domingo, outubro 31, 2010

A crise e o fim de Bretton Woods II

A assembleia anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu com a persistência de desacordos básicos, que são um mau presságio. Nenhuma das dificuldades fundamentais da economia mundial pôde ser resolvida nestes dias. A guerra das divisas está ao virar da esquina e os piores dias da crise poderiam estar de regresso dentro de alguns meses. Até se diz que 2008 poderia ser um piquenique, comparado com o que vem em 2011.

Em Washington ninguém esperava milagres. Depois de tudo, o FMI perdeu a bússola desde 15 de Agosto de 1971. Nesse dia, Nixon ordenou o encerramento do guiché da compra-venda de ouro e acabou o mundo das taxas de câmbio fixas para o qual foi criado o FMI na conferência de Bretton Woods em 1944. Ao fim de alguns anos, o Fundo redefiniu a sua missão como promotor da liberalização financeira à escala global. E, neste novo papel, pôde presidir a uma longa lista de crises financeiras, cada vez mais frequentes e profundas. Como se sabe, em inúmeros casos a cura receitada pelo FMI resultou pior que a doença.

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