domingo, junho 28, 2015

Lições gregas (continuação): coragem, democracia, esperança

A regra aplica-se também a piratas, a malfeitores e a delinquentes em geral. Adulto que o seja, que tenha crescido interiormente, sabe perfeitamente que nunca é grande ideia deixar as crianças abusar. Elas abusam, abusam, abusam, e só param quando são paradas. Assim foi a História da Grécia durante os últimos anos, assim tem sido a nossa também. Mas a da Grécia começou a mudar há uns meses com a eleição do novo Governo.
Os piratas/malfeitores/crianças que mandam na Europa pensavam que podiam continuar a abusar, abusar, abusar como antes. O novo Governo grego foi avisando, avisando, avisando, e eles, convencidos que continuavam a lidar com os delinquentes/piratas/malfeitores dos últimos Governos gregos, foram insistindo em tentar abusar um pouco mais. Até ontem.
Abusaram tanto que o novo Governo grego foi obrigado a Pará-los anunciando uma consulta popular. Os gregos irão decidir se querem que os seus destinos continuem a ser decididos por crianças/delinquentes/piratas que exigem que sejam exclusivamente os seus pobres e remediados a pagar uma dívida que cresceu para enriquecer a casta de milionários que os delinquentes/tiranetes/saqueadores querem manter à margem de qualquer contribuição para a sociedade que os enriqueceu, se querem continuar a permitir que a tropa de credores continue a ignorar a sua vontade soberana, a amarfanhar a sua democracia, a destruir a sua economia.
Para não dar grande margem à propaganda do medo dos delinquentes/malfeitores/ditadores, o referendo foi marcado para dia 5 de Julho, já daqui a oito dias. E, ainda sem conhecer o veredicto dos gregos, o Governo de Alexis Tsipras já soma pelo menos três vitórias.
A primeira é a vitória da coragem que demonstrou como não estão agarrados ao poder.
A segunda é a vitória da democracia que relembrou a todos os povos da Europa que se souberem escolher também há políticos que não se embriagam com o poder, que não rasgam o contrato eleitoral que lhes vale esse poder e que o mesmo poder não é absoluto, corresponde a um mandato de representação de uma vontade individual e colectiva expressa pelo voto.
E a terceira é a vitória da esperança  que renovaram ao seu povo ao mostrarem-lhes novamente que o país finalmente é Governado por gente de bem  que lhes proporciona a possibilidade - que mais nenhum povo da Europa tem – de serem eles próprios a aplicarem o correctivo que as crianças/saqueadores/ditadores merecem.
Coragem, democracia, esperança. Lições gregas para povos fartos de piratas/delinquentes/malfeitores.


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