quarta-feira, junho 30, 2010

o nome é tudo...


come senão apanhas!


não está nos meus planos cortar o cabelo...


pensa grande mas não tão grande...


A escola da capinha*



Eis um exemplo do que uma das mais recentes medidas do Ministério da Educação está a fazer ao país. Em 2007, a EB1 Capinha foi ampliada e requalificada, sofrendo um investimento directo de 250.000 € que permitiu requalificar as 4 salas de aula, a construção de um sala/atelier multimédia com 8 postos de trabalho ligados à internet e ferramentas multimédia, construção de uma cantina, remodelação dos sanitários, construção de um pátio interior para recreio e ginástica e requalificação total do espaço exterior da escola. Numa recente visita da Inspecção do Ministério da Educação ao agrupamento de escolas João Franco, o parque escolar da CAPINHA foi apelidado de FORMIDÁVEL, COM CONDIÇÕES EXEMPLARES PARA A APRENDIZAGEM.
Como o Ministério da 5 de Outubro vai fechar esta escola, não apenas este dinheiro vai pela janela, como se verificará num aumento exponencial dos custos directos com a alimentação (75%) e transportes escolares (525%), representando mensalmente um encargo adicional de 2.500€, verba suficiente para suportar o ordenado do(s) docente(s). Já para não falar das indemnizações por cessação dos contratos de trabalho do pessoal não docente.
Mas há mais. Mudando de escola, muitas destas crianças de 5 e 6 anos terão que fazer dezenas de quilómetros diários e perderão (ou dificilmente conseguirão conjugar) os apoios sociais e pedagógicos desenvolvidos pela autarquia local, que vão desde o Atelier de Tempos Livres e Multimédia às aulas de natação.
Por fim, note-se que este encerramento provocará, inevitavelmente, um êxodo populacional para outras localidades. Neste caso, é um decreto de morte desta povoação.



*informações cedidas por Rogério Emanuel Palmeiro, Presidente de Junta de Freguesia da Capinha.

A voz da experiência


clicar na imagem para aumentar

O que o bando dos 20 decidiu!...


Governar à sombra da bola


Crônica da 2ª Feira do Livro Anarquista de Biel/Bienne, na Suíça

Após a primeira edição no ano passado em Winterthur, a segunda edição da feira do livro anarquista na Suíça teve lugar na cidade de Biel/Bienne, em 15 e 16 de maio de 2010.

Esta cidade bilíngüe (francês e alemão) tem uma longa história de tradição libertária. É uma velha cidade que vale a pena ser visitada, e está maravilhosamente bem localizada, entre o lago de Neuchâtel e as Colinas Jurassianas.

Numerosas editoras francesas, suíças, alemãs e italianas estiveram por lá para apresentar a literatura anti-autoritária contemporânea, tendo como participantes o CIRA de Lausanne e de Marseille, a FAU de Berne, as Edições Entremonde, (Entremundos), a Livraria Espace Noir (Espaço Negro), Graswurzelrevolution, Libertäre Aktion Winterthur, Karakök Autonome, Edizioni La Baronata, Zeitpunkt, as Edições do Monde Libertaire (Mundo Libertário), entre outras iniciativas anarquistas.

Aconteceram diversas conferências, entre elas a de Marianne Enckell, que falou sobre “O movimento anarquista e a importância das bibliotecas”, a de Lou Marin que abordou o tema “Albert Camus e o anarquismo”, ou ainda uma outra de Michel Némitz, que discorreu sobre “A Federação Jurassiana”, para citar só as que eram em francês, e que atraíram um numeroso público.

Outros espaços da cidade foram acoplados a Feira, como a La Coupole, para os concertos e performances, onde, entre outros, se apresentaram Fred Alpi e o grupo Berlinska Droha, de Berlim, da Alemanha.

No squat LaBiu, rolava o serviço de refeições vegan, com preço livre. Lá também se projetou um filme-documentário sobre os operários anarquistas do setor de mármore de Carrara, na Itália.

Várias centenas de pessoas visitaram esta feira do livro e vendemos, com um companheiro do grupo La Vache Noire (A Vaca Negra), da Federação Anarquista Francófona, 700 euros de um grande lote de Edições do Monde Libertaire (Mundo Libertário) e das Edições Libertaires (Libertárias).

Alayn Dropsy

Semanário “Le Monde Libertaire” Nº 1598 (3-9 de junho de 2010)

Tradução > Liberdade à Solta

agência de notícias anarquistas-ana









cartaz da 28ª edição da feira do livro anarquista de londres, que coisa linda!

Há dias atrás foi divulgado o cartaz da 28ª edição da feira do livro anarquista de londres, o pôster ficou maravilhoso, de encher os olhos... edd baldry, autor do trampo, realmente manda bem nos traços... ele já tinha feito o cartaz da feira do ano passado, que também ficou muito bonito, mas este ano o cara se superou...

mais infos sobre como foi feito o cartaz, ver detalhes, os esboços, ou a liberdade de criar ganhando formas, entre aqui:

http://www.lasthours.org.uk/blogs/london-anarchist-bookfair-poster-2010/

A feira do livro anarquista de londres (reino unido) acontece em 23 de outubro de 2010, quiçá é a maior do gênero neste mundão...

ah, aproveitando a deixa, e dentro do contexto livresco, segue em anexo um trabalho recente do compa rafael iglesias intitulado "defesa pessoal"... o trampo deste espanhol também me encanta, principalmente pelas doses de humor nos seus trabalhos, a igreja que o diga...

el pececito chuva de fogo


Notícias libertárias da Europa

[Alemanha]

“Criar Utopia!”

Sob o lema "Criar Utopia!” cerca de 500 pessoas participaram de uma manifestação em Berlim-Kreuzberg no dia 12 de junho, em defesa das casas ocupadas e pela criação de novos espaços sociais. Um grande contingente das forças de segurança acompanhou o ato.

Ao término da passeata os manifestantes tentaram ocupar uma casa parcialmente vazia, mas foram impedidos pela polícia com violência, que reagiu com spray de pimenta contra os ativistas. Depois de momentos de tensão e choques, os manifestantes conseguiram entrar no prédio e ocupá-lo. Mas após um curto período de tempo, as instalações foram evacuadas pela polícia novamente.

Galeria de imagens:

› http://www.umbruch-bildarchiv.de/bildarchiv/foto2/120610createutopia/index.htm

[Espanha]

“Jornadas Européias de Okupação”

“A okupação é só uma trincheira, nesta guerra social fazemos de nossos espaços uma verdadeira ameaça”. Esta foi uma das tantas frases estampadas nas faixas que adornavam uma manifestação em defesa dos projetos e casas okupadas, realizada em Barcelona, no dia 19 de junho, dentro das “Jornadas Européias de Okupação”. Durante o cortejo, além dos slogans gritados, os manifestantes colaram cartazes, adesivos, e, sobretudo, fizeram pichações contra o capitalismo, a crise, e a favor da okupação. Mais de 300 pessoas participaram do protesto.

As “Jornadas Européias de Okupação” aconteceu de 17 a 20 de junho, no Centro Social Okupado La Forsa, com diversas discussões, reflexões e debates sobre okupação como uma ferramenta de luta, a transversalidade e diversidade deste movimento na Europa do capital, o endurecimento das leis, especulações nos bairros e outras questões.

Mais infos:

› http://jornadasokupacin.blogspot.com/

[França]

Ação antifascista em Bordeaux

Em 16 de junho cerca de 80 antifascistas se reuniram no centro de Bordeaux para boicotar a conferência organizada pelo pequeno grupo de extrema-direita “Égalité&Reconciliation”. Sob o inocente título de "Sair da ecologia de mercado: pensar o decrescimento econômico” a extrema-direita procurou ser visível na cidade.

Protegidos por volta de 40 policiais antidistúrbios e vários secretas, os cerca de 20 "identidários" celebraram a sua conferência entre os gritos e vaias dos 80 antifascistas que participaram da concentração antifascista.

No ano passado, na mesma data, os fascistas de “Égalité&Reconciliation” organizaram outra conferência que pode acontecer após a repressão policial contra os numerosos antifascistas que protestavam em frente do Ateneu Municipal.

Nesta de 16 de junho passado, os racistas de “Égalité&Reconciliation” convidaram Alain de Benoist, pseudo-filósofo nazista com bons amigos entre os antigos membros das SS, e considerado um dos ideólogos da nova direita “alternacionalista", que recupera valores próprios da esquerda (anticapitalismo) para tentar integrá-los em um discurso nacionalista, racista e xenófobo.

Esta é a segunda mobilização antifascista em um curto espaço de tempo em Bordeaux, após o bloqueio realizado em 29 de maio contra a "Marcha pela Vida" dos ultracatólicos, que não puderam entrar no centro da cidade.

Vídeo:

› http://www.youtube.com/watch?v=EisuuSU_6tk&feature=player_embedded

[Reino Unido]

Fim às experiências com animais

Neste sábado, 19 de junho, aproximadamente 80 ativistas marcharam pelas ruas da cidade de Sheffield protestando pelo fim da experimentação com animais na Universidade de Sheffield. Na frente desta instituição os ativistas realizaram um comício contra a vivissecção em seus laboratórios.

Galeria de imagens e vídeo:

http://saeis.wordpress.com/2010/06/20/photos-from-yesterdays-march/#more-196

agência de notícias anarquistas-ana



A realeza também cai...


Sobe para 850 o número de presos em protestos no Canadá

Aproximadamente 850 pessoas estão presas por conta dos protestos que marcaram as reuniões de cúpula dos países mais industrializados do mundo (G8) e das nações emergentes (G20), que terminou neste final de semana em Toronto.

Um comunicado da polícia canadense indica que os detidos se envolveram em "incidentes violentos" durante as manifestações. As autoridades não informaram que acusações pesam contra os ativistas ou quanto tempo eles ficarão presos. Hoje ainda podem ocorrer mais prisões.

Os últimos confrontos em Toronto ocorreram ontem (27) quando centenas de manifestantes marcharam em direção ao centro de detenção temporária, um antigo estúdio de cinema criado para abrigar os ativistas presos. A polícia usou bombas de gás para dispersar o protesto solidário que exigia a liberação dos detidos.

Na madrugada de domingo, em Calgary, a terceira cidade mais populosa do Canadá, anarquistas atacaram um banco RBC e um McDonalds, além de realizarem pichações contra o G8 e o G20, numa ação em solidariedade e apoio aos detidos e feridos durante os protestos contra a reunião dos grupos compostos por países desenvolvidos e emergentes.

Vídeo da polícia reprimindo a marcha solidária:


http://www.youtube.com/watch?v=Hu0OXUgckdM&feature=player_embedded

Reportagem fotográfica dos protestos, da repressão policial e do esquema de segurança da cúpula do G20 em Toronto neste final de semana:

http://www.gipfelsoli.org/Repression/Ontario_2010/Ontario_2010_Pictures/8490.html

http://www.gipfelsoli.org/Repression/Ontario_2010/Ontario_2010_Pictures/8500.html

http://www.gipfelsoli.org/Repression/Ontario_2010/Ontario_2010_Pictures/8489.html

http://www.gipfelsoli.org/Repression/Ontario_2010/Ontario_2010_Pictures/8497.html

http://www.gipfelsoli.org/Repression/Ontario_2010/Ontario_2010_Pictures/8503.html

http://www.gipfelsoli.org/Repression/Ontario_2010/Ontario_2010_Pictures/8492.html

http://www.gipfelsoli.org/Repression/Ontario_2010/Ontario_2010_Pictures/8504.html

http://www.gipfelsoli.org/Repression/Ontario_2010/Ontario_2010_Pictures/8494.html

http://www.gipfelsoli.org/Repression/Ontario_2010/Ontario_2010_Pictures/8501.html

http://www.gipfelsoli.org/Repression/Ontario_2010/Ontario_2010_Pictures/8483.html

agência de notícias anarquistas-ana











Os príncipes também caiem...


[Espanha] Solidariedade com o/as antifascistas russo/as assassinado/as

[Antifascistas se concentram em frente a Embaixada Russa em Madri para recordar a todo/as o/as companheiro/as russo/as assassinado/as impunemente por fascistas daquele país nos últimos meses.]

No dia 24 do passado mês de maio foram realizados dois ataques de grupos fascistas nas cidades de Riazán e de Moscou. Nesse funesto dia, os nomes de Dmitry Kashitsyn e de Kostya Lunkin passaram a fazer parte da cada vez mais extensa lista de vítimas do fascismo na Rússia, que cresce dia após dia com a cumplicidade das Forças de Segurança do Estado Russo.

Na cidade de Riazán, o jovem antifascista Kostya Lunkin, de 25 anos, foi abordado na frente de sua própria casa no dia de seu aniversário. A superioridade numérica de seus agressores lhe impediu de evitar o ataque e foi vítima de uma dura surra que terminou fraturando o crânio, onde entrou em estado de coma que nunca chegou a acordar. Faleceu sete dias depois por causa do espancamento. Pese a que dois "supostos" participantes do assassinato foram detidos e reconhecidos pelas testemunhas da agressão, eles foram postos em liberdade no dia seguinte.

Por outro lado, Dmitry Kashitsyn, de 27 anos, e seu grupo de amigos, celebravam nesse mesmo dia, 24 de maio, o aniversário de um deles ao noroeste da cidade de Moscou. Sem prévio aviso, um grupo de uns 40 fascistas, armados com pistolas de fogo e canivetes, atacaram o pequeno grupo que ainda continuava na celebração. O enfrentamento se saldou com a morte de Dmitry, que morreu antes da chegada da polícia e dos serviços médicos. Em seguida seu pai também faleceria devido a um ataque cardíaco.

Trata-se de dois novos assassinatos em um país onde as agressões de caráter racista contra imigrantes, militantes antifascistas, jovens de determinada estética ou indigentes são cada vez mais recorrentes. Só no período de 2003 até 2008, foram assassinadas mais de 300 pessoas a mãos destes grupos, sendo em muitas poucas ocasiões detidos os participantes destes fatos. A polícia russa tem mostrado de forma clara sua cumplicidade para com estes grupos ultradireitistas, que atuam com total impunidade, organizados em estruturas paramilitares que contam com treinamento militar e armamento.

Estes infames fatos, ocorridos nas entranhas do país que foi o principal artífice da derrota do nazi-fascismo durante a Segunda Guerra Mundial, fazem que seja mais fundamental que nunca recuperar o espírito do 9 de maio, Dia da Vitória. Os nomes de Dmitry e de Kostya passaram a estar junto daqueles que no passado deram suas vidas lutando contra a Alemanha hitlerista, e também junto aos de Alexander Rukhin, Alexey Krylov, Stanislav Markelov, Anastasia Baburova, Iván Khutorskoy, junto ao de nosso companheiro Carlos Palomino, e junto ao de outras tantas pessoas que foram vítimas do sanguinário fascismo. Que seus nome jamais sejam esquecidos!

Dmitry, irmão, nós não esquecemos!

Kostya, irmão, nós não esquecemos!

Não passarão!

Madri, 18 de junho de 2010.

Coordenadoria Antifascista de Madri

Fotos:

http://theplatform.nuevaradio.org/index.php?p=1054

agência de notícias anarquistas-ana

As praias da costa do golfo do méxico


[EUA] “Morte, morte, morte aos fascistas”

Sábado, 19 de junho, o Ação Anti-Racista se juntou a um grupo de 30 militantes anti-fascistas que se mobilizou para confrontar os supremacistas brancos e seus simpatizantes no encontro das Nações Arianas [considerada a mais virulenta organização racista dos Estados Unidos] em Gettysburg, na Pensilvânia. Uma licença foi dada as Nações Arianas para que seus membros pudessem se reunir no parque estadual, sendo protegidos por muitos policiais e até mesmo pela guarda nacional. Por causa disto, nenhuma confrontação física pode acontecer entre anarquistas e membros das Nações Arianas durante o encontro, no entanto, com a brilhante precaução do serviço de parque e da polícia da Pensilvânia, manifestantes e simpatizantes foram reunidos na mesma área isolada, o que permitiu uma pequena quantidade de confrontação física. Pequenos enfrentamentos aconteceram no lugar antes da polícia de choque intervir e acabar com as brigas, entre os gritos de “Morte, morte, morte aos fascistas” e “Hey Nazis, Hey nazis, qualé que é, qualé que é, venham para a nossa cidade e acabaremos com vocês”.

Além dos anarquistas estavam também presentes aproximadamente 20 membros do Partido Trabalhista Progressivo. Eles foram extremamente eficazes marchando em círculos e reivindicando a responsabilidade por ações que aconteceram 65 anos atrás, mas não muito mais que isso. Bastante surpreendente foi ver a falta de capacidade dos supremacistas brancos de se operar um sistema para poder se dirigir ao público: na área onde estavam manifestantes e simpatizantes, ninguém conseguia escutar uma palavra do que eles estavam dizendo. Alguns simpatizantes das Nações Arianas foram seguidos até seus carros e confrontados, então fugiram para buscar a proteção de mais policiais.Várias fotos foram tiradas dos nazistas que em breve ficarão famosos na internet, isto se eles já não são.

Foi um fracasso a tentativa das Nações Arianas de divulgar sua propaganda, grande parte por causa de sua própria incompetência; mas um admirável esforço foi demonstrado pelo ARA, dado que o evento foi realizado na Pensilvânia e havia uma quantidade enorme de policiais no encontro.

Nós, do Ação Anti-Racista, aprendemos que a militância é a forma mais efetiva de se combater as atitudes e grupos de extrema-direta e fascistas, e que a confrontação, oposta à alcovitice liberal, é um meio muito melhor para acabar com a disseminação do fascismo em nossas comunidades.

Embora as Nações Arianas seja um grupo marginal, muitas das atitudes que eles advogam são acatadas por muitos seguidores da festa do chá e um montante relativamente grande de estadunidenses brancos. Por estas razões, e porque o fascismo sempre deve ser confrontado, é imperativo que permaneçamos comprometidos com a ação direta militante contra a ascensão destes grupos e ideologias de extrema-direita.

Tradução > Marcelo Yokoi

agência de notícias anarquistas-ana

Mais de 500 detenções em Toronto após os protestos contra a cúpula do G20

A polícia canadense já realizou mais de 500 detenções em Toronto neste final de semana durante e depois dos duros protestos realizados contra a cúpula do G-20 (grupo que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo). Ocorreram protestos esporádicos na cidade durante a noite deste sábado. Hoje (27) foram registradas novas manifestações e confrontos, e a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.

As pessoas detidas são mantidas num antigo estúdio de cinema no leste da cidade. Um elevado número de detenções aconteceu na manhã deste domingo no campus da Universidade de Toronto, onde foi realizada uma operação policial em que foram apreendidos "tijolos, paus e pedras”, segundo a imprensa local.

Houve relatos na imprensa que alguns dos manifestantes foram detidos quando saíam do sistema de esgoto no centro de Toronto. Isso fez com que as autoridades soldassem várias tampas de bueiros.

A Rede de Mobilização Comunitária de Toronto, uma coalizão de grupos que ajudou a organizar os protestos durante o mês que antecedeu a cúpula do G-20, realizou neste domingo uma manifestação de solidariedade aos prisioneiros no local onde os manifestantes estão detidos.

Em relação às prisões, um porta-voz da polícia disse à imprensa que ainda não sabia o número de acusações formalizadas, mas elas vão de “perturbação do sossego, obstrução ao trabalho da polícia, agressão, distúrbios, danos e participação em assembléia ilícita”.

Infos atualizadas, fotos e vídeos:

http://2010.mediacoop.ca/

http://toronto.mediacoop.ca/

http://nooneisillegal-montreal.blogspot.com/

agência de notícias anarquistas-ana

O NEGRO E O VERMELHO

CAPÍTULO VI

Posição do Problema Político. – Princípio de Solução

Se o leitor seguiu com alguma atenção a exposição precedente, a socie¬dade humana deve aparecer¬ lhe como uma criação fantástica, repleta de espantos e mistérios. Relembremos brevemente os seus diferentes termos:
a) A ordem política assenta sobre dois princípios conexos, opostos e irredutíveis: a Autoridade e a Liberdade.
b) Destes dois princípios, deduzem¬ se paralelamente dois regimes con¬trários: o regime absolutista ou autoritário e o regime liberal.
c) As formas destes dois regimes são tão diferentes entre si, incom-patí¬veis e inconciliáveis, como as suas naturezas; tínhamo¬ las definido em duas palavras: Indivisibilidade e Separação.
d) Ora, a razão indica que toda a teoria deve desenvolver¬ se segundo o seu princípio, toda a existência acontecer segundo a sua lei: a lógica é a condição da vida assim como do pensamento. Mas é justamente o con¬trário que se manifesta em política: nem a Autoridade nem a Liberdade podem constituir¬ se à parte, dar lugar a um sistema que seja exclusi¬vamente próprio a cada uma; longe disso, elas estão condenadas, dentro dos seus estabelecimentos respectivos, a fazerem¬ se perpétuos e mú¬tuos empréstimos.
e) A consequência é que a fidelidade aos princípios não existindo em política senão em ideal, a prática sendo obrigada a sofrer transacções de toda a espécie, o governo reduz¬ se, em última análise, apesar da melhor vontade e toda a virtude do mundo, a uma criação híbrida, equívoca, a uma promiscuidade de regimes que a lógica pura repudia, e diante da qual a boa fé recua. Nenhum governo escapa a esta contra¬dição.
f) Conclusão: Entrando o arbitrário fatalmente na política, a corrupção torna¬ se depressa a alma do poder, e a sociedade é arrastada, sem repouso nem tréguas, pela rampa sem fim das revoluções.
O mundo encontra¬ se aí. Não é nem o efeito de uma brincadeira satâ¬nica, nem de uma enfermidade da nossa natureza, nem de uma condenação da providência, nem de um capricho da sorte ou de uma paragem do Des¬tino: as coisas são assim, é tudo. Depende de nós tirar o melhor partido desta situação singular.
Consideremos que desde há mais de oito mil anos, – as recordações da história não passam para além, – todas as variedades de governo, todas as combinações políticas e sociais foram sucessivamente experimentadas, abandonadas, retomadas, modificadas, disfarçadas, esgotadas, e que o insucesso recompensou sempre o zelo dos reformadores e iludiu a espe¬rança dos povos. Sempre a bandeira da liberdade serviu para abrigar o despotismo; sempre as classes privilegiadas se rodearam, no próprio inte¬resse dos seus privilégios, de instituições liberais e igualitárias; sempre os partidos mentiram ao seu programa, e sempre a indiferença sucedendo à fé, a corrupção ao espírito cívico, os Estados sucumbiram devido ao de¬sen¬volvimento das noções sobre as quais se tinham fundado. As raças mais vigorosas e mais inteligentes cansaram¬ se nesta tarefa: a história está cheia da descrição das suas lutas. Por vezes uma série de triunfos criando ilusão sobre a força do Estado, fez acreditar numa constituição excelente, numa sabedoria de governação que não existiam. Mas, vinda a paz, os vícios do sistema saltaram aos olhos, e os povos repousaram na guerra civil as fadigas da guerra exterior. A humanidade tem ido assim de revolu¬ção em revolução: as nações mais célebres, as que tiveram a mais longa carreira, não sobreviveram senão dessa forma. De todos os governos conhecidos e praticados até hoje, não existe um que, se condenado a sub¬sistir pela sua virtude própria, durasse a vida de um homem. Coisa estra¬nha, os chefes de Estado e os seus ministros são de todos os homens aqueles que menos acreditam na duração do sistema que representam; até à chegada da ciência, é a fé das massas que mantém os governos. Os Gregos e os Romanos, que nos legaram as suas instituições com os seus exemplos, chegados ao momento mais interessante da sua evolução, afun¬daram¬ se no desespero; e a sociedade moderna parece chegada por sua vez à hora da angústia. Não acrediteis na palavra desses agitadores que gritam: Liberdade, Igualdade, Nacionalidade; eles não sabem nada: são mortos que têm a pretensão de ressuscitar os mortos. O público escuta¬ os um instante como faz com os bobos e os charlatães; depois vai¬ se, com a razão vazia e a consciência desolada.
Sinal certo de que a nossa dissolução está próxima e que uma nova era vai começar, a confusão da linguagem e das ideias chegou ao ponto em que qualquer um se pode proclamar à vontade republicano, monárquico, democrata, burguês, conservador, divisionista, liberal, e tudo isto à vez, sem temer que alguém o convença da mentira nem do erro. Os príncipes e os barões do primeiro Império tinham feito as suas provas de republica¬nismo intransigente. A burguesia de 1814, repleta de bens nacionais, a única coisa que compreendeu das instituições de 89, era liberal, mesmo revolucionária; 1830 refê¬ la conservadora; 1848 tornou¬a reaccionária, católica e mais que nunca monárquica. Actualmente são os republicanos de Fevereiro que servem a realeza de Vítor¬ Emanuel, enquanto os socia¬listas de Junho se declaram unitários. Antigos amigos de Ledru¬ Rollin juntam¬se ao Império como a verdadeira expressão revolucio¬nária e a forma mais paternalista de governo; outros, é verdade, tratam¬ nos como vendidos, mas reagem com furor contra o federalismo. É o lamaçal siste¬mático, a confusão organizada, a apostasia permanente, a traição universal.

terça-feira, junho 29, 2010

Maria de Lurdes Rodrigues escreve sobre as medidas que tomou na Educação

A escola pública pode fazer a diferença” é o título do livro que a antiga ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues lança na próxima quinta feira, no qual explica as medidas tomadas durante o seu mandato.

A obra, que será editada pela Almedina, aborda 24 medidas de política educativa, sendo sobre cada uma delas apresentado um diagnóstico, a forma de concretização, bem como os resultados alcançados. O livro está dividido em três partes, designadamente equidade e diminuição das desigualdades, qualidade e eficiência e modernização.

Maria de Lurdes Rodrigues foi responsável por medidas como as actividades de enriquecimento curricular, o encerramento de escolas no 1.º ciclo, o alargamento dos cursos profissionais no ensino secundário, o programa Novas Oportunidades, a modernização das escolas secundárias, entre outras.

Foram bastante polémicas as alterações introduzidas no estatuto da carreira docente e na avaliação de desempenho dos professores, durante o seu mandato.

Maria de Lurdes Rodrigues foi ministra da Educação no primeiro Governo de José Sócrates, entre 12 de Março de 2005 e 26 de Outubro de 2009. É desde dia um de Maio presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

A apresentação realizar-se-á quinta-feira, dia 01 de Julho, pelas 14h30, na Livraria Almedina do Atrium Saldanha.

Caros colegas,

este livro só pode ser entendido com uma afronta, mais uma, aos professores. Merece que alguém lá esteja a fazer o contraponto! É uma questão de dignidade!

Francisco Trindade

vamos ver quem é que fica com o bocado maior...

Okupa Flor do Asfalto ameaçada de desalojo

[A Okupa Flor do Asfalto, um espaço libertário político e cultural situado no Rio de Janeiro está sob risco de despejo. No dia 21 de junho último o local foi "visitado" por uma autoridade judicial com um mandato de reintegração de posse do imóvel. A seguir uma nota da okupação.]

Comunicado:

A todos companheiros, a todas as flores e espinhos…

Copa do Mundo em 2014, Olimpíadas em 2016, o Rio de Janeiro se prepara para novos negócios, novos empreendimentos. A cidade dos contrastes precisa de mais máscaras que escondam a miséria, a desigualdade, a injustiça. Primeiro passo: tirar o povo pobre do centro. As formas não têm escrúpulos nem medidas. Podem ser o desalojo de ocupações, incêndios misteriosos (como o ocorrido no camelódromo na Central do Brasil e em tantas ocupações e comunidades), choque de ordem¹,o controle social é reforçado, varias favelas da zona sul e centro foram escolhidas para serem dominadas pelas UPP's² (Unidades de Polícia “Pacificadora”) e na zona portuária nos deparamos com um projeto (porto maravilha) de “revitalização” onde os interesses econômicos falam muito alto: construção do maior aquário da América Latina, prédios de 50 andares, bancos, museu, estacionamento para iates, e uma variedade de excêntricos investimentos. A realidade atual do lugar é outra muito diferente, mas estamos sentindo na pele estes processos. Em meio a região que figuram estes megalomaníacos projetos se encontra nossa okupação (“Havia uma Flor no meio do caminho. No meio do caminho havia uma Flor”). Um espaço de 2500 metros quadrados, que está dividido em duas partes, uma na qual moram mais de 20 famílias e a outra onde se encontra um espaço anarkista auto-gerido chamado Flor do Asfalto, que existe há quase 4 anos. Além de funcionar como moradia de individuxs de afinidade, se desenvolve como espaço cultural. Muitos eventos, oficinas, trocas de idéias, aconteceram e continuam acontecendo. Existe uma biblioteca, oficina de serigrafia, um herbário, atelier, oficina de bicicletas, uma pequena agroflorestas com uma média de 70 espécies (algumas em extinção), cooperativa de alimentos, cozinha comunitária e outras coisas mais.

No dia 21 de junho de 2010, segunda-feira, recebemos a visita de um oficial de (in)justiça, que chegou com um mandado de reintegração de posse (com um mês de prazo) destinado a uma empresa de arquitetura que há muitos anos atrás funcionava no local, se deparou com famílias, crianças e indivíduxs que aqui vivem e percebeu assim que não havia empresa alguma para desalojar. A questão é que agora esta informação precisa chegar as mãos do juiz, da 27ª Vara Cível Federal, e dele dependerá a decisão de emitir a ordem de desalojo. Podem ser semanas, meses, como pode acontecer a qualquer momento... é muito incerto.

Sabemos também que a situação pela qual estamos passando não é isolada, ela está contextualizada numa realidade onde os interesses dxs ricxs são os de maior peso, e outras ocupações da região e centro já passaram ou estarão enfrentando o mesmo problema.

Acreditamos que a força e a solidariedade entre xs não privilegiadxs, o apoio mútuo, são as nossas armas fundamentais!

Toda okupação é uma barricada!

Morte ao Estado, Viva a Anarkia!

Flor do Asfalto resiste!

Mais infos: flordoasfalto@bol.com.br

[1] Choque de Ordem - Política de “limpeza” social levada a cabo pela prefeitura do Rio de Janeiro que inclui a repressão a vendedorxs informais, moradorxs de rua, e o desalojo de ocupações e comunidades.

[2] UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) - Destacamentos da Polícia Militar que estão invadindo e se fixando em um número crescente de favelas com o objetivo de ampliar o controle do Estado sobre a população pobre e favelada.

agência de notícias anarquistas-ana

[Reino Unido] "Tudo o que estes presos necessitam é saber que você ainda está sendo a voz dos sem voz"

[A seguir entrevista com a britânica Sarah Gisborne, ex-presa animalista. Nesta conversa ela fala como começou a sua luta pela libertação dos animais e alguns aspectos da sua passagem pela prisão.]

Pergunta > Quais foram as acusações contra você?

Sarah Gisborne < As acusações foram conspiração para causar danos a oito carros de pessoas relacionadas com a Huntingdon Life Sciences [laboratório que tortura e mata centenas de animais todos os dias em experimentos], ou de pessoas que tinham fortes laços com eles.

Fui detida em julho de 2004. Em novembro me enviaram para a prisão de Holloway. Em fevereiro de 2005 fui condenada a seis anos e meio, aí eu já havia me declarado culpada (bem... não tinha muita escolha... quando me pegaram estava coberta de diluente de pintura para danificar os carros...). Vi minha condenação ser reduzida para cinco anos e meio no tribunal de apelações. Depois fui transferida para a prisão de Cookham Wood, em Kent.

Pergunta > E como tudo isso começou para você?

Sarah < Bem, anos atrás, quando era pequena, estava passeando com o meu cão e olhando os pescadores, pescando junto do rio, aí tudo isso começou a tornar-se muito desagradável pra mim... Até mesmo passei a vê-los em sonhos, e sempre de forma angustiante. Sempre tinha pesadelos sobre peixes, quando os tiravam da água... Esse foi o começo, o momento em que percebi quanto os meus padrões de vida eram diferentes das pessoas que me rodeavam. Minha mãe, nessa época, nos trouxe 12 galináceos que viveram entre nós, até que morreram de velhice.

Naturalmente, não comecei a me envolver em campanhas quando tinha 7 anos, isso levou algum tempo, foi em 1999, quando já 34 anos. Ainda que, inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde acabasse por tentar dar um passo mais além para aliviar a frustração que ardia e palpitava dentro de mim. Vi um anúncio de uma manifestação que iria acontecer contra uma granja de cobaias (coelhos das índias) em Staffordshire. Fui, vi aquilo e tomei uma decisão. Aquilo era para mim, era o que tinha de fazer também.

Pouco a pouco fui conhecendo mais e mais lutas e campanhas, como por exemplo, as campanhas para fechar a Huntingdon Life Sciences. E assim me tornei uma ativista efetivamente. Primeiro, fui para a prisão por roubar produtos farmacêuticos da marca Roche (relacionados com a HLS). Eu e mais alguns fomos condenados por isso com um ano de prisão. Nesse mesmo ano voltaram a me condenar por estourar os vidros da casa do irmão de Brian Cash (o diretor da HLS), em North Yorkshire, juntamente com duas outras pessoas. E então veio a última condenação, que também foi a mais longa.

Vou ser sincera, a prisão pode ser frustrante, você se sente sozinha e muitíssimas mais coisas, mas às vezes isto traz inesperadas coisas boas. Bem, lá eu conheci a pessoa que agora é minha companheira.

Pergunta > Como você se encontra desde que saiu da prisão e o que está fazendo atualmente?

Sarah < Quando chega o dia de deixar para trás as portas da prisão tudo se converte numa mistura de emoções: alegria, expectativa, nervosismo, pôr os pés na terra...

Comecei a trabalhar com cavalos resgatados e também ajudei num centro local de resgate de gatos. Também encontrei uma nova amiga, um coelho fêmea que vive comigo em casa, é divertidíssima e me faz rir muito. Marion e Mark, dois amigos, tinham muito gentilmente cuidado do meu cavalo.

Estou neste momento à procura de trabalho, então se alguém precisar de uma condutora ou de uma cuidadora de animais, eu sou a garota que eles procuram. Considerarei qualquer oferta.

A transição da prisão para a vida normal em tua casa pode ser dura, especialmente se o que você conhecia já não está mais lá, e esse é o ponto em que a ajuda da família, amigos ou o parceiro é vital. Depois de vários anos atrás das grades, você se torna um ser institucionalizado.

Visito todos os meus amigos encarcerados, que tristemente são poucos visitados e estou tentando começar o meu próprio negócio do cuidado animal, embora esta seja a pior época do ano para isso.

Se você levar no coração a luta pela justiça isso não vai mudar você, após alguns anos na cadeia. A maioria das pessoas que estão lá por tentar acabar com o sofrimento dos animais, já tinham estado lá em ocasiões anteriores. O apoio que recebi e generosidade foram incríveis e cada palavra solidária me tornou mais forte. OBRIGADO!

Os companheiros que agora mesmo estão na prisão são pessoas muito especiais e um mundo sem eles lutando pela liberdade dos outros, é um mundo pior. A prisão não é sequer o pior que pode acontecer com você, tudo é uma questão de perspectiva. Todos temos prioridades e seria bom para todos nós, que o apoio aos presos fosse uma destas prioridades, assim como continuar lutando contra a injustiça, amanhã e sempre.

E pelos presos, por favor, nos esforcemos para fazer algo por eles, como por exemplo uma manifestação com o seu grupo local. Tudo o que estes presos necessitam é saber que você ainda está sendo a voz dos sem voz. Então, façam o que puderem, vocês marcarão a diferença.

Estou orgulhoso de quem sou e do que sou. Boa sorte a todos!

Tradução > Liberdade à Solta

agência de notícias anarquistas-ana

o homem com a mosca...


Explosão de carta-bomba mata assessor de ministro grego

Segundo informações das agências de notícias, um assessor do ministro para a Proteção do Cidadão grego, Michalis Chrisochoidis, morreu hoje (24) em Atenas, depois da explosão de uma carta-bomba que passou pelos controles de segurança do Ministério.

A vítima foi identificada como Georges Vassilakis, 52, e era agente da polícia e assessor de campo do ministro Chrisochoidis. A forte explosão ocorreu em seu escritório, situado a alguns metros do gabinete do ministro Michalis Chrisochoidis, e pôde ser ouvida em todo o centro de Atenas. O ministro estava dentro do prédio quando a bomba explodiu.

Não houve alertas nem registros de outros feridos. Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque.

A explosão aconteceu por volta das 21h15 local no sétimo andar do prédio, situado em uma grande avenida periférica de Atenas, sede do Ministério e da polícia.

Esta é a primeira vez que se comete um ataque contra o aparato de segurança grego, em um edifício cuja entrada está sob estrito controle policial.

agência de notícias anarquistas-ana

[Espanha] Estádio do Barcelona é atacado com artefato incendiário

Comunicado:

Na noite de terça para quarta-feira, 23 de junho, em pleno fervor midiático pela patética vitória da seleção espanhola, temos colocado um artefato incendiário composto por vários galões de gasolina e dois botijões de gás de camping numa sucursal do banco La Caixa, situado no Estádio Camp Nou, em Barcelona. Apesar de que provavelmente esta seja uma das poucas sucursais da cidade que não abriga algum sem-teto, a razão pela qual escolhemos este lugar para a ação não foi esta, nem tampouco foi casual. Elegemos atacá-la especificamente por pertencer às instalações do Camp Nou, que consideramos o objetivo extremo do golpe.

Com esta escolha, sem dúvida, haverá alguém que fique chocado. Haverá quem, negando com a cabeça, se perguntando o porquê desta mescla de futebol e “política". Inversamente, a nós nos estranha que não se esperasse um ataque dirigido especificamente contra este mundo. E apesar do derrotismo e a sonolência social reinante, nunca deixa de surpreender a insolência com que os nossos inimigos pensam que podem nos enganar repetidas vezes.

Os tubarões do governo e da burguesia que com tanto entusiasmo promovem o negócio futebolístico, realmente esperavam que podiam manter milhares de desempregados, milhares de pessoas bronqueadas, babando e olhando fixadamente para uma bola quicando de gol a gol, sem mesmo intuir a armadilha? Realmente acreditam que nem um só entre todos nós cuspiria sua raiva sobre o espetáculo, que nos resignaríamos a bater palmas e sorrir para a tela, enquanto a corda continua a apertar no nosso pescoço?

A função social que cumpre o nojento negócio do futebol moderno, e da seleção espanhola e o do Barcelona, em particular, é profundamente política. Nós atacamos o Camp Nou por ser o nosso particular e atualizado circo romano, pelo seu poder de distração e alienação em um momento de miséria crescente. Atacamos com especial raiva, conscientes de que também estávamos golpeando um símbolo, uma "marca" de atração internacional que desempenha um papel significativo na transformação de Barcelona em um enorme terreno baldio de plástico que foi vendido para a especulação e o turismo. Atacamos porque apesar das manobras de propaganda, no porão de sua cidade show, nas ruas, ali onde nos afastam com paus para longe da vista dos turistas e dos ricos, se multiplicam os graves abusos que ferem a nossa dignidade e a nossa consciência.

Toda gente que tenham posto a dormir nos caixeiros bancários, as centenas de pessoas que se tornaram viciadas em álcool ou antidepressivos, os imigrantes que caçam nas ruas como cães e são torturados até a morte nos CIEs por serem indocumentados... A angústia, o medo, as dívidas, os eternos segundos sob o olhar do chefe, os hospitais, as prisões, os cemitérios... Como se celebra toda essa violência? Como se relaciona com a onipresente propaganda futebolística, se não com a fúria e a indignação de quem sabe que está sendo tapeado?

Optamos seguir atacando o edifício social que construíram sob as nossas costas, com a esperança excitante de ver um dia tudo desmoronar com vocês dentro... Em silêncio, à sombra dos estádios, dos bancos, das instituições do Estado, das delegacias e sedes dos partidos políticos, demonstrando que sob a Barcelona anestesiada palpita a bela Rosa de Fogo, que anos atrás dominava a cidade, e que ainda hoje faz brotar suas pétalas incandescentes na destruição dos símbolos e estruturas de humilhação acumulada. Voltaremos a atacar... Mas até lá, lançamos uma mensagem para todos aqueles que estão chegando aos limites da sua paciência, que sentem em suas veias as batidas da fúria, mas ainda relutam em sair as ruas contra tanto abuso e tanta miséria:

Não há nada que esperar, agora é o momento, agora é nosso momento!

Invisíveis

agência de notícias anarquistas-ana

Salvem os ricos

Um dos argumentos tantas vezes repetidos para dar utilidade à inutilidade da concentração da riqueza pelos, apesar de eleitos maioritariamente por não milionários, representantes dos interesses dos mais afortunados no poder político é o da criação de emprego. Porém, os números vão mostrando que a correlação que apontam não passa de um mito conveniente.


Durante o ano passado, à semelhança do que acontece no resto de um mundo dominado pela mesma ideologia que vê no fenómeno uma virtude, segundo o estudo “World Wealth Report 2009”, o número de portugueses com um património superior a 1 milhão de dólares aumentou 5,5 por cento. Não entram nestas contas o património imobiliário, carros de luxo, iates e demais bens consumíveis.

A especulação imobiliária e bolsista é apontada pelo relatório como a principal alavanca que possibilitou que 600 portugueses se pudessem juntar a outros 10400 num grupo de agora 11000 milionários. Ao mesmo tempo, do outro lado da crise, o desemprego cresceu como nunca e o número de desempregados foi batendo records com mais de 50 anos, ultrapassando a barreira dos 600 mil. As grandes fortunas, as mais-valias bolsistas e as operações com off-shores observaram a cena de longe, livres de impostos, para que eles continuem a enriquecer ou, como preferirem,, como se diz por aí, a criar o emprego que não criam. As empresas produtoras de bens transaccionáveis e quem viva do seu trabalho que lhes paguem as borlas.

Quem mais

Sabe quem é o novo presidente da administração da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva? Se a imagem não o esclareceu, veja a seguinte...



O tipo que demoliu a casa do Garrett foi nomeado presidente do Conselho de Administração da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva

A guerra de Obama

Amitai Eztioni é um dos sociólogos mais influentes do mundo. Nascido na Alemanha e emigrado em Israel nos anos fundamentais desse estado, radicou-se depois nos Estados Unidos onde iniciou um longa carreira académica que o levou a algumas das mais prestigiosas universidades desse país: Berkeley, Columbia, Harvard, até culminar, nos últimos anos em Washington, DC, como Professor de Relações Internacionais da George Washington University. Mas as suas actividades não se limitaram aos claustros universitários: foi um consultor permanente de diversos presidentes norte-americanos, especialmente de James Carter e Bill Clinton. E desde o 11/Set, com o auge do belicismo, sua voz ressoou com força crescente no establishment norte-americano. Há poucos dias ofereceu um novo exemplo disso.

Howard Zinn: o historiador do povo

Howard Zinn, o lendário historiador, escritor e activista, morreu na semana passada aos 87 anos. O seu livro mais famoso é A People’s History of the United States. Zinn disse-me em Maio passado: «A ideia de A People’s History é ir além do que as pessoas aprenderam na escola […] a história através dos olhos dos presidentes e generais nas batalhas travadas na Guerra Civil, [para] as vozes das pessoas comuns, de rebeldes, de dissidentes, de mulheres, de negros, de asiáticos americanos, de imigrantes, de socialistas, de anarquistas e de agitadores de todos os tipos».

O NEGRO E O VERMELHO

O povo, devido à sua própria inferioridade e à sua miséria, formará sempre o exército da liberdade e do progresso; o trabalho é republicano por natureza: o contrário implicaria contradição.
Mas, devido à sua ignorância dos seus instintos primitivos, da violência das suas necessidades, da impaciência dos seus desejos, o povo inclina¬ se para as formas sumárias de autoridade. O que ele procura, não são garan¬tias legais, das quais não faz qualquer ideia e não concebe o poderio; não é em absoluto uma combinação de mecanismos, uma ponderação de forças, das quais não sabe que fazer: é um chefe em cuja palavra possa acreditar, cujas intenções sejam suas conhecidas e que se devote aos seus interesses. A esse chefe, ele dá uma autoridade sem limites, um poder irresistível. O povo, olhando como justo tudo o que julga ser¬ lhe útil, tendo en conta que ele é o povo, ri¬ se das formalidades, não faz caso algum das condições impostas aos depositários do poder. Predisposto à desconfiança e à calú¬nia, mas incapaz de uma discussão metódica, não acredita em definitivo senão na vontade humana, não tem esperança senão no homem, não tem confiança senão nos seus semelhantes, in principibus, in filiis hominumn); não espera nada dos princípios, que só eles os podem salvar; não tem a religião das ideias.
Foi assim que a plebe romana, depois de setecentos anos de um regime progressivamente liberal e uma sequência de vitórias conseguidas sobre o patriciado, acreditou resolver prontamente todas as dificuldades destruindo o partido da autoridade, e que exagerando o poderio tribunício deu a César a ditadura perpétua, fez calar o Senado, fechar os comícios, e, por um alqueire de trigo, uma annonao), fundou a autocracia imperial. O que há de curioso, é que esta democracia estava sinceramente convencida do seu liberalismo, e que ela gabava¬ se de representar o direito, a igualdade e o progresso. Os soldados de César, idólatras do seu imperador, estavam cheios de ódio e de desprezo pelos reis: se os assassinos do tirano não foram imolados imediatamente, foi porque César tinha sido visto na vés¬pera experimentando a faixa real sobre a sua fronte calva. Assim os com¬panheiros de Napoleão I, saídos do clube dos Jacobinos, inimigos dos no¬bres, dos clérigos e dos reis, acharam muito simples cobrirem¬ se de títulos de barões, de duques, de príncipes e fazerem a corte ao imperador; não lhe perdoariam ter tomado por esposa uma princesa de Habsbourg.
Entregue a si própria ou conduzida pelos seus tribunos, a multidão nunca fundou coisa alguma. Tem a face virada para trás: nenhuma tradi¬ção se forma nela; não há espírito de encadeamento, nenhuma ideia que adquira força de lei. Da política só compreende a intriga, do governo a abundância e a força, da justiça só a perseguição, da liberdade só a facul¬dade de erigir os ídolos que derruba no dia seguinte. A chegada da demo¬cracia abre uma era de retrocesso que conduziria a nação e o Estado à morte, se não se curvassem à fatalidade que os ameaça de uma revolução em sentido inverso, que actualmente se trata de apreciar.
Tal como a plebe, vivendo dia a dia, sem propriedades, sem empresas, fora dos empregos públicos, está ao abrigo dos riscos da tirania e com ela pouco se inquieta, assim a burguesia, que possui, trafica e fabrica, ávida de terra e dos tratamentos, está interessada em prevenir as catástrofes e assegurar a devoção do poder. A necessidade de ordem trᬠla de volta às ideias liberais: daí as constituições que ela impõe aos seus reis. Ao mesmo tempo que rodeia o governo da sua escolha de formas legais e o sujeita ao voto de um parlamento, ela restringe o direito político a uma categoria de censores e suprime o sufrágio universal; mas evita tocar na centralização administrativa, contraforte ao feudalismo industrial. Se a separação de poderes lhe é útil para contrabalançar a influência da coroa e anular a política pessoal do príncipe; se por outro lado o privilégio eleitoral a serve igualmente bem contra as aspirações populares, a centralização não lhe é menos preciosa, desde logo pelos empregos de que necessita e que colocam a burguesia a partilhar do poder e dos impostos, depois pelas facilidades que ela dá à exploração tranquila das massas. Sob um regime de centrali¬zação administrativa e de sufrágio restrito, onde, enquanto a burguesia pela maioria continua senhora do governo, toda a vida local está contro-lada, toda a agitação facilmente comprimida, sob um tal regime, dizia eu, a classe trabalhadora, arrumada nas suas oficinas, está naturalmente vota¬da ao salariato. A liberdade existe, mas na esfera da sociedade bur¬guesa, cosmopolita como os seus capitais: quanto à multidão, esta entregou a sua demis¬são, não só política mas económica.
Acrescentarei que a supressão ou a continuação de uma dinastia nada mudaria no sistema? Uma república unitária ou uma monarquia constitu¬cional são uma e a mesma coisa: não há senão uma mudança de palavras e um funcionário a menos.
Mas se o absolutismo democrático é instável, o constitucionalismo burguês não o é menos. O primeiro era retrógrado, desenfreado, sem princí¬pios, desdenhoso do direito, hostil à liberdade, destruidor de toda a segu¬rança e confiança. O sistema constitucional, com as suas formas legais, o seu espírito jurídico, o seu temperamento contido, as suas soleni¬dades parlamentares, mostra¬ se nitidamente, no fim de contas, como um vasto sistema de exploração e de intriga, onde a política pende para a agiotagem, onde o imposto não é senão a lista civil de uma casta, e o poder monopoli¬zado o auxiliar de um monopólio. O povo tem o sentimento vago desta imensa expoliação: as garantias constitucionais pouco lhe dizem, e vimo¬ lo, por exemplo em 1815, preferir o seu imperador, não obstante as suas infidelidades, aos seus reis legítimos, apesar do seu liberalismo.
O insucesso alternativo, repetido, da democracia imperial e da consti¬tucionalidade burguesa, tem como resultado o criar um terceiro partido que, asteando a bandeira do cepticismo, não defendendo nenhum princípio, essencial e sistematicamente imoral, tende a reinar, como se disse, pela báscula, quer dizer pela ruína de toda a autoridade e de toda a liberdade, numa palavra pela corrupção. É o que se chamou sistema doutrinário. Acolhido a princípio pela raiva e pela execração dos antigos partidos, esse sistema não demorou a singrar rapidamente, apoiado pelo desencoraja¬mento crescente, e justificado em certa medida pelo espectáculo da con¬tradição universal. Em pouco tempo, tornou¬ se a fé secreta do Poder, a quem o pudor e a decência proibirão sempre de fazer profissão pública de cepticismo; mas ele é a crença confessa da burguesia e do povo que, não sendo já impedidos por nenhuma consideração, deixam expandir a sua indiferença e disso se orgulham. Eis a autoridade e a liberdade perdidas nos espíritos, a justiça e a razão consideradas como palavras vãs, a socie¬dade dissolvida, a nação abatida. O que subsiste não passa de matéria e força brutal; uma revolução torna¬ se, sob risco de morte moral, eminente. Que sairá dela? A história está aí para responder; os exemplos contam¬ se aos milhares. Ao sistema condenado sucederá, graças ao movimento das gerações esquecidas mas incessantemente rejuvenescidas, uma nova transacção, que seguirá o mesmo caminho, e que, por sua vez usada e desonrada pela contradição da sua ideia, terá o mesmo fim. E isto conti¬nuará até que a razão colectiva tenha descoberto o meio de dominar os dois princípios e de equilibrar a sociedade pela própria regularização dos seus antagonismos.

n)Em latim, no original. Nos príncipes, nos filhos dos homens. (N.T.)
o)Em latim, no original. Provisão de mantimentos; colheita dos frutos de um ano. (N.T.)

segunda-feira, junho 28, 2010

pose...


França] Manifesto da Rebellyon TV

A imagem-vídeo democratiza-se: máquinas de filmar, telefones celulares, câmeras de vigilância por vídeo, mas também centenas de canais de TV em cada casa, diariamente milhões de vídeo postados e vistos na internet... Esta generalização de ferramentas para produzir imagem permite simultaneamente visioná-la e fazê-la, mais facilmente... as possibilidades de dizer, mostrar e testemunhar estão mais do que nunca ao alcance de qualquer um: permitir a expressão de todos, coletar informações, dar voz para aqueles e aquelas que nunca a tiveram ou simplesmente para alguém tomar a palavra...

Hoje, as sociedades contemporâneas produzem imagens e usam sem complexos o seu enorme poder sobre o imaginário de cada um. Objeto de propaganda, modela e deforma a nossa maneira de pensar; objeto de controle, torna-se câmera de vídeo-vigilância e ferramenta para arquivo policial tomado de ativistas em manifestações.

Muito poucos espaços oferecem imagens alternativas, ativistas, que vêm para desafiar e questionar este uso normalizado, propagandista e policialesco da imagem: porque a legislação é severa, porque as pessoas filmadas podem ser postas em perigo, porque as plataformas que permitem hoje difundir os nossos vídeos degradam o seu sentido pela publicidade ou pelo vazio que aí se vive.

Querer "fazer vídeo" hoje, quando se é ativista, é uma decisão que não pode ser nunca mais tomada de ânimo leve.

Diante destes fatos, nós - um grupo de pessoas de Lyon - decidimos reunirmo-nos à volta destas preocupações comuns e da proposta de um espaço de difusão de vídeos de divulgação e militantes: Rebellyon TV.

Em consonância com as ferramentas desenvolvidas pelo movimento anti-autoritário e igualitário de Lyon (Radio Canut, Rebellyon, AgendaLyon, Livraria Anarquista La Gryffe ou mais amplamente os nossos sindicatos ou os nossos coletivos…), esta plataforma está firmemente empenhada numa abordagem de questionamento e de mudança da sociedade num sentido igualitário, anti-autoritário.

Rebellyon TV é uma plataforma de difusão vídeo-alternativa e não-comercial (gratuidade, sem publicidade, confidencialidade dos utilizadores etc.), cujos princípios e objetivos fundamentais são:

• Ser um espaço de difusão autônomo: a fim de superar as pressões políticas e econômicas e, assim, decidir por nós mesmos o que será transmitido, fazendo na prática uma crítica aos grandes canais de televisão, bem como às plataformas de internet Dailymotion e Youtube.

• Ser um espaço criativo: pela divulgação de filmes que oferecem uma perspectiva diferente, questionando as nossas representações, que mexam com as nossas imagens pré-concebidas, através da promoção de múltiplas vozes, como uma alternativa à voz única, aquela que limita, dirige, controla, e dita o que se vai ver, aprisionando a nossa imaginação e a nossa liberdade de pensar e de agir.

• Sendo um espaço de reflexão crítica: pela escolha dos temas (por exemplo, movimentos sociais), pela maneira de tratá-los, através da divulgação de imagens censuradas, que ninguém pode ver, que ninguém mostra, pela nossa vontade de re-apropriação do vídeo como um meio para filmar e debater temas que nos tocam.

• Sugerir uma área de elaboração, de teste, de realização, de produção coletiva e de partilha dos nossos saberes: através de oficinas de formação, de empréstimo de equipamentos, de auxílio à realização ou à montagem. Mutualizando os nossos “saber-fazer”, eliminaremos a fronteira entre realizadores, atores, espectadores e observadores.

• Estabelecer um local de arquivo: para lutar contra a fragmentação da memória visual que é a nossa história e um dos fundamentos da nossa reflexão, para fazer a ligação com outros espaços de divulgação que contribuem para difundir estas imagens construindo um contra-poder, uma outra maneira de ver.

Funcionando de maneira informal, auto-gerida e não hierárquica, sem porta-voz, as decisões sendo tomadas por consenso (deliberações e decisões coletivas: tendo em conta os diferentes pontos de vista expressos). As tarefas são livremente divididas segundo os desejos de cada um. O coletivo elabora, escreve, realiza, monta e difunde os filmes em conformidade com a carta de princípios. O coletivo também tem sob sua responsabilidade a moderação dos vídeos propostos. Essas tarefas são distribuídas e mudam regularmente para lutar contra a especialização e o autoritarismo.

Rebellyon TV

Mais infos: http://tv.rebellyon.info/

Tradução > Liberdade à Solta

agência de notícias anarquistas-ana


para ouvir com atenção!...

SALVA VIDAS DE 65 ANOS NÃO SABE NADAR!!!




Clicar na imagem para ampliar

A receita neo liberal a vários níveis...



Os obedientes cães da guerra

Portugal vai enviar mais meios militares para o Afeganistão no Outono. O ministro da Defesa Augusto Santos Silva confirmou que já foram feitos estudos para fundamentar a decisão que o Governo irá apresentar em breve ao Conselho Superior de Defesa Nacional e à Assembleia da República. Segundo o ministro da Defesa o dinheiro gasto com os militares portugueses destacados no exterior «é bem gasto». O governante afirmou que as forças portuguesas no estrangeiro representam «aumento de prestígio e melhora a imagem de Portugal no mundo».

Dinheiro gasto para ajudar os portugueses mais pobres são gastos que o país não pode sustentar, mas gastar milhões numa guerra sem justificação é dinheiro “bem gasto”. Ir para o “cu de Judas” matar gente que não nos fez mal nenhum, só porque há interesses económicos dos Senhores do Mundo, aumenta o prestígio de Portugal. Muitos ficarão imensamente satisfeitos quando amanhã comerem um bom prato de “prestígio” ao almoço.

O DESAPARECIMENTO DE UM SÁBIO


Rui Gonçalo do Carmo Moura (1931-2010) faleceu na manhã de 27 de Junho.

O seu desaparecimento significa uma enorme perda para os seus amigos e para a ciência em Portugal.

O autor do blog Mitos Climáticos exerceu uma actividade intensa até o fim da vida, colaborando em múltiplas iniciativas no campo da energia e da climatologia.

No dia 28 o corpo ficará em câmara ardente das 16h00 às 23h00 na Casa Mortuária junto à Igreja Central de Caneças e no dia 29 das 08h00 às 10h00.No dia 29, das 10h30às 11h00, haverá missa de corpo presente na Igreja de Caneças. O Funeral seguirá às 11h00 para o Cemitério de Caneças.

ANOVIS ANOPHELIS apresenta as mais sinceras condolências à sua esposa e aos seus filhos.

Conheci pessoalmente o eng. Rui Moura com o qual falei várias vezes e que esteve na escola secundária D.João V numa palestra sobre o aquecimento global.
Trata-se tão somente da maior autoridade em língua portuguesa sobre climatologia que combateu com as armas à sua disposição a fraude do aquecimento global.

Há cada vez menos homens como este!...

A distopia fiscal da Europa: a estrada da "Nova Austeridade"

UE de hoje, EUA de amanhã

A Europa está a cometer suicídio fiscal – e terá pouca dificuldade em encontrar aliados este fim-de-semana nas reuniões do G-20, em Toronto. Apesar de o aprofundamento da Grande Recessão ameaçar provocar a depressão total, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, e os primeiros-ministros desde o da Grã-Bretanha David Cameron até o da Grécia George Papandreu (presidente da Internacional Socialista) e o do país hospedeiro, o Canadá, o conservador Stephen Harper, estão a clamar por cortes nas despesas públicas.

Assim se desmoralizam as Nações Unidas

A ONU nasceu, no segundo pós-guerrra, para administrar o mundo conforme os interesses e as visões das potências vencedoras na guerra. Embora aparecesse como um instrumento de democratização nas relações políticas internacionais – de que a existência da Assembleia Geral é a expressão mais directa –, ela reproduziu as relações de poder existentes no mundo, ao depositar num Conselho de Segurança o poder real da organização.

Ações contra os encontros do G8 e G20 em junho no Canadá

[Além de fornecer o vídeo abaixo, nosso amigo Test Their Logik escreveu uma nota sobre a planejada resistência contra os iminentes encontros do G8 e G20 que irão ser realizados em Huntsville e Toronto, Ontário, de 25 a 27 de junho.]

Para se opor a estes cretinos uma convergência anti-colonial e anti-capitalista está sendo organizada por várias organizações de Toronto, entre elas: grupos de mulheres, pessoas de cor, povos indígenas, os pobres, a classe trabalhadora, queers, trans, e pessoas com deficiência. Nós, do Resistência Anarquista do Sul de Ontário, estamos fazendo um chamado a todos nossos amigos, companheiros e co-conspiradores para se juntarem a nós na criação da maior resistência militante que a cidade de Toronto já viu. Os banqueiros e políticos que pretendem governar nosso mundo não serão bem-vindos em nossa cidade. A despeito da mais larga operação militar a ser realizada sobre solo canadense as pessoas estão organizando muitas coisas, de festas de rua a ocupações, de manifestações massivas a ataques autônomos e planejados.

A Rede de Mobilização da Comunidade de Toronto (TCMN) é uma rede de diferentes comunidades, organizações e individualidades que estão organizando as variadas respostas à militarização desta cidade a ao sistema de opressão e dominação que um encontro dos “líderes” do mundo representa. O objetivo é usar a oportunidade da cúpula do G8 e G20 para destacar e fortalecer os diversos movimentos existentes na região de Toronto que lutam pela justiça social. A programação completa dos eventos está disponível aqui (http://attacktheroots.net/schedule). A TCMN, e todos os seus componentes, concordaram respeitar uma diversidade de táticas como parte de sua declaração de solidariedade e respeito.

O Resistência Anarquista do Sul de Ontário é um dos grupos ligado ao TCMN. E estamos planejando o seguinte.

Arrancar a cerca

No dia 26 de junho, quando a marcha autorizada “As Pessoas Primeiro” seguir em direção ao confinamento da manifestação, queremos ir além do simbolismo enfadonho e além da vontade dos políticos. Quando esta marcha retornar, convidamos todos vocês para continuar conosco e realmente confrontar a cúpula do G20 e o aparato de segurança que estará ocupando a nossa cidade. Está será uma marcha militante, onde muitas formas de resistência e táticas são bem-vindas e respeitadas. Nas ruas seremos incontroláveis. Para mais informações, contate: torontospokes@ecologyfund.net.

Agitação de sábado à noite

Um festa dançante com MCs radicais, Djs Guerrilheiros e bandas undergrounds estará acontecendo da noite de sábado até a alvorada do domingo. Vamos tomar de volta as ruas, não vamos dar espaço aos desenvolvimentistas, aos cretinos e às forças do capital. Por enquanto, entre as apresentações confirmadas estão: Test Their Logik, Rebel Spell, Caballo & the Mothafu Kings, e Lee Reed (antigo membro do Warsawpack). Vista sua roupa mais ameaçadora e se prepare para o calor. É o aniversário de 141 anos da Emma Goldman, então fodam-se os clubes – não há nenhum disfarce além da sua máscara. Mais infos: http://fever2010.wordpress.com/

Dias de ação autônomos

Grupos de afinidades estão organizando um diverso e descentralizado dia de ações contra as forças do capital e do Estado. Enquanto os “líderes” das nações do G20 fazem suas deliberações finais, vamos manifestar a diversidade de nosso descontentamento. Interrompa a cúpula, interrompa os negócios de sempre, faça o que você quiser – mas comece a planejar agora. Estamos incentivando as pessoas para planejar suas próprias ações e ataques, mas caso queiram se unir em esforços coordenados, podem contatar no e-mail: torontospokes@ecologyfund.net.

Haverá outros eventos interessantes nos quais o/as anarquistas estarão participando, entre eles: uma marcha, encontro, festa comunitária, e uma cidade de barraca no dia 25 de junho (http://25june.wordpress.com/), e a manifestação pela abolição da prisão: Fire Works for Prisons (http://fireworksforprisons.wordpress.com/), no dia 27 de junho.

Cúpulas como estas são oportunidades para golpear o espetáculo e resistir às narrativas que os nossos inimigos tentam nós enfiar goela abaixo. Se você pode fazer isto por Toronto, saudaremos você como um aliado e apreciaremos a tua ajuda que poderá transformar o final de junho em algo que os futuros anarquistas possam olhar para trás e se inspirar. A gente se vê nas ruas!

Vídeo “G20 crash the meeting Toronto 2010”: http://vimeo.com/12220559

Crimethinc

Tradução > Marcelo Yokoi

agência de notícias anarquistas-ana