulas até chegar à "idade legal" para se reformarem.

Porquê? "Tem a ver com os horários de trabalho excessivos, com problemas de indisciplina dos alunos. O discurso de que os professores não querem ser avaliados não ajuda. Os alunos dizem: "Então o senhor não quer ser avaliado e quer-nos avaliar a nós?"" - conta Manuel Grilo.

A Caixa Geral de Aposentações fez saber que não dispõe de dados que permitam analisar qual tem sido a evolução do número de professores que tem antecipado a aposentação.

Contudo, também João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (Fne), diz que os pedidos de informação sobre aposentações antecipadas que chegam aos sindicatos têm aumentado muito. Só ao Sindicato dos Professores da Zona Norte chegaram mais de cem desde Janeiro de 2007. A avaliação do desempenho e a divisão da carreira em duas categorias são as razões mais apontadas por quem se dirige aos serviços.

"Há um desgaste e muitos professores passaram a ter que trabalhar mais do que as 35 horas semanais para fazer tudo: as reuniões, os projectos para isto e para aquilo, as candidaturas a financiamentos, preparar os novos cursos de educação e formação e as visitas de estudo", para além das aulas, da correcção dos testes, da investigação, continua Dias da Silva.

O dirigente recorda que "até 2006 os professores tinham a expectativa de poder aposentar-se aos 36 anos de serviço e 60 de idade", e organizaram a sua vida em função disso. Depois, as regras mudaram "e obrigam-nos a trabalhar mais". O regime criado em Fevereiro último - que facilita a aposentação antecipada - é pois visto como uma oportunidade "e todos os sinais que nos chegam levam a crer que os professores vão usá-la mais" do que outros funcionários públicos, diz Dias da Silva.

De acordo com a lei, este ano pode pedir aposentação antes do tempo quem tiver 33 anos de serviço, independentemente da idade, sendo a pensão reduzida em 4,5 por cento por cada ano que faltar para atingir os 61 anos e seis meses de idade. A partir do próximo ano volta a haver limite de idade. Sebastiana Lopes, 58 anos, 29 de aulas, professora titular na Escola Secundária de São João da Talha (Loures), pensa entregar já em Outubro os papéis. "Não tem só a ver com as medidas que têm vindo a ser tomadas. Tem a ver com o meu próprio cansaço, com o desgaste da profissão." Já não consegue, diz, "fazer aquelas madrugadas que fazia para preparar as aulas". E sente-se mal quando não as prepara, o que às vezes acontece porque simplesmente não tem tempo, este está todo dedicado a outras tarefas.


http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1323926

A menina que imitou a ministra

Uma menina de 15 anos agrediu a professora na sala de aulas em defesa do seu amado telemóvel. Os colegas, provavelmente da mesma idade, fizeram do combate entre a aluna e a mestra um número de circo.
À falta de um Coliseu monumental e de um imperador romano todo-poderoso, as crianças do velho Liceu Carolina Michaellis imitaram o comportamento dos pais em casa e sobretudo o comportamento de José Sócrates e da ministra Lurdes Rodrigues.
Uma criança de 15 anos não merece castigo e muito menos condenação, sobretudo quando se limita a agredir quem é todos os dias agredido pelo Governo, pelos deputados ditos socialistas, pelos pais, pelos avençados da Comunicação Social.
É esta a cultura que temos, é este o exemplo que damos aos nossos filhos. Depois temos a ditadura da mediocridade reinante, o endeusamento dos telemóveis, a dependência dos centros comerciais e dos hipermercados, a cultura das corridinhas do chefe, o faz-de-conta, a aldrabice, a violência gratuita, a falta de carácter.
Neste quadro de tragédia social, uma miúda de 15 anos que agride a professora na sala de aulas é apenas mais uma vítima do socialismo cavaquista. Daqui a uns tempos continuará a ser vítima mas do cavaquismo socialista. Um país que tem apenas perspectivas de batráquio, só pode dar nisto.
Mão amiga enviou-me o recorte de umas garatujas aviadas por Emídio Rangel onde chama aos professores hooligans e desmiolados. Para Rangel, a manifestação dos professores foi uma carneirada, protagonizada por meia dúzia de comunistas.
Numa atitude de grande rigor, Rangel até troca o nome ao secretário-geral da FENPROF. Sabendo-se como se sabe que o jornalismo é um exercício permanente de rigor e objectividade, já se vê o nível do autor da prosa barbarizada.
Passo à frente do cheirete a frete que o arrazoado exala e vou directo ao assunto. Rangel diz maravilhas dos professores que o ensinaram, quando frequentava o ensino secundário. O antigo cometa da SIC é pouco mais novo que eu, por isso os professores do tempo dele devem ser os mesmos do meu tempo.
No Liceu de Luanda, entre uma chusma de professores salazaristas com propensão para bufos da PIDE e para o nazismo, havia três ou quatro professores decentes que ensinavam os seus alunos sem obediência cega à ladainha do fascismo tipo Portugal do Minho a Timor.
Tenho de felicitar Emídio Rangel pela coragem de destapar a careca e revelar publicamente quem é e o que quer, enquanto Sócrates e a ministra não despacham o seu assunto.
Também lhe agradeço ter mostrado aos leitores quanto vale uma estrela mediática, fabricada com o barulho das luzes da televisão do senhor Pinto Balsemão. A partir de agora, os leitores mais distraídos sabem quanto valem os Rangel, os Sousa Tavares e outros batráquios que na melhor das hipóteses um dia evoluem de girinos a sapos mas daí não passarão, ainda que tentem ser bois como o sapinho da fábula.
Os avençados do socialismo cavaquista na Comunicação Social, José Sócrates, a ministra Lurdes Rodrigues e quase todos os deputados do Partido Socialista são os autores morais da agressão sofrida por uma professora em plena sala de aula.
A menina que lutou com unhas e dentes pelo seu telemóvel dentro da sala de aula é uma vítima da corja mandante. Tenho pena dela e dos pais. Isto se eles não forem da mesma extracção da canalha cavaquista escondida sob o manto diáfano do Partido Socialista ou daquela mãe que inspirada em Sócrates e Lurdes Rodrigues agrediu uma professora da filha.
Acaba de levar cinco anos de prisão mas os autores morais do crime ficaram a rir-se. Este Governo está a destruir o ensino secundário em Portugal. E os avençados aplaudem com as mãos por cima da mesa e recebem os trinta dinheiros por baixo!
http://www.vozdapovoa.com/noticia.asp?idEdicao=
122&id=5335&idSeccao=1128&Action=noticia

sexta-feira, março 28, 2008

Repercussão da Conferência

A cortina de silêncio imposta pela maior impostura científica de toda a história da ciência sofreu alguns rasgos. Alguns media denunciam a teia de falsidades com que os envolveram desde longa data.

Relatos dos media sobre a 1ª Conferência Internacional sobre Alterações Climáticas elucidam quanto ao impacto causado pela iniciativa: Agência Noticiosa Checa, CBS News, Finacial Post, Human Events, Investor, Reuters, The New York Sun, The New York Times, The Wall Street Journal e Washington Post.

A Agência relata a participação na Conferência e uma entrevista à CNN do Presidente da República Checa, Vaclav Klaus.

A CBS com o título «Cold water on ‘global warming’» anuncia participantes que vieram do Reino Unido, da Hungria, da Austrália, do Canadá, dos EUA e da República Checa. Faltou indicar mais países tais como a Rússia, a Suécia e a Nova Zelândia.

O Financial Post dedica atenção à apresentação de um relatório do NIPCC (Nongovernamental IPCC, com “I” de International e não de Intergovernmental) que tem um link apropriado.

O Human Events afirma que a Conferência desmente o propalado consenso. Critica os if,if, if de Al Gore e do seu assessor James E. Hansen que servem para anunciar a chegada do dia do juízo final.

O Investor diz que as imagens dos satélites da NASA mostram que nem o Josefino Comiso (analista da NASA, já referido no MC) consegue esconder a recuperação do mar gelado do Árctico.

O The New York Sun e o The New York Times salientam que os trabalhos da Conferência refutam as teses apocalípticas do IPCC. É de salientar que o TNYT é um farol para as falsidades reproduzidas pelos media do Mundo inteiro.

O The Wall Street Journal destaca o slogan da Conferência «Global Warming is not a Crisis» para atacar a ideia de um consenso que na realidade não existe a não ser na propaganda dos alarmistas do IPCC.

O Washington Post começa por destacar a participação de Lord Monckton que foi assessor científico da madame Thatcher que alguns apontam como precursora do embuste do «global warming» para atacar os mineiros do carvão.

O jornalista Andrew C. Revkin, do New York Times, autor do livro com o título catastrofista «The Nord Pole Was Here», de 2006, também escreveu no seu blogue.

As pistas referentes aos media obtiveram-se no blogue The Reference Frame do físico checo Lubos Motl.
http://mitos-climaticos.blogspot.com/

Primeiro dia da 1ª Conferência Internacional do Clima

Surpreendentemente, soube-se que Al Gore fora convidado para se dirigir à 1ª Conferência Internacional sobre Alterações Climáticas. Fora mesmo reunido o prémio de 200 mil dólares que ele cobra pelas suas apresentações. Mas ele declinou.

Soube-se também que foram ainda convidados dois dos principais cientistas do GISS-NASA, James Hansen e Gavin Schmidt. Este é simultaneamente um dos editores do blogue RealClimate.org. Mas declinaram também o convite, fugindo ao debate.

Sondagens recentes mostram que 50 % dos americanos não estão convencidos que o aquecimento global seja uma ameaça séria. Al Gore, James Hansen e Gavin Schmidt perderam uma oportunidade excelente para diminuir aquela percentagem.

Mas os promotores da Conferência confiam que Hansen e Gavin se decidam a deslocar dois quarteirões de Nova Iorque, do local da Columbia University até ao da Conferência, para convencer os conferencistas (400 pessoas) da bondade das suas mensagens.

O GISS – Goddard Institute for Space Studies situa-se dentro da Columbia University, em Nova Iorque. Como se sabe, Hansen é reconhecidamente o pai do «global warming» quando em 1988 embrulhou o Congresso dos EUA com este embuste.

Nota: No primeiro parágrafo foi substituída a expressão verbal "fora mesmo oferecido" pela "fora mesmo reunido".
http://mitos-climaticos.blogspot.com/

Breve História de Portugal

Há um maluco que anda à porrada com a mãe e funda um reino. Depois, um doido desenterra a amada putrefacta e coroa-a rainha. Não contente, senta-a no trono e obriga toda a gente a beijar-lhe o anel no dedo nauseabundo, apodrecido...
Tempos mais tarde, uns quantos loucos metem-se numas cascas de noz (a que, irresponsavelmente, chamaram naus) e zarparam mar adentro, sem sequer saberem o que procuravam. Qual ouro, qual fé?! O que os movia era a zoinice.
O poeta-mor da pátria veio a ser um tal zaragateiro, um gigolô com a mania dos duelos que pela espada perdeu um olho. O maior feito do homem foi quase morrer afogado para salvar uns papéis.
Vá-se lá saber porquê, a doidice, esse atributo único dos portugueses, convenceu-os de que tinham um império. Mas por pouco tempo. Um desvairado rapazolas, um tal D. Sebastião (que nem copular sabia... ou podia), preconiza um sintomático ataque suicida ao Norte de África. O doidivanas, que fez orelhas moucas às sábias advertências dos Reis de Espanha, ainda arrastou para a desgraça meia dúzia de parvos estrangeiros.
Mas a mania do império continuou e chegou até um tal Salazar. Este, azoratado de todo, queria defender a ilusão com um exército de fábula. Sozinho contra o mundo com uma tropa de farrapos e ninguém lhe tirava a cadeira...
Outro exemplo de delírio intelectual é o próprio Fernando Pessoa. Um doido varrido, mas não daqueles que se acham Napoleão. Mais refinado, inventou heterónimos com obra própria, que se correspondiam entre si e que se levavam a sério. Não é de manicómio?
Há que desconfiar deste país...

sugerida por Vasco de Castro
http://pimentanegra.blogspot.com/
Bricolage
Quando fico sem guita, vou aos arames.


Vestes
De facto, uso gravata.


Contenção
Se a mostarda me chega ao nariz,
fico sem papas na língua
e fica o caldo entornado.


Malha
Os operários das fábricas de confecções
trabalham sempre por amor à camisola.


Pilotagem
Se os cães não podem conduzir,
porque é que há tantos chamados Piloto?

Sabedoria
A sábia sabe-a toda.

Contas
Mandei-o à fava, para não ter que a pagar.

Anarquia
Quando isto se tornar numa República das Bananas,
vai ser o fim da macacada.

HTTP://IRONIADODESTINO.BLOGS.SAPO.PT/

Sócrates desmancha-se

Primeiro-ministro teve um ataque de riso depois de anunciar o equilíbrio das contas públicas

O discurso estava a correr bem até à parte em que o primeiro-ministro anunciou o equilíbrio das contas públicas. Depois de dizer “reduzimos a despesa, controlámos o deficit e temos hoje as contas públicas equilibradas”, o primeiro-ministro deitou-se no chão a rir.
Os assessores subiram rapidamente para o palco e enquanto uns faziam acrobacias para entreter a plateia, outros foram ter com José Sócrates, que disse “eu não consigo pá, esta parte-me todo… dizer que a economia está a crescer, ainda vá, agora, que as contas públicas estão equilibradas? Rebenta a bolha, pá”.
http://lobi.blogs.sapo.pt/

ALMA "Tão mesquinha e tão vil, tu que pariste"

Tão mesquinha e tão vil, tu que pariste
As normas do estatuto do docente,
Não tens nada de humano, não és gente,
Nada mais que injustiças produziste.

Se lá nesse poleiro aonde subiste
O estado do ensino tens presente,
Repara como és incompetente,
Como a classe docente destruíste.

Se pensas que esta gente está domada,
Te aceita a ti, ao Valter e ao Pedreira,
Estás perfeitamente equivocada:

Em breve encontraremos a maneira
De vos correr p'ra longe à cacetada,
Limpando a educação de tanta asneira!


(recebido por mail)

Quem descobrir a quem é dirigido dão-se alvíssaras…eh eh eh

Woody Allen - Take the Money and Run



Um cena hilariante de como roubar um banco do filme de 1969 "Take the Money and Run"
conhecido em Portugal com o nome "O inimigo público nº 1"

Um placebo balsâmico

A aluna que agrediu a professora na Escola Carolina Michaelis e o colega que filmou o incidente vão ser transferidos para outro estabelecimento de ensino, lê-se na imprensa de hoje. Depois da Justiça, é a vez do sector da educação aparecer a reboque dos media. Aparece no jornal ou na televisão e lá surge, o mais rapidamente possível, o bálsamo apaziguador da opinião pública. E é impossível resolver o que quer que seja desta forma, esquecendo as causas que trouxeram a Educação até à lástima que é hoje e fingindo que os outros milhares de casos de violência e indisciplina das escolas de todo o país, por não serem filmados, não existem. E existem. Porque se promoveu a desautorização dos professores. Porque se deixou que a exigência abandonasse as nossas escolas. E porque se prostituiu o sucesso e o abandono escolar a números bonitos a apresentar à comunicação social. Agora anuncia-se a transferência de dois alunos. Não chega. Há milhares de alunos do mesmo quilate por todo o país e é impossível transferi-los todos, para além de que isso não resolveria nada.
O problema está lá, continua lá, na exigência que não se promove e na estratégia que não existe. E num Estatuto do Aluno que, ao retirar a assiduidade dos critérios de avaliação, acelera o passo de toda uma geração no caminho da inevitável estupidificação natural. Haveria que fazê-la dar meia volta e inverter-lhe o sentido. Nem pensar. Para além de fazer subir o “insucesso” escolar, seria um sinal de fraqueza de uma ministra forte de um governo forte e “de sucesso”. E transfiram-se os meninos! O país não pode esperar mais. O caminho certo, se algum dia houver caminho certo, vai ser bastante mais longo.

http://opaisdoburro.blogspot.com/2008/03/um-placebo-balsmico.html


http://www.rebelion.org/

71% dos franceses querem manter a lei de separação tal como está

Segundo uma sondagem recente, 71% dos franceses querem manter a lei de separação entre a República e as igrejas (de 1905), tal como está. E 77% dizem que «as autoridades religiosas não devem tomar posição publicamente sobre as questões de sociedade». O que prova que a laicidade não é um regime imposto por uma minoria a uma sociedade renitente. Antes pelo contrário.
http://www.ateismo.net/

Os Professores, violência e stress



Algumas profissões estão mais expostas do que outras à violência. Os efeitos desta exposição às agressões por parte dos professores são mal conhecidos mas resultam frequentemente no que pode ser enquadrado como stress ou trauma.
Um estudo, realizado pela doutora Anne Jolly em que foram entrevistados clinicamente 21 professores do secundário com o objectivo de identificar e compreender o impacto e as especificidades dessas agressões permitiu chegar a um conjunto de conclusões das quais destaco:
1. os professores não reagem à agressão de forma muito diferente das outras vítimas;
2. a única diferença è que o agressor faz parte do grupo a quem o professor se dedica profissionalmente. Ou seja, no quadro de uma relação que se pretende de afectividade e proximidade;
3. é frequente o professor desculpabilizar o agressor culpando a sociedade, os pais, a escola;
4. por vezes, os professores culpam-se a si próprios por não terem sido capazes de evitar a agressão e de não terem estado à altura da situação;
5. os professores desenvolvem uma visão do aluno que lhes permite englobar um conjunto de factores sobre os quais eles não têm responsabilidade directa e que os fazem compreender a agressão;
6. mesmo após a agressão eles continuam a sentir-se responsáveis pelos alunos;
7. as punições são apresentadas como parte do “pacote” educativo o que corresponde a uma visão socialmente aceitável das sanções;
8. o estudo realça a importância crucial da actuação da direcção de escola no apoio ao professor. Os sentimentos de injustiça, incompreensão ou indiferença podem causar mais danos que a agressão em si. Devido ao sentimento de pertença social, o professor espera que a direcção da escola lhe ofereça um apoio que lhe permita fazer face à situação;
9. se esse apoio falha podem surgir desordens que correspondem ao conjunto dos critérios da patologia crónica (síndrome psico-traumático);
10. os professores que sofreram as agressões mais graves não são aqueles que apresentam mais perturbações do foro psicológico;
11. A invisibilidade do trauma devido à ausência de lesões corporais não pode fazer esquecer a gravidade do traumatismo. É a essência do indivíduo que é posta em causa. As desordens são apenas a face visível do traumatismo e podem arrastar-se por meses ou anos.

http://hekate-hkt.blogspot.com/