quarta-feira, abril 30, 2014

Toma lá o por do sol!...


Nem mais nem menos!


Aonde é que eu deposito isto?


A vingança dos tótós!

Com o título sugestivo de "The Cities with the Highest Numbers of Homeless People" lá aparece em destaque Lisboa...Porque será?


Uma saída não limpa

País mais endividado e dependente dos credores

Mais condicionado o futuro dos portugueses

O governo PSD/CDS, a "troika" e os seus defensores quer nos órgãos de comunicação social quer fora deles, têm desenvolvido uma gigantesca operação de manipulação e de engano da opinião pública procurando fazer crer aos portugueses que a situação atual do país é muito melhor do que aquela que existia quando, em Março de 2011, tomaram conta do poder, já que foram criadas as condições que permitem a recuperação da sua economia e o país desenvolver-se. Falam mesmo de uma "saída limpa" procurando levar a opinião pública a pensar que agora o país está liberto dos obstáculos que, no passado, impediam o seu crescimento económico e desenvolvimento (recorde-se, a este propósito, o simbolismo do relógio de Paulo Portas) . Infelizmente a realidade é muito diferente daquela que têm pintado, como mostram os dados do próprio Banco de Portugal...

O HOMEM INVISÍVEL


Cartoon...


A melhor escolha


terça-feira, abril 29, 2014

Aaaahhhhh, estou a ficar sem ar!!!


Olá, queres ser meu amigo no facebook?


A do meio é que é a apresentadora, certo?


Uma partida sempre deliciosa...


Golfe como desporto aquático!...


Pensamento para hoje


Um conselho político...


As flores são a minha perdição!


Provavelmente a série televisiva/internet melhor do mundo a abordar as relações entre o poder e a cidadania.

A Shakespeare scholar examines the Bard's influence in House of Cards
If you've noticed a hint of Iago in Frank Underwood, you're not alone
T
he Netflix drama House of Cards is gripping, dark, and twisted, pitting complex characters against each other in their respective quests for power. And if that rings a bell for you, you're not alone.
The show's captivating themes of ambition, jealousy, and political Machiavellianism can also be found in the plays of one William Shakespeare. Indeed, even the most casual reader of the English playwright might have detected an echo of his most famous characters — a hint of Richard the III and Iago in Frank Underwood, perhaps? Or a whiff of Lady MacBeth in Claire Underwood? — in the modern political drama.
But there's so much more to the Shakespeare connection, according to Katherine Rowe, who is a professor of English at Bryn Mawr College, a Shakespeare scholar, and a devourer of House of Cards. Rowe has helped adapt the Bard's work to the digital age as the co-founder of Luminary Digital Media, which collaborates with the Folger Shakespeare Library to bring Shakespeare's plays to the iPad.
In this podcast, Rowe diagrams scenes with Claire and Frank Underwood, points out Shakespeare-inspired inside jokes, and discusses the power of Frank's signature theatrical device — the direct address — in which he imparts "privileged knowledge" to viewers.

Listen up and squirrel away some high-level literary bombs for your next cocktail party.

Os jogos do poder


No dia 4 de Abril de 2011, pelas 10.30 da manhã, Carlos Costa, que fora chefe de gabinete de João de Deus Pinheiro, em Bruxelas, e director do Millenium BCP, aconselha os banqueiros: ‘Vocês não podem continuar a financiar [as emissões de dívida pública portuguesa]. O risco é afundarem-se os bancos, parte sã, e a República, que é parte que criou o problema.’ 

Excerto do livro de Paulo Pena sobre a “bancocracia”, regime político dominado pelo sistema financeiro, onde o poder do crédito privatizado tudo subverte: o problema é a República e os bancos são a parte sã, reparem. A função de um jornalista é dizer a verdade e denunciar esta e outras mentiras do poder. Paulo Pena faz isso e por isso deve ser saudado. Fá-lo num relato jornalístico detalhado, competente e, mais extraordinário de tudo, dado que é de finanças que estamos a falar, envolvente e empolgante.

Aviso-vos, no entanto: a verdade que Pena expõe sobre estes anos de chumbo não é para estômagos frágeis. Afinal de contas, estamos a falar de Doutores Honoris Causa como Ricardo Salgado, Eduardo Catroga ou António Mexia e de outra gente, também muito respeitável e a quem muito devemos, como João Rendeiro, Duarte Lima, Oliveira e Costa, Paulo Teixeira Pinto, Jardim Gonçalves ou Cavaco Silva. A parte sã, no fundo. A verdade não é para estômagos frágeis porque estamos também falar de “refúgios fiscais” (a boa tradução para haven, e não heaven, como assinala Pena), de uma opacidade metodicamente cultivada pela finança cuja trela foi solta pelos governos, os que organizaram a sua, a nossa, submissão à banca, os que tornaram o Estado num agente sem soberania monetária. Pena mostra bem o que é o mercado e a inovação na finança: especulação financeira e fundiária, sopas de letras para gerar lucros à custa da dissimulação e do engano, destruição de um bem público como o crédito em crises financeiras sem fim.

Não julguem, no entanto, que Pena cai no moralismo que reduz a bancocracia ao carácter mais ou menos cúpido dos personagens. Pena deixa bem claro que o problema está na imoralidade das estruturas: “a crise foi e é motivada por uma cultura, uma visão política e um modelo económico que permanecem inalterados”. No caso nacional, isto foi preparada pelo cavaquismo, pela liberalização financeira e pela privatização dos bancos, sobredeterminadas externamente, como temos insistido, pela integração europeia de cunho neoliberal. O caso nacional não está isolado. Da Islândia à Hungria, Pena indica-nos como uma crise financeira pode ter diferentes saídas políticas. As estruturas não são destino.

Os valores de Abril passados quarenta anos exigem conhecer a fundo a finança, diz-nos implicitamente um jornalista comprometido com esse conhecimento. Não sendo essa a conclusão de Pena, devo dizer que saí deste livro a pensar, com mais razões, que se queremos democracia, desenvolvimento e descolonização, esta última agora entendida como a efectiva libertação nacional da tutela externa por via financeira e monetária, então temos mesmo de apostar no controlo público do sector financeiro, recuperando o espírito de um decreto-lei (estão a ver, sempre a autoridade política...) que ainda hoje deve fazer suar os banqueiros deste país: estou a falar de um decreto-lei de Março de 1975.

Em suma, um bom livro para ler em Abril ou em Maio.


DAQUI

Caça ao homem


Austeridade de 30 mil milhões não chegou para cumprir meta do défice

Depois de anunciar quase 30.000 milhões de euros de austeridade, mais 12.000 milhões do que o inicialmente previsto, Portugal conseguiu baixar o seu défice público, mas ficou distante das metas definidas no início do programa da troika. E a dívida pública cresceu muito mais que o previsto.
Os números das contas públicas em Portugal nos últimos três anos contam a história de uma tentativa de baixar os valores do défice a todo o custo. Mas em que os efeitos dessa mesma política na evolução da economia acabaram por inviabilizar o cumprimento dos objectivos iniciais. Sucessivos pacotes de austeridade, apresentados para compensar os resultados pouco eficazes de medidas anteriores, acabaram por resultar numa redução do défice público de 9,1% do PIB em 2010 para 4,9% em 2013. A redução é mais pequena, de 8,7% para 5,3% se não se consideraram as medidas extraordinárias e não repetíveis. Em qualquer dos casos, o objectivo inicial de chegar a 2013 já com um défice de 3% e a 2014 com 2,3% ficou longe de ser atingido.
Na dívida pública, o objectivo era não deixar que se ultrapassasse um pico de 115,3% do PIB em 2013, mas a verdade é que se chegou no final do ano passado aos 128,8%.
Ao início, contudo, os planos orçamentais eram apresentados como sendo bastante lógicos e simples, baseando-se na suposta experiência dos membros da troika – especialmente o FMI - de esforços de consolidação executados noutros países. “As nossas metas orçamentais são ambiciosas, mas realistas”, afirmava o relatório inicial do programa de assistência financeira para Portugal publicado pelo Fundo Monetário Internacional a 17 de Maio de 2011.


segunda-feira, abril 28, 2014

Então, boa noite!


Uma cidadã assustada com a continuação da austeridade!


O jogo da política


Este cão deve ser manso...


Pensa que houve pessoas que tiveram um dia bem pior que o teu!...

Carros a explodirem no meio da auto-estrada só mesmo na Rússia...

Um ladrãozeco ao tentar fugir do supermercado foi apanhado...melhor dizendo entalado...na porta de saída!...Hilariante! Vamos fazer isto ao governo?

Como se amam os filhos de gangsters russos...


Cena dum filme de baixo orçamento...

Como é que se corta a casca da melancia como se fosse um ministro...

O efeito Strangelove - Como somos levados a aceitar uma nova guerra mundial


Há poucos dias estive a rever o filme Dr. Strangelove. Já o assisti talvez uma dúzia de vezes; dá sentido a notícias sem sentido. Quando o major T.J. 'King' Kong entra em conflito com os russos e envia o bombardeiro nuclear B52 contra um alvo na Rússia, quem tem que tranquilizar o Presidente é o general 'Buck' Turgidson. Ataque primeiro, diz o general, afinal "são apenas 10 a 20 milhões de mortos, no máximo" 

Presidente Merkin Muffley: "Não vou ficar na história como o maior assassino de massas desde Adolf Hitler". 

General Turgidson: "Talvez fosse melhor, senhor Presidente, que se preocupasse mais com o povo americano do que com a sua imagem nos livros de história". 

O génio do filme de Stanley Kubrick é que representa com rigor a loucura e os perigos da guerra-fria. A maior parte dos personagens baseia-se em pessoas reais e em maníacos reais. Não há hoje ninguém equivalente a Strangelove, porque a cultura popular está dirigida quase totalmente para as nossas vidas interiores, como se a identidade seja o zeitgeist moral e a verdadeira sátira seja redundante; mas os perigos são os mesmos. O relógio nuclear parou às cinco para a meia-noite; as mesmas bandeiras falsas estão hasteadas sobre os mesmos alvos pelo mesmo "governo invisível", como Edward Bernays, o inventor das relações públicas, descreveu a propaganda moderna. 

Em 1964, o ano em que foi realizado Strangelove, "a diferença de mísseis" era a falsa bandeira. A fim de construir mais armas nucleares, e maiores, e de prosseguir uma polícia de domínio não declarado, o presidente John Kennedy aprovou a propaganda da CIA de que a União Soviética estava mais avançada do que os EUA na produção de Mísseis Balísticos Intercontinentais. Isso encheu primeiras páginas como a "ameaça russa". Na realidade, os americanos estavam muito à frente na produção de ICBMs, os russos nunca estiveram lá perto. A guerra-fria baseou-se largamente nesta mentira. 

Desde o colapso da União Soviética, os EUA têm cercado a Rússia com bases militares, aviões nucleares e mísseis, ao abrigo do "Projecto de Ampliação da NATO". Renegando uma promessa dos EUA feita ao presidente soviético Mikhail Gorbachev em 1990 de que a NATO não avançaria "nem um centímetro para Leste", a NATO entrou à grande na Europa de Leste. No antigo Cáucaso soviético, a ocupação militar da NATO é a mais ampla desde a segunda guerra mundial. 

Em Fevereiro, os Estados Unidos montaram um dos seus golpes "coloridos" contra o governo eleito da Ucrânia; as tropas de choque eram fascistas. Pela primeira vez, desde 1945, um partido pró-nazi, abertamente anti-semita controla áreas chave do poder estatal numa capital europeia. Nenhum líder da Europa ocidental condenou este renascimento do fascismo na fronteira com a Rússia. Morreram cerca de 30 milhões de russos na invasão do seu país pelos nazis de Hitler, que foram apoiados pelo Exército Insurgente Ucraniano, o UPA, responsável por inúmeros massacres de judeus e polacos. O UPA era a ala militar, que inspira o actual partido Svoboda. 

Desde o golpe de Washington em Kiev – e da reacção inevitável de Moscovo na Crimeia russa, para proteger a sua Frota do Mar Negro – a provocação e o isolamento da Rússia têm sido invertidos nos noticiários como uma "ameaça russa". Isto é uma propaganda fossilizada. O general da Força Aérea americana que chefia as forças da NATO na Europa – nada mais nada menos que o general Breedlove – afirmou há mais de duas semanas que tinha fotos que mostravam 40 mil tropas russas a "concentrarem-se" na fronteira com a Ucrânia. Também Colin Powell afirmou ter fotos de armas de destruição maciça no Iraque. O que é certo é que o golpe temerário e predatório de Obama na Ucrânia desencadeou uma guerra civil e Vladimir Putin está a ser atraído a uma armadilha. 

Na sequência dos conflitos de 13 anos que começaram no Afeganistão muito depois de Osama bin Laden ter fugido, de terem destruído o Iraque sob uma falsa bandeira, depois de inventarem um "inimigo nuclear" no Irão, de enviarem a Líbia para uma anarquia hobbesiana e de apoiaram os jihadistas na Síria, os EUA têm finalmente uma nova guerra fria para complementar a sua campanha mundial de morte e terrorismo com aviões telecomandados. 

Um Plano de Acção para Adesão à NATO (MAP) – directamente da sala de guerra de Strangelove – é o presente do general Breedlove à nova ditadura na Ucrânia. "Rapid Trident" vai instalar tropas americanas na fronteira com a Rússia e "Sea Breeze" vai colocar navios de guerra americanos à vista de portos russos. Simultaneamente, os exercícios de guerra da NATO por toda a Europa de Leste destinam-se a intimidar a Rússia. Imaginem qual seria a resposta se esta loucura se invertesse e acontecesse nas fronteiras da América. É ver o general 'Buck' Turgidson. 

E ainda há a China. A 24 de Abril, o presidente Obama vai iniciar uma visita à Ásia para promover a sua "Campanha para a China". O objectivo é convencer os seus "aliados" na região, em especial o Japão, a rearmarem-se e prepararem-se para a eventual possibilidade de guerra com a China. Em 2020, quase dois terços de todas as forças navais no mundo estarão concentradas na área Ásia-Pacífico. É a maior concentração militar naquela grande região desde a II Guerra Mundial. 

Num arco que se estende desde a Austrália até o Japão, a China enfrentará os mísseis e os bombardeiros nucleares americanos. Está a ser construída uma base naval estratégica na ilha coreana de Jeju a menos de 640 km da metrópole chinesa de Xangai, centro industrial do único país cujo poder económico vai provavelmente ultrapassar o dos EUA. A "campanha" de Obama destina-se a minar a influência da China naquela região. É como se uma guerra mundial tivesse começado por outros meios. 

Isto não é uma fantasia Strangelove. O secretário da Defesa de Obama, Charles 'Chuck' Hagel, esteve em Beijing na semana passada para entregar um aviso ameaçador de que a China, tal como a Rússia, pode vir a conhecer o isolamento e a guerra se não se vergar às exigências dos EUA. Comparou a anexação da Crimeia à complexa disputa territorial da China com o Japão sobre as ilhas desabitadas no Mar da China Oriental. "Não podem ir pelo mundo afora", disse Hagel descaradamente, "e violar a soberania das nações pela força, coerção e intimidação". Quanto ao movimento maciço de forças navais e de armas nucleares da América para a Ásia, isso é "um sinal da ajuda humanitária que as forças armadas americanas podem proporcionar". 

Obama está neste momento à procura de um orçamento para armas nucleares, maior do que no pico histórico durante a guerra-fria, a era de Strangelove. Os Estados Unidos estão a avançar na sua antiga ambição de dominar o continente eurasiano, estendendo-se da China à Europa: um "destino manifesto" assegurado pelo poder.


DAQUI

O cativante discurso da oposição


domingo, abril 27, 2014

cuidado com o cão...


O discurso dos políticos!...


Organograma sobre a maneira de pensar dos políticos!


Um susto de morte digitalmente falando...

E depois disse-lhes que o seu voto contava!!...


Pensamento para hoje


Vou ajudar a miúda!


Aviso!


Homo Sacer e os Ciganos

O Anticiganismo - Reflexões sobre uma variante moderna e por isso esquecida do racismo moderno



  • titulo original Homo Sacer und Die Zigeuner
  • tradução Boaventura Antunes, Lumir Nahodil e Virgínia Freitas
  • páginas 112
  • ano 2014
  • edição 1.ª
  • preço 13,00 €
  • isbn 978-972-608-250-7

Este livro destaca o real significado do anticiganismo, como variante específica do racismo no seio do capitalismo. A tese central que a autora expõe neste ensaio consiste na ideia de que o cigano se situa desde sempre no exterior da lei e, por isso, representa a sua matriz inadmitida, não sendo a exclusão e a idealização romântica senão as duas faces da mesma moeda racista. «O desprezo pelo cigano é testemunha de uma forma, nada despicienda, do medo da despromoção na escala social, como estado de espírito fundamental e ubíquo no capitalismo», assevera a autora.

Cala-te, Coelho!

Eu só conhecia um coelho que fala: Bugs Bunny.
Sou fã.
Quando o Bugs Bunny pergunta what’s up doc?, roendo a cenoura, consegue arrancar-me sempre um sorriso.
Mas agora conheço outro coelho que fala: Passos Coelho.
E também tem muita graça, este coelho.
Ontem, perante uma plateia de jovens dirigentes associativos, Coelho disse “a democracia e a liberdade têm de ser regadas com muito cuidado todos os dias”.
Que grande porra!
Só li esta notícia agora e penso que já é tarde para ir regar a democracia e a liberdade hoje… Vão secar, coitadas…
Mas Coelho disse mais.
Numa curta declaração, nos jardins de S. Bento, apelou à participação dos mais novos nas comemorações do 25 de Abril, para que não fiquem a “cheirar a bafio”.
E aqui fiquei confuso.
É que se regarmos a democracia e a liberdade todos os dias, com a humidade que tem estado, é certo e sabido que vão começar a cheirar a bafio.
Teremos, então, uma democracia e uma liberdade com bolor.
Em que ficamos, Coelho: regamos a coisa e ela fica a cheira a bafio, ou não regamos e a coisa seca?
Estás frito, Coelho…

A parte chata da santidade


sexta-feira, abril 25, 2014

São todos malucos! Vão no sentido contrário!...


Casal de velhos passeando a sua mascote...


O meu coelho é mais giro que o teu! Não, o meu é que é!


Nos 40 anos do 25 de Abril

Dá cá mais cinco!


The band


O MITO DO 25 DE ABRIL VINTE ANOS DEPOIS (NESTE CASO, QUARENTA ANOS DEPOIS)

Este texto foi escrito há vinte anos atrás sobre o 25 de Abril. Hoje, não há palavra alguma a acrescentar a esse texto. Por isso o (re)publico tal e qual como está!


            Euforicamente desde o início do ano, por parte da classe política coadjuvada pelos meios de comunicação social de dimensão nacional à evocação, quiçá, sublime, por parte de quem materialmente lucrou com a Revolução, aos vinte anos do 25 de abril. Façamos nós também, aqui e agora, um balanço daquilo que foi, paradoxalmente falando, a revolução feita com cravos.
            O golpe militar de à vinte anos, porque foi disso que se tratou, foi desejado por diferentes sectores políticos e pela burguesia ansiosa pela integração do país no capitalismo ocidental. Apesar de tudo o que se seguiu, o golpe teve origem no descontentamento dos capitães do exército por razões de salários, de promoções e pela situação já insustentável da greve colonial.
            Na manhã do 25 de Abril, os militares avisaram a população para ficar em casa a aguardar os acontecimentos. Porém a população, sai espontaneamente para a rua e manifesta-se contra o regime derrubado. A Pide foi desmantelada, os seus elementos presos e foram soltos os presos políticos. Estes foram, sem dúvida, os momentos mais importantes em termos efectivos de mudança social, juntamente com a ocupação de terras e de fábricas, uma parte delas abandonadas pelos capitalistas que entretanto tinham fugido do país financeiramente acompanhados. Estas mudanças foram curtas no tempo tendo em conta que os responsáveis políticos juntamente com os pides nunca foram julgados e foram libertos pouco tempo depois, do mesmo modo que o movimento espontâneo nas fábricas e no mundo rural foi de curta duração, a partir do momento em que foi enquadrado  pelo Partido Comunista. Posteriormente os capitalistas voltaram, recuperaram as terras e as fábricas e a sua vingança faz-se ainda hoje sentir...
            Vinte anos volvidos e tentando ser sociológica e históricamente objectivos, o que é que cada um e todos nós - estamos a falar do cidadão comum - ganhamos, em todos os sentidos da palavra, com a queda do "ancien régime"? Em todas as respostas possíveis a palavra liberdade, duma ou doutra maneira, estará presente. Mas dizer só isto é confundir toda a realidade social, pois esta liberdade é unicamente no plano político. Social e economicamente continuamos tão dependentes como antes...
            Relembramos a este propósito um texto de Proudhon: "Sob o ponto de vista bárbaro, liberdade é sinónimo de isolamento; é-se tanto mais livre quanto menos a acção for limitada pela acção dos outros... Sob o ponto de vista social, liberdade e solidariedade são termos idênticos: encontrando a liberdade de cada um na liberdade de outrém, não um limite... mas um auxiliar, o homem mais livre é aquele que tiver mais relações com os seus semelhantes."
            Se fizermos um apanhado dos grandes problemas actuais da sociedade portuguesa, vemos bem como fede, como tresanda a pus, derivado do cancro social que é o capitalismo selvagem, grande vencedor do 25 de Abril: desemprego, inflacção, concorrência desenfreada, sistema de saúde nas lonas, previdência social a dar o berro, corrupção política e económica, miragem europeia, proliferação de igrejas e profetas, falência da agricultura, a coesão social que conduz ao aumento da taxa de suicídio, crimes, delinquência juvenil e ao maior número de desamparados e pedintes.
            Escusado será continuar nesta enumeração. Daí que tenhamos de concluir que as iniciativas de "solidariedade social" que por aí abundam, por bem intencionadas que uma pequena parte delas seja, não pode deixar de revoltar as nossas consciências de libertários, mesmo que não nos consideremos como tal. "Só serei verdadeiramente livre - já dizia Bakunine - quando todos os seres humanos que me cercam, homens e mulheres, forem igualmente livres... de modo que quanto mais numerosos forem os homens livres que me rodeiam e quanto mais profunda e maior for a sua liberdade, mais profunda e maior será a minha liberdade... eu só posso considerar-me completamente livre quando a minha liberdade ou, o que é a mesma coisa quando a minha dignidade de homem, o meu direito humano... reflectidos pela consciência igualmente livre de todos, me forem confirmados pelo assentimento de toda a gente. A minha liberdade pessoal, assim confirmada pela liberdade de todos, estende-se até ao infinito."

25 de Abril de... 1953



O 25 de Abril de 1953 foi um grande dia para a ciência: foi o dia da publicação na "Nature" do artigo de
Watson e Crick que revela a estrutura em dupla hélice do ADN. Logo a seguir foram também publicados os artigos de Wilkins e de Franklin. Deu-se um passo de gigante na compreensão da "natureza das coisas" vivas. Sem o 25 de Abril nem a biologia nem a medicina teriam sido o que são hoje!

Carlos Fiolhais


DAQUI

Pela hora da morte

Um vento de protesto passa por terras do Douro.
O povo de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde une-se para protestar contra o aumento das taxas dos cemitérios.
Por exemplo: no caso de enterros em sepulturas, o preço era de 17,20 euros e vai passar a ser 49,60, o que corresponde a um aumento de 180%.
Mas o maior aumento dá-se nos enterros aos fins de semana, em que a taxa passa de 42,30 para 123 euros, ou seja, um aumento de 190%!
Morrer no Douro está pela hora da morte.
Portanto, esta malta de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde é muito capaz de decidir não morrer, o que irá prejudicar, ainda mais, a sustentabilidade das pensões da Segurança Social.
Sempre quero ver o que é que a troika tem a dizer sobre isto!…

O dia mais importante