segunda-feira, janeiro 31, 2011

O terrorista

Avigdor Liberman, o líder da extrema-direita israelita que Netanyahu escolheu para ministro dos Negócios Estrangeiros, é mais conhecido pelo racismo antiárabe que imprime às suas campanhas e que terá culminado na defesa da execução dos deputados árabes do Knesset por defenderem o diálogo com o Hamas.

Em Lisboa, Liberman esteve reunido com Sócrates e Amado. E deixou uma ameaça aos países que nos últimos meses aprovaram o reconhecimento do Estado da Palestina com as fronteiras existentes em 1967, antes da Guerra dos Seis Dias. Ao lado do MNE português, Liberman advertiu contra "decisões unilaterais" em relação à Palestina. É verdade que tem razões para estar preocupado: só no último mês e meio, à iniciativa de reconhecimento por parte do Brasil seguiram-se as da Argentina, Bolívia, Equador, Chile e Peru.

É por causa desta recente vaga de apoio diplomático à Palestina - resultado da recusa israelita de parar com a expansão dos colonatos, que levou ao rompimento das negociações de paz - que Liberman veio esta semana inventar a criação dum Estado palestiniano com "fronteiras provisórias" e que ocuparia 50% do território ocupado por Israel na Cisjordânia, sem retirada dos colonatos. Com isso esperava ganhar apoio internacional para pressionar os palestinianos a voltarem às negociações, enquanto prosseguia tranquilamente a ocupação ilegal de terras para os colonos. A manobra não teve grande sucesso, como seria de prever.

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