sábado, julho 31, 2010

vou dar um jeitinho no céu...


Esta pintura não é proposta do Anovis!


Relógio - É caso para dizer: Leiam as horas


cartaz


É triste mas muito provavelmente é verdade...


...e dá 100 %!


Estamos muitíssimo bem com o aumento de impostos! Basta olhar para nós!


Pensamento para a vida

There you are
Bathing in the warmth of creation
Drowning in the blood of your chosen beliefs
Prisoners of fate
Living in a state of sedation

A questão fundamental é saber o que é que eles vão fazer!



A questão fundamental é saber o que é que eles vão fazer! E quando falo neles estou a referir-me obviamente aos professores.É claro que o timing escolhido para a tótó da ministra vir para o expresso com o discurso encomendado não é inocente.
No último dia de julho rebenta a bojarda...Conclusão: As reacções vão ser de alguns, os do costume, mas não dos professores a não ser uns quantos bloggers que falarão em força do assunto. Mas em Setembro? O que é que os professores irão fazer para tentar obviar à continuação da destruição da escola pública?
Não me refiro aos sindicatos que esses não são organizados por professores mas por burocratas de aparelhos partidários. Os professores, aqueles que estão na escola diariamente e ainda têm ilusões em querer dar aulas... e não serem meros guardadores de rebanhos de miúdos ao deus dará? Não, ao salve-se quem puder...

Desculpa esfarrapada

Depois de ir pôr os miúdos ao colégio, tive que ir fazer umas compras ao supermercado, depois deixei uma roupinha no sabão e dei um jeitinho à casa, incluindo um lambuzadela à casa de banho que os miúdos deixam sempre aquilo num alvoroço depois de tomarem banho, a seguir sentei-me a fazer o IRS, dei uma volta pela net, para ver as mensagens no Facebook e fui ao cabeleireiro, tive que arrumar a garagem, que está cheia daqueles caixotes que o Luis lá deixou antes de ir de férias, levei o carro à revisão e aproveitei para ver preços dos novos modelos, no Outono estou a pensar trocar de carro, passei pela agência para confirmar a minha viagem de férias, fui comprar peúgas e uns boxers para substituir os que já estão esgarçados nas virilhas, bebi uma bica e comi um palmier, dei uma vista de olhos pelo jornal e, no meio disto tudo, não arranjei tempo para fazer 27 perguntas ao Sócrates!

E agora dizem-me que acabou o prazo e já não as posso fazer?!

Onde pára a justiça?!

Nota: os procuradores encarregados do caso Freeport dizem, ao fim de 6 anos de investigação, que não tiveram tempo para interrogar o desgraçado do Sócrates!…

Vaticano, pudor e ridículo

O Papa, santo por profissão e estado civil, infalível por conveniência e tradição, pudico por questão de imagem e interesse comercial, decidiu que as pessoas fossem impedidas de circular com ombros e pernas à mostra no Vaticano.

Certamente alguma catequista balzaquiana deixou escorregar a mantilha que lhe cobria os ombros e algum soldado americano, de férias do Iraque, mostrou os joelhos quando apreciavam, através do vidro à prova de bala, a Pietá que Miguel Ângelo esculpiu.

Terá assustado o Papa o desassossego das numerosas virgens que decoram a Basílica de S. Pedro, pintadas ou esculpidas, o sobressalto hormonal ou no rubor das faces, perante os joelhos tisnados de um mancebo em pausa na guerra contra os infiéis? Que pesadelos terá sentido com os ombros desnudos de mulheres capazes de excitarem os santos ou de fazerem estalar o mármore que esconde as partes pudendas de Cristos admiravelmente crucificados e escassamente vestidos?

Que fariam os monsenhores a espiarem os ombros nédios de uma catequista em busca de uma aspirina na farmácia, de um selo postal ou de vitualhas no supermercado papal? E se, em vez dos ombros de uma devota, os clérigos que povoam o bairro de sotainas desviassem o olhar lúbrico para os joelhos de um mancebo, a imaginar abominações e a esquecerem o breviário?

Que pensaria o Deus do Papa, no bairro que dele se reclama, perante a lascívia dos seus ministros e os pensamentos pecaminosos que os ombros e as pernas podem provocar em quem não conhece da anatomia outros pedaços mais suculentos e interessantes?

Para evitar tentações do demo, que o especialista em exorcismos descobriu no Vaticano, o Papa, ajudado na decisão pelo Espírito Santo, uma pomba que se julgava extraviada, estendeu
as regras que impedem os turistas de entrarem na Basílica de S. Pedro com os ombros e as pernas ao léu aos outros locais da Cidade do Vaticano, como a farmácia, o supermercado e a agência dos correios.

Papéis do Pentágono revelam crimes de guerra

Organizações internacionais apelam a que mais militares denunciem as guerras do Afeganistão e do Iraque

A fuga de informações secretas do Estado-Maior dos EUA, divulgada pelo site Wikileaks, é histórica. Mais de 92 mil telegramas com mensagens trocadas entre representantes do poder norte-americano põem à luz do dia crimes de guerra e revelam a incapacidade de derrotar a resistência afegã. Os jornais New York Times, nos EUA, Guardian, no Reino Unido, e Der Spiegel, na Alemanha, publicaram várias páginas com resumos dos telegramas, dando projecção mundial ao assunto.

O NEGRO E O VERMELHO

Não tenho de me ocupar com os interesses dinásticos envolvidos ou comprometidos na expedição. Atacado por pretensos liberais, democratas e republicanos, é no ponto de vista da república, da democracia e da liberdade, que tenho de me defender. Digo portanto que a política a seguir era aquela que, afastando a absorção piemontesa, colocasse os príncipes, os reis e o Papado na mão dos liberais: era a política federalista. De um lado as pequenas monarquias italianas iam encontrar¬se entre dois perigos: perigo de absorção por uma delas, ou de subalternização a uma autoridade federal. Ao princípio da representação parlamentar e da separação dos poderes que iam resultar das novas constituições, se vós acrescentardes o de um laço federativo, que restaria do antigo absolutismo? Nada. Em contrapartida, a liberdade ganharia tudo o que iam perder as velhas soberanias, já que é precisamente o efeito da federação que a liberdade se desenvolva, para os cidadãos de cada Estado, em razão da garantia que lhes dá o pacto federal. O dever dos chefes da democracia, de Garibaldi e de Mazzini em primeiro lugar, era portanto oporem¬se às ideias do Sr. de Cavour, apoiando¬se se necessário no Imperador dos Franceses. Nada obrigaria a provocar desde logo a decadência das dinastias, que seria impossível afastar em massa, mas que teríamos dominado tanto pelas suas rivalidades como pelo novo direito.
Eis o que prescrevia, no começo de 1859, a sã política, de acordo com o interesse das massas e o senso comum. Uma vez desmascarados os projectos do Piemonte, a democracia teria tido como auxiliares, com Na¬poleão III que não poderia recusar, o rei de Nápoles, o Papa e os próprios duques, obrigados todos, para conservar as suas coroas, depois de terem assinado com os seus súbditos respectivos um novo pacto, a refugiarem¬se na confederação. Porquê Garibaldi, Mazzini, preferiram a esta conduta tão simples, tão segura, os ziguezagues da sua táctica unitária? Coisa estranha! Foram os homens que levaram a bandeira da democracia que tomaram a seu cargo e responsabilidade a grande obra monárquica; e são os príncipes, doravante absolutos, que invocam o direito e a liberdade. Foi assim que os revolucionários italiotas se tornaram monárquicos e os prín¬cipes federalistas.
Claro, se a vontade do povo italiano é dar¬se a Vítor¬Emanuel, ou, o que é o mesmo, constituir¬se em Estado unitário com presidente ou ditador, não tenho nada a objectar, e estou disposto a crer que, não obs¬tante Imperador e Papa, a Itália acabará por se dar ao passatempo. Mas que não se fale então mais de liberdade ou de república: a Itália, dizendo adeus à sua tradição federal, declara¬se ipso facto retrógrada. O seu princípio é doravante o mesmo que o dos velhos Césares, a menos que não seja o da monarquia burguesa, centralista e corruptora, onde a burocracia substitui a união das comunas, e o feudalismo financeiro a federação agrícola e industrial.

sexta-feira, julho 30, 2010

vamos lá recapitular a matéria

Desculpe, mas não estou interessado...

A solução que resolveria muitos dos problemas humanos

Vamos lá então à analise social da coisa...

três improváveis conquistas da nossa vida...

Tenham calma! É uma ilusão de óptica!...


Encontram alguma similaridade?








Procuro o super-homem! Alguém sabe onde está a outra metade?


O sócrates ainda é o 1º ministro em portugal AH AH AH AH


Tão pobres somos que as mesmas palavras servem para exprimir a mentira e a verdade.

Florbela Espanca

O engenheiro químico

Uma filosofia de vida!
Um exemplo a ser seguido!

À medida que envelhecemos, por vezes, começamos a duvidar da nossa capacidade de "fazer a diferença". É nestes momentos que as nossas esperanças são impulsionados por realizações notáveis de pessoas mais idosas, que tiveram a coragem de assumir os desafios que fazem muitos de nós murcharem. Harold Schlumberg é uma dessas pessoas.



"Muitas pessoas me perguntam: O que os velhos fazem quando se aposentam?
Bem, eu tenho sorte de ter uma formação em engenharia química, e uma das coisas que eu mais gosto é transformar cerveja, vinho e outras bebidas alcoólicas em urina "

O NEGRO E O VERMELHO

O objectivo supremo do Estado é a liberdade, colectiva e individual.
Mas a liberdade não aparece do nada; não se chega lá de um salto: resulta, não somente da energia do sujeito, mas das condições mais ou menos felizes no meio das quais ele está colocado: ela é o termo de uma sequência de movimentos oscilatórios, de avanços e recuos, cujo conjunto compõe a evolução social e leva ao pacto federativo, à república.
Entre as influências cuja acção pode acelerar ou retardar a criação da liberdade, a mais elementar e a mais decisiva é a do solo e a do clima. É o solo que dá o primeiro molde à raça; são as influências reunidas da raça e do solo que formam de seguida o génio, suscitam e determinam as faculdades da arte, da legislação, da literatura, do engenho; são por último todas essas coisas em conjunto, que tornam mais ou menos fáceis as aglomerações. Daí os sistemas de instituições, de leis, de costumes; daí as tradições, tudo o que faz a vida, a individualidade e a moralidade dos povos. Sem dúvida, no meio dessas influências cujo ponto de partida é a fatalidade, a razão permanece livre; mas se a sua glória é a de se assenhorar do destino, o seu poder não vai ao ponto de o destruir; ela dirige o movimento, mas na condição de ter em conta a qualidade das forças e de lhe respeitar as leis.
Quando então a propósito da unidade italiana fiz apelo à geografia e à história, não era para fazer de certos acidentes do destino uma chicana; é um todo organizado, é a Itália em pessoa, no seu corpo, na sua alma, espírito, na sua vida, a Itália em toda a sua existência que eu tinha em vista, e que, criada, a meu ver, para a federação, como o pássaro para o ar e o peixe para a água, protestava no meu pensamento contra o projecto de a centralizar.
A Itália, quis eu dizer, é federal pela constituição do seu território; é¬ o pela diversidade dos seus habitantes; é¬o pelo seu génio; é¬o pelos seus costumes; é¬o ainda pela sua história; ela é federal em todo o seu ser e desde todo o sempre. Falais de nacionalidade: mas a nacionalidade na Itália, como na Suíça, é a mesma coisa que a federação; é pela federação que a nacionalidade italiana se coloca, se afirma, se certifica; pela federa¬ção a tornareis tão livre que ela formará Estados independentes; ao passo que com a unidade ireis precisamente criar para ela um fatalismo que a asfixiará.
Porquê então, uma vez mais, essa unidade fictícia, que não tem raízes senão na fantasia jacobina e na ambição piemontesa, e cujo primeiro e deplorável efeito foi o de acorrentar desde há quatro anos o pensamento dos Italianos a este problema insolúvel: Acordo da unidade política com a descentralização administrativa?
Pelo menos, o que a fisiologia geral dos Estados parecia dever proibir, as circunstâncias, por excepção, autorizá¬lo¬iam? Haveria para a Itália perigo de morte, questão de salvação pública? Aqui, a habilidade do par¬tido vai mostrar¬se à altura da sua filosofia.
Consideremos que a anulação da influência austríaca na Península de¬via levar a toda a Itália uma mudança de regime: os duques, o rei de Nápo¬les, mesmo o Papa, iam ser forçados a conceder aos seus povos constitui¬ções. A questão, para uma democracia inteligente, patriota, consistiria então em os dominar todos, fazendo convergir as reformas em direcção à liberdade geral. Não aconteceu assim. O Sr. de Cavour concebeu o projecto de confiscar o movimento em proveito da casa de Sabóia: no que foi perfeitamente servido pelos democratas unitários. A independência ainda não estava conquistada e já se pensava fazê¬ la pagar à Itália, imersa nos fundos baptismais piemonteses.

37) Ver sobre este tema Municipalismo e Unitarismo italianos, do Sr. BÉCHARD, bro¬chura de quarenta e cinco páginas, na qual o autor dá conta dos esforços tentados pelos jurisconsultos italianos para conciliar as liberdades municipais e provinciais, que todos eles defendem, com a centralização monárquica, cujo dogma adoptaram. Depois do que acaba de ser dito da constituição geográfica e etnográfica da Itália, e da exposição que fizemos do princípio federativo, o leitor dir¬se¬á que o problema com o qual se obstinam neste momento os legistas ultramontanos, é como o movi¬mento perpétuo, para não dizer pior. A Itália, dada a sua constituição geográfica e fisiológica, tende invencivelmente para as liberdades federais. A esta tendência imperiosa que ela possui do íntimo da sua natureza, e que para mais tem a vantagem hoje de estar na linha dos princípios e nos dados do futuro, substitui¬se artificial¬mente uma outra, inventada pelo espírito demagógico de acordo sobre este ponto com a ambição príncipesca, e cujo resultado deve ser a absorção de toda a liber¬dade. Ferrari dizia um dia no Parlamento de Turim: Quando toda a Itália se reunir para me afirmar que ela é unitária, eu responder¬lhe¬ei que ela se engana. – Ele tinha cem vezes razão.

quinta-feira, julho 29, 2010

mapa ervilho- mundi


Ora aí está ela!...


Quem escreveu este mural deve ser alguém das novas oportunidades


Há pessoas assim...


Há pessoas que funcionam segundo os dias da semana


Um olho é um olho...


ah AH AH AH


No funeral dum palhaço











Pensamento para a vida

I write the verse and I find the rhyme

I listen to the rhythm but the heartbeat`s mine

PAgagNINI Quartet



Mais um quartetezinho para alegrar o tempo de férias...

Freeport sem surpresas


Hoje ouvi contar que parece que o Engenheiro não ficou surpreendido com o se ter livrado do "esqueleto" do Freeport. Acredito que ninguém tenha ficado surpreendido, como não ficámos com o caso da TVI ou o da sua "Independente" licenciatura. Que outra coisa se poderia esperar neste Jardim à beira-mar plantado?

A fé não evita o crime


OS ASSASSINOS DE CRIANÇAS DE GAZA

Uma operação “chumbo derretido” para corações sensíveis

SÍNTESE

Em sua análise crítica da ideologia OS ASSASSINOS DE CRIANÇAS DE GAZA, Robert Kurz debate-se com os padrões de percepção da esquerda no conflito no Próximo Oriente. Depois de nos últimos anos terem sido fundamentalmente criticadas pela crítica da dissociação-valor as guerras capitalistas de ordenamento mundial e a sua afirmação através da ideologia “antialemã”, é mais que tempo de tomar como alvo o reverso desta interpretação, cujos portadores também estão positivamente com a socialização global do valor e seus produtos decadentes. Estas interpretações da situação mundial estão impregnadas por um “anti-israelismo” afectivo, também alimentado por um “ódio inconsciente aos judeus" (Micha Brumlik), sendo o Estado judaico e a sua acção militar por conta própria contra o Hamas e o Hezbollah unilateralmente subsumidos ao capital mundial e ao seu imperialismo securitário. A barbárie islâmica contra Israel já não surge, correspondentemente, como a outra face da mesma medalha do imperialismo de crise, mas como "resistência", de uma forma quase romântica. Neste contexto, empalidece a base de comparação do velho "anti-imperialismo" e o conflito no Próximo Oriente transforma-se em conflito por procuração, ao serviço de uma "crítica do capitalismo" de nova pequena burguesia, que digere regressivamente a crise mundial do capitalismo. (Apresentação do texto do Editorial da EXIT! nº 6, Agosto/2009)

Pensar à esquerda, sem vacas sagradas

Ponto de partida

Ter certezas é reconfortante. Ter dúvidas é prova de vida. É prova de que se está atento às mudanças, que se está inserido no infinito processo de dúvidas que se tornam certezas e de certezas que são abaladas por dúvidas. O conforto das certezas favorece o desenvolvimento da fé; e a fé não se discute.

Há demasiadas certezas à esquerda, demasiada fé. E quando a realidade desmente as certezas é a realidade que está errada, porque não se acha prescrita no receituário de um pensador político, diminuído ao papel de guru, pelo clero da esquerda.

Pode extrair-se uma amostra de dimensão variável a partir do enxame de questões que a esquerda das rotinas não sabe ou, sobranceira, ignora, porque não incluída nos manuais; ou, pior que tudo, não coloca, por conveniência material dos seus mandarins. Essa esquerda para gozar do conforto do encosto aos financiamentos públicos, rodeia-se, empanzina-se de certezas.

De facto, não se pode ter tudo: e essa esquerda prefere, decididamente, a barriga cheia e a cabeça vazia. Do lado de fora, no mundo, milhares de milhões trabalham e sofrem, ignorando-a quando não a desprezam. Para gáudio dos poderes do capitalismo.

Sabemos todos que o capitalismo não é eterno; sobretudo quando as suas incapacidades o transformam em cataclismo. No seu âmago, o capitalismo tem a perfeita noção das suas dificuldades e joga decididamente, tudo na sua sobrevivência, como em medidas para que a multidão se distraia dessa realidade.

Compete à esquerda criar e acelerar as condições para que o capitalismo seja visto como dejecto e a multidão decida, sobre ele, puxar o autoclismo da História.

Entre o acima referido enxame de questões que necessitam de ser colocadas e discutidas para o reforço da ligação da esquerda com os movimentos sociais, seleccionaram-se dez questões:

Absurdo, insólito, anarquia, surrealismo e criatividade marcam a revolução da Islândia – um resumo dos acontecimentos

[Recentemente a mídia corporativa estampou que “o país do vulcão de nome impronunciável e da primeira governante abertamente lésbica do mundo agora tem o primeiro prefeito anarquista”. Será? (risos) A seguir um texto que circulou em alguns sítios libertários da “gringa”.]

Histórico: as manifestações

Desde meados desta década se viu gradualmente um influxo de capital na América do Norte e Europa, ao que a Islândia não estava isenta. Os islandeses aumentaram seu desenvolvimento e para 2008 contavam com a melhor qualidade de vida do mundo. Muitos argumentavam que este influxo de capital (dinheiro eletrônico e em qualidade de empréstimo) era parte de um plano econômico projetado para endividar países (seus cidadãos), o que mais tarde se chamaria de bolha financeira.

De fato, em outubro de 2009, os três maiores bancos da Islândia faliram; a Bolsa suspendeu suas atividades quando seus valores caíram mais de 70% e a coroa islandesa perdeu mais da metade de seu valor. O país ficou no buraco.

Vale notar que houve uma imediata manifestação pública por parte das pessoas. Os islandeses não sabiam protestar; a última manifestação na Islândia foi em 1949 contra a Otan. Hörður Torfasson, artista, escritor e cabeça de um movimento de cidadãos, comentou ao diário Tempo que as primeiras manifestações contavam com apenas 15 pessoas. Naqueles tempos as pessoas que passavam próximas às manifestações perguntavam a eles o que estavam fazendo.

Mas logo em 22 de janeiro, mais de 2.000 pessoas encararam a polícia em frente ao Parlamento, lançando tinta, ovos e sapatos. A imagem foi insólita: a polícia, nervosa, não soube como administrar a situação; fazia sessenta anos que não haviam tido nenhum cerco policial.

As manifestações continuaram e cresceram a cada dia até que um jovem anarquista resolveu subir no telhado do Parlamento e substituiu a bandeira nacional pelo logotipo da rede de supermercados Bónus: um pano amarelo com um porco sorridente no meio. Mais de um dia se passou até que os políticos perceberam este feito e imediatamente tentaram criminalizar os manifestantes como “terroristas”.

Finalmente esta acusação foi apaziguada por outros governantes que diziam “não é o momento de procurar responsáveis” – nunca ficou claro se estes governantes estavam se referindo aos manifestantes ou a eles mesmos.

No entanto, a partir de então a atitude dos manifestantes mudou, diante a ameaça de serem acusados novamente, cada vez que tinham um atrito com a polícia, iam comprar flores para em seguida presentear os policiais, desenvolvendo uma espécie de diálogo com as forças da ordem.

“Não estou dizendo que seja bom, mas somente após os tumultos que as coisas se aceleraram”, confessa Stefan Valber, dono de uma loja de roupas que fez uma camiseta com o rosto do primeiro ministro britânico, Gordon Brown, e escreveu “Brown (Marrom) é a cor da merda”. Esta camiseta foi um êxito de vendas devido à irritação islandesa com o Governo inglês. Em outubro os britânicos aplicaram à Islândia a lei antiterrorista para congelar a movimentação de seus bancos e salvar o bilhão de libras que poupadores e instituições inglesas haviam investido. Além de deixá-los arruinados, colocavam os islandeses na lista dos “maus” junto à Coréia do Norte, Sudão e Al Qaeda.

O Econômico e o Político

Para esta data o Fundo Monetário Internacional se fez presente. A Islândia passaria a ser o primeiro país ocidental a receber um empréstimo do FMI desde 1976 e sua dívida externa seria agora nove vezes seu PIB. A pessoa que se encarregou de firmar esta odiosa dívida foi Davíð Oddsson, possivelmente um cúmplice deste plano de endividamento. Oddsson foi governador do Banco Central islandês desde 2005 e foi quem por mais tempo esteve envolto ao poder na ilha: foi primeiro ministro de 1991 a 2004, ministro das Relações Exteriores e prefeito de Reikiavik durante quase dez anos.

Foi Davíð Oddsson quem mais pressão colocou sobre o primeiro ministro Geir Haarde para pagar a dívida à coroa inglesa e holandesa com o empréstimo do FMI, algo que em princípio Haarde estava de acordo. E foi o primeiro ministro com os seus seguidores que, aproveitando aquele momento de crise, iniciaram os trâmites para ingressar na União Européia, apesar de, anos após anos, pesquisas indicarem que o povo islandês tinha menos interesse que a Irlanda em pertencer à UE.

O momento era crucial, se venderia ao povo islandês a integração na União Européia como solução à crise. Os altos “chefes” da UE estavam dispostos a aceitá-los num processo rápido, mas tinham que pagar a dívida, ou seja, ficar endividados. Essa possibilidade se viu frustrada quando o primeiro ministro, baixo uma enorme pressão popular, decidiu convocar um referendo para pagar a dívida, ao que o povo disse “NÃO” e o projeto Europa se estancou.

Imediatamente, não encontrando uma saída, o primeiro ministro convocou uma eleição para 9 de maio, além de anunciar que sofria de câncer e que não estaria presente. Nestes dias aproximadamente 10.000 pessoas lotaram a Praça do Parlamento e gritaram infatigavelmente “Não podemos esperar mais, os queremos fora agora!”. Dias mais tarde o ministro do Comércio foi demitido, admitindo responsabilidades. Finalmente, dois dias depois, a coalizão do governo foi dissolvida com a demissão de todos seus representantes.

Revolução

Após uma semana de incertezas, a social-democrata Jóhanna Sigurðardóttir toma as rédeas do que seria o primeiro governo de esquerdas da Islândia, com um Executivo em minoria formou uma coalizão com Os Verdes esquerdista.

“Iremos ter muita pressão”, reconhecia Katrín Jakobsdottir, nova ministra da Educação. Os Verdes é uma esquerda de classe e anti-europeísta, que nunca tinha chegado ao poder, o que os converte nas únicas mãos inocentes. “O que temos que fazer é revisar o empréstimo do FMI e ajudar as famílias”, ”Temos que buscar métodos novos”, comentava Jakobsdottir, a ministra mais jovem, com 32 anos.

A pressão não foi somente à base de panelaços. Sigurdur Sigurdsson faz parte de um grupo cidadão que ainda não tem nome, mas que tem objetivo claro: uma nova Constituição para a Islândia. “Politicamente somos bastante diferentes, não queremos ser políticos, mas a nossa prioridade é a reforma da lei eleitoral a fim de criar um sistema de democracia direta. Nossa constituição é de 1944 e é uma cópia da dinamarquesa. Há que se escrever uma nova.”

ATUALMENTE E EM DESENVOLVIMENTO

Artistas Políticos

Para as eleições municipais deste ano um grupo de artistas formou um partido político. Com somente seis meses de antecipação, músicos, escritores, dramaturgos, atores e pessoas do meio cultural formaram o partido “The Best Party” (O Melhor Partido) para concorrer à prefeitura de Reykjavík. A capital da Islândia, com 60% da população do país, é um lugar fundamental, é a ante-sala para a liga maior e para o posto de primeiro ministro.

O Best Party desenvolveu um programa de governo criativo enraizado em estratégias artísticas, que vão do dadaísmo à internacional situacionista; suas promessas eleitorais eram: Eliminar a droga dentro do parlamento para 2020 – Subvenções sociais para os fracassados – Toalhas grátis nas piscinas públicas; prometiam que Reykjavík voltaria a ter toda a sua “onda” e acrescentavam “podemos prometer mais, já que de qualquer forma não vamos cumprir”.

O candidato, artista e reconhecido humorista Jón Gnarr, se apresentou habilmente diante das câmeras fazendo a oratória chata e vazia dos políticos “normais”. Indicava que a sua candidatura era séria, com um discurso grandiloqüente chamado “transparência sustentável”. Em outras palavras, prometendo um programa transparente; com corrupção, mas transparente.

De acordo com Eirikur Bergmann, especialista em ciências políticas, o Best Party tem suas origens num grupo de punks e roqueiros que se juntava nas imediações da estação central de ônibus em Reykjavík nos anos 80. A Islândia era uma sociedade fechada e conservadora naqueles dias. Este era um movimento de rebeldes e de lá saíram os artistas mais criativos da Islândia – disse Bergmann ao Financial Times.

O mais incrível desta história é que o Best Party GANHOU AS ELEIÇÕES e bem a frente dos partidos tradicionais.

Esta vitória coloca em evidência a falta de credibilidade que os políticos e a política têm em si aos olhos de toda a cidadania.

Jón Gnarr, o líder do partido e seu gabinete (artistas, parentes e fracassados) tomaram posse da prefeitura de Reykjavík em 15 de junho passado. Já estão em sua segunda semana de governo.

O atual prefeito Jón Gnarr em seu discurso inaugural prometeu não cumprir com suas disparatadas promessas eleitorais, mas seguindo a política nacional da primeira ministra Jóhanna Sigurðardóttir insistiu em sua idéia de um barco-prisão em alto mar para colocar banqueiros e políticos corruptos. Falou da contínua necessidade de uma revolução cultural (vale notar que a Islândia ainda destina 1.14% do orçamento nacional para a cultura, a porcentagem mais alta comparada a qualquer outra nação). Também disse sobre os valores humanos – o direito de viver e a responsabilidade de deixar viver – ressaltando a urgência de mudar a sociedade desde suas bases, explorando as idéias do anarquismo sob a lupa de um surrealismo socialista.

A primeira ministra

Jóhanna Sigurðardóttir é uma ex-aeromoça de 66 anos que ocupou durante oito anos o Ministério de Assuntos Sociais e assumiu de forma interina a máxima liderança de seu país durante a crise de fevereiro de 2009. Meses mais tarde, por voto público, foi confirmada em seu cargo, nas eleições de abril de 2009.

Jóhanna Sigurðardóttir é lésbica e isto não é um segredo ou um tema para se esconder. Sua companheira Jonina Leosdottir está sempre presente em atos oficiais ou quando o protocolo a requer, como no caso de qualquer outro chefe de estado.

Numerosos meios de informação que deram eco à notícia classificaram Sigurdardottir como a primeira chefe de Governo abertamente gay da história. “Nossa organização não monitora todos os líderes gays, embora pessoalmente não me lembre de nenhum primeiro ministro homossexual anterior a este caso”, assegura Juris Lavrikovs, da Associação Internacional de Gays e Lésbicas na Europa.

Na semana passada, no dia 26 de junho, o governo de Jóhanna Sigurðardóttir legalizou o matrimônio entre indivíduos do mesmo sexo, convertendo a Islândia no sexto país europeu neste avanço.

Desta maneira, a decisão do parlamento, que foi unânime (49 contra 0), levanta a última cláusula da legislação islandesa onde cidadãos eram tratados de forma diferente por sua condição de gênero.

Com o objetivo de reavaliar o sistema legislativo e eleitoral a primeira ministra reconhece e apóia uma assembléia auto-constituída de cidadãos que busca definir as pautas para elaborar uma nova constituição islandesa.

Outra iniciativa recente desta primeira ministra foi a investigação da odiosa dívida de capitais da coroa inglesa e holandesa, bem como as condições do empréstimo do FMI. O governo de Sigurðardóttir converteu a Islândia no primeiro país europeu que não gratifica banqueiros, mas que, ao contrário, os coloca na prisão; muitos estão com mandato de prisão e uma ordem de detenção foi instada à Interpol para aqueles que fugiram.

As investigações estão tão avançadas que se corre o risco de abalar a grande estrutura econômica (e política) européia. Por exemplo, em julho de 2009, em meio à crise, foi rejeitada à Islândia a sua integração na comunidade européia, a menos que o governo ignorasse o referendo que favoreceu o Não pagar a dívida aos banqueiros. Hoje nada mudou, mas recentemente a UE, sob a direção da Espanha, decidiu aceitar e acelerar as negociações de adesão com a Islândia. Obviamente, uma integração com a UE implicaria em novas legislações que poderiam silenciar as investigações islandesas sobre as finanças internacionais. E ao mesmo tempo poderia redirecionar um governo que está caminhando bastante à esquerda.

Paraíso dos meios de informação

A recente e mais inovadora estratégia que este governo está desenvolvendo consiste na criação de um “refúgio” informativo. A Islândia acolherá e protegerá em seu território, servidores e portais da rede que publicam diversas informações secretas e comprometedoras, recebidas de fontes anônimas – um paraíso da informação, livre de qualquer pressão.

Este projeto de lei, chamado Iniciativa Moderna Midiática Islandesa (Icelandic Modern Media Initiative), foi aprovado unanimemente pelo parlamento islandês (50 votos a favor, 0 contra e 1 abstenção).

A meta deste projeto é “fortalecer a liberdade de expressão e informação, assim como garantir uma forte proteção para as fontes e seus informantes”. O projeto, em partes, está baseado em leis de outros países, como a Suécia, onde a revelação da fonte da informação é considerada um caso criminal. Em si o projeto toma de outros países pontos inovadores de suas legislações para criar uma extensa política que possa proteger o jornalismo de investigação.

“Poderia ser o catalisador de uma necessária reforma legislativa sobre a liberdade de informação a nível global”, manifesta o site Index on Censorship, ou como expressa a parlamentaa européia e ex-magistrada Eva Joly, “a iniciativa estimula a integridade e a transparência por parte dos governos” de modo que a Islândia poderia se tornar o gatilho de novas atividades midiáticas internacionais de todos os tipos.

John Perry Barlow, especialista em tecnologia, partidário da liberdade na internet e fundador do site wikileaks, foi quem iniciou este projeto. O governo dos Estados Unidos está querendo prender Barlow sob a acusação de ter divulgado materiais militares confidenciais.

O material que despertou a ira do Departamento de Estado é um vídeo (www.rnw.nl/espanol/article/eeuu-wikileaks) que mostra claramente um bombardeio feito por um helicóptero estadunidense a cidadãos indefesos na cidade de Bagdá. O caso vai esquentar ainda mais porque um segundo vídeo está para ser divulgado, mostrando o ataque do exército estadunidense contra mais de 100 civis, incluindo crianças. John Perry Barlow, diante as ameaças do exército estadunidense, tem recebido proteção do governo da Islândia, um desafio novamente surpreendente para um país que não tem exército.

Tradução > Marcelo Yokoi

agência de notícias anarquistas-ana

Canadá - Polícia divulga fotos dos “mais procurados” do G20

Depois de juntar mais de 14.000 fotos e 500 vídeos de pessoas queimando, pilhando e estilhaçando janelas durante a cúpula dos líderes do G20, a polícia de Toronto lançou outra petição pública dos “mais procurados” do G20.

Na quarta-feira (15 de julho), investigadores anunciaram que estão buscando ajuda para identificar as pessoas que estiveram envolvidas nas ações de rua no centro da cidade, aonde carros policiais foram incendiados e janelas estilhaçadas.

“Essas pessoas vão ser sistematicamente procuradas, localizadas e presas”, disse o comandante policial Gary Giroux, enquanto apresentava as imagens de 10 homens.

Ele falou que dois dos “mais procurados” – ambos com máscaras, e um com um martelo, e o outro com uma sacola de pedras – foram capturados a partir das filmagens do circuito de segurança de dentro das lojas das quais as janelas foram quebradas.

Enquanto a maioria das imagens e vídeos veio do público, alguns vieram de policiais secretos que se esconderam na multidão que participou dos protestos do G20.

A equipe de investigação, com 22 membros, está usando um software especial de reconhecimento dos rostos fornecidos pelas agências bancárias para identificar as pessoas suspeitas nas imagens de baixa qualidade. Dizem que até uma pessoa com o rosto meio escondido por uma bandana seria reconhecida, pois essa tecnologia consegue identificar os olhos das pessoas com os registros de imagens policiais.

Na semana passada, depois que a polícia divulgou uma série de imagens de seis homens, três foram identificados no mesmo dia com a ajuda do público. Acompanhado por um advogado, outro homem se entregou às 7 horas da manhã na quarta-feira.

Ashran Ravindhraj, 25 anos, de Toronto, está em custódia, encarando acusações de incêndio premeditado e uma “multa” de mais de $5,000.

Lista “dos mais procurados” que a polícia de Toronto está divulgando:

› http://www.torontopolice.on.ca/media/text/20100721-g20_unidentified_suspects.pdf

Fonte: The Toronto Star

Tradução > Jenny Garcia

agência de notícias anarquistas-ana

quarta-feira, julho 28, 2010

O NEGRO E O VERMELHO

CAPÍTULO V

Entrada em Campanha: a Federação Escamoteada

Dos dois lados dos Alpes, a democracia tinha portanto tomado à letra a palavra de Napoleão III: que a França fazia a guerra por uma ideia; que essa ideia era a independência da Itália, e que as nossas tropas não parariam senão no Adriático. O princípio das Nacionalidades, como se lhe chama, estava assim posto, segundo os comentadores, na declaração de guerra.
As nacionalidades! Qual é este elemento político? Definiu¬se, analisou¬se? Determinou¬se o seu papel e importância? Não: ninguém na de¬mo¬cracia unitária sabe uma palavra, e poderá ser que ela o aprenda um dia da minha boca pela primeira vez. Que interessa: as nacionalidades, asseguram eles, é sempre a Revolução.
Pois bem, seja. Não está nos meus pensamentos desaprovar nem muito nem pouco as esperanças mais ou menos exageradas que tinha feito conceber a descida até Itália do exército francês. Cada um sabe quanto os acontecimentos modificam na guerra as resoluções; teria sido sábio tê¬lo em conta: não vou aproveitar dessa falta de reserva. Não sou eu, federalista, que contestarei a independência a quem quer que seja. As minhas observações têm um outro fim.
A nacionalidade não é a mesma coisa que a UNIDADE: uma não supõe necessariamente a outra. São duas noções distintas, que, longe de se envol¬verem, muito frequentemente se excluem. O que constitui a nacionalidade suíça, por exemplo, o que lhe dá a originalidade e o carácter, não é a língua, pois que se falam na Suíça três idiomas; não é a raça, pois que há tantas raças como línguas: é a independência cantonal . Ora, a Itália, não menos que a Suíça, parece ter sido talhada pela natureza para uma confe¬deração: porquê então, desde antes do começo da campanha, ter levantado essa questão da unidade? Porquê essa extensão dada ao objectivo primitivo, e perfeitamente definido, da expedição? Havia nisso necessidade, oportunidade? É o que é necessário ver.
Quando invoquei, depois de tantos outros, em favor de uma federação italiana, a constituição geográfica da Itália e as tradições da sua história, responderam¬ me que isso não passava de lugares comuns esgotados, fatalidades que competia a uma nação inteligente e livre, agindo na pleni¬tude do seu poderio e no seu mais alto interesse, ultrapassar. Disse¬se que a teoria que tende a explicar a política e a história pelas influências do solo e do clima era falsa, mesmo imoral; pouco faltou para me tratarem como materialista, porque eu tinha julgado ver na configuração da Península uma condição de federalismo, o que segundo a minha opinião significa uma prova de liberdade.
Esta argumentação singular dos meus contraditores revelou¬me uma coisa muito triste: as ideias existem na sua memória no estado de formigueiro; a sua inteligência não as coordena. Daí a incoerência das suas opiniões e esse arbitrário indizível que dirige a sua política.

36) O artigo 109 da Constituição federal suíça contém: « As três principais línguas fala¬das na Suíça, o alemão, o francês e o italiano, são línguas nacionais da confederação. » Este artigo, ditado pela necessidade e simples bom senso, é um dos mais notáveis que já encontrei em qualquer constituição; responde admiravelmente à fantasia nacionalista da época. Os constituintes da Helvécia não podiam melhor testemu¬nhar que aos seus olhos a nacionalidade não é coisa puramente fisiológica e geográfica; é também, e bem mais, coisa jurídica e moral.
Não é assim que o entendem nos Estados unitários: aí não se encontra mais nem mesmo respeito pelos idiomas nem o mesmo sentimento de nacionalidade. No reino dos Países Baixos, fundado em 1814 e que durou até 1830 sob o rei Guilherme, aliás excelente príncipe, a língua francesa estava no index; no interesse da unidade, recusava¬se¬lhe a nacionalidade. Desde a revolução de 1830 e a separação da Bélgica, sob o rei Leopoldo, é a vez do flamengo (a mesma língua que o holândes) de ser olhada como estrangeira, direi mesmo hostil, mesmo que seja falada por dois terços da população belga. Ouvi honrados cidadãos da Flandres queixarem¬ se da falta de notários e magistrados que compreendessem a sua língua, e acusar bem alto a male¬volência do governo. Uma doméstica flamenga, enviada ao correio para retirar ou pagar o porte de uma carta, não encontrava a quem falar. Aprenda o francês, dizia¬ lhe bruscamente o empregado. Os senhores de letras parisienses observarão sem dúvida que a extinção do flamengo não seria para o espírito humano uma grande perda: pode mesmo acontecer que empurrem o amor da unidade até a sonhar com uma língua universal. Em todo o caso, isso não é liberdade, não é nacionalidade, não é direito.

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A bela e o monstro...