terça-feira, maio 27, 2008

Violência no país do Arco-íris


Moçambicanos de regresso a casa

Grupos de populares armados de paus, facas e pistolas têm semeado o pânico entre os imigrantes pobres na África do Sul, levando a que cerca de 35 000 pessoas se refugiassem nas esquadras da polícia e em igrejas únicos lugares onde se sentem seguras. Muitos voltaram já aos seus países de origem. É o caso dos mais de 20 000 moçambicanos que preferiram voltar à pobreza da terra natal a enfrentar a morte na África do Sul.Mas outros, não têm para onde fugir. Os milhares de zimbabueanos ao fugirem do seu país, fugiram da fome e das perseguições políticas. Estão, agora, encurralados entre duas mortes.
O desemprego de 30% a 40% da população activa, a alta dos preços dos alimentos e o desespero de muitos sul-africanos levou a que estes se voltassem contra os cerca de 5 milhões de clandestinos vindos dos países limítrofes cujo trabalho “barato” fez baixar os salários e os converteu em bodes expiatórios fáceis.
Um dos grandes culpados por esta situação é o presidente Thabo Mbeki pois, nos últimos anos a África doSul conheceu um desenvolvimento económico significativo que apenas beneficiou uma minoria e, por outro lado, a sua política complacente para com o Robert Mugabe leva a que agora, mais de um milhão de zimbabueanos não tenha para onde fugir e seja obrigada a permanecer num país onde a palavra de ordem passou a ser: “Morte aos amakwerekwere” (aqueles que não falam zulu).
Acontecimentos como estes não são, sequer, novidade na história da África do Sul. Cenas de violência em tudo semelhantes aconteciam nos tempos do aparthaid instigadas por dirigentes do ANC e, continuam a fazer parte da prática de um dia a dia dominado pela violência extrema. Aliás, durante as perseguições nos bairros de latas são entoados cânticos como o “uMshini Wam” ( traz-me a metralhadora) que teve a sua origem nas palavras do dirigente do ANC Jacob Zuma. E é por tudo isto, que a promessa de tornar a África do Sul num país arco-íris, um país capaz que assegurava “uma vida melhor para todos” independentemente da sua origem, está a revelar-se um fiasco.
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