sábado, julho 04, 2015

This is the end, my friend!...



O que começa também acaba... Foram quase 10 anos de Anovis, mais de um milhão duzentos e cinquenta mil visitas, trinta e cinco mil duzentos e cinquenta post, com milhares de textos, milhares de vídeos e milhares de fotos.
As coisas são o que são...Não há falta de motivação ou de força de vontade, o que há é querer fazer outras coisas a outros níveis...Não há arrependimentos, nem um pouco...não há mudança de visão em termos ideológicos, sociais ou pessoais. 
Os nossos tópicos de acção sempre estiveram definidos e presentes no Anovis e basicamente são quatro:
O tempo tudo define e tudo congrega. É a questão essencial e decisiva na vida e é escasso...É por isso que é importante não desperdiçá-lo...
É a questão do conhecimento. A sua procura e a sua posse. Fundamental e isso faz da profissão de professor decisiva...
É a questão política. Viver e como viver é o que está em causa e a luta que está por detrás disso.
É a questão ética, religiosa e mesmo estética...
Nada será apagado no Anovis Anophelis.
Tudo continuará disponível a quem quiser consultar e usar...
Só que não vale a pena continuar a defender o que já foi apresentado e dito várias vezes...
É urgente fazer outras coisas.
Acabamos com o Anovis mas há meses que estamos aqui e vamos continuar com esse projecto.
Visitem-nos...

Até sempre!

sexta-feira, julho 03, 2015

Il était une fois la fin...



Então adeusinho!...


Mentiras e mais mentiras!!!









Está tudo ao contrário!...


A zebra que canta para lhe darem comida!...

Churrasik park!


O gorila grego para a troika!...


Uma selfie com um dos seus eleitores


Como não cortar uma melancia com uma faca!...

Porque é que será que a apresentação do tempo é o programa mais popular na TV mexicana??!!!

O puto adora água!!!

Ignorância sem limites


A invenção da roda


Mas que grande cabra!


gajo normal...


O significado da fórmula


Nova passadeira para peões!


pensamento...


Olhar sexy


A diferença entre um coveiro e um assessor

Assessor Vs. coveiro

EXEMPLO 1
Ora atentem lá nesta coisa vinda no Diário da República nº 255 de 6 de Novembro:

No aviso nº ----     (2ª Série), declara-se aberto concurso no I.P.J.
Para um cargo de "ASSESSOR", cujo vencimento anda à roda de 3500 euros).
Na alínea 7:... "Método de selecção a utilizar é o concurso de prova pública que consiste na
"... Apreciação e discussão do currículo profissional do candidato."


EXEMPLO 2

Já no aviso simples da pág. 26922, a Câmara Municipal de Lisboa lança concurso externo de ingresso para COVEIRO, cujo vencimento anda à roda de 450 EUR mensais.

Método de selecção:

Prova de conhecimentos globais de natureza teórica e escrita com a duração de 90 minutos.
A prova consiste no seguinte:

1. - Direitos e Deveres da Função Pública e Deontologia Profissional;
2. - Regime de Férias, Faltas e Licenças;
3. - Estatuto Disciplinar dos Funcionários Públicos.
4. - Depois vem a prova de conhecimentos técnicos:Inumações, cremações, exumações, trasladações, ossários, jazigos, columbários ou cendrários.
5. -Por fim, o homem tem que perceber de transporte e remoção de restos mortais.
6. - Os cemitérios fornecem documentação para estudo.
Para rematar, se o candidato tiver:
- A escolaridade obrigatória somará + 16 valores;
- O 11º ano de escolaridade somará + 18 valores;
- O 12º ano de escolaridade somará + 20 valores.
7. - No final haverá um exame médico para aferimento das capacidades físicas e psíquicas do candidato.


ISTO TUDO PARA UM VENCIMENTO DE 450 ? MENSAIS!

Enquanto o outro, com 3.500? só precisa de uma cunha...!!!

Vale a pena dizer mais alguma coisa...?!

DIVULGUEM!!! Urge que se mostre indignação. Basta de cinismo e de hipocrisia!

Moralidade... precisa-se com urgência!

Por estas e por outras, é que em Portugal existem Coveiros CultosAssessores de merda.

A homenagem de Portugal: Eusébio chega hoje ao Panteão



Eusébio da Silva Ferreira mais conhecido simplesmente por Eusébio vai ser trasladado esta sexta-feira para o Panteão Nacional. As cerimónias prolongam-se durante toda a tarde. O cortejo vai percorrer uma parte da cidade.

Vai ser a décima segunda personalidade a ir para o Panteão Nacional.
O que é que é extraordinário nisto?
Há aqui um lapso fundamental! E ninguém reparou ou quis reparar!
Ninguém foi capaz de mencionar que se trata do primeiro negro a conseguir lugar no Panteão Nacional! E isto não é coisa de somenos...
Fala-se no "Pantera Negra" quem vai fazer o elogio fúnebre é António Simões (jogador do Benfica, colega de Eusébio) chamado de "irmão branco", mas ninguém, do desporto, da política, do fait-divers mencionou o acto de se tratar do primeiro negro, do primeiro africano a brilhar no firmamento lusitano!...

Razões para desconfiar desta "aristocracia"

Os dias, as semanas, os meses, os anos passam e assemelham-se... Poderíamos mesmo acrescentar, séculos passam e também são semelhantes... São sempre os mesmos que ganham e os mesmos que perdem... De um lado os que dominam, do outro os dominados. A história parece imutável, a este nível. 

Hoje em dia a principal diferença reside na informação. Em tempos, era difícil de aceder, agora é superabundante ao ponto de muitos se perderem e acabarem por tudo misturar... o que nos permite (quase) dizer que estes não estão melhor informados que antes. A quantidade aí está, sem dúvida, mas com uma perda de qualidade óbvia... Como qualquer outro produto, neste mundo "mercantilizado" ao exagero, a informação tornou-se objeto de consumo... 

Há poucos dias, a sra. Lagarde, diretora executiva do FMI, a funcionária internacional mais bem paga do mundo, com um salário de cerca de 500 mil dólares por ano (ou seja, quase 32 mil euros/mês) do qual não paga impostos (!) em conformidade com as artigos 34º e 38º da Convenção de Viena de 1961 sobre relações diplomáticas, esteve em Bruxelas no quadro das Grandes Conferências Católicas. 

Além de questões que se podem colocar sobre a presença da diretora do FMI em tais conferências, o mais incrível reside sem dúvida no conteúdo do discurso feito pela sra. Lagarde. Sem pestanejar, ela asseverou que "todos ganharão com uma redução das desigualdades excessivas". O público na conferência "católica" ouviu estas máximas "piedosamente" sem que alguém tenha tentado infligir a esta senhora o único tratamento que ela merece, ou seja, lançando-lhe um pastelão Perguntamo-nos se estamos a sonhar (ou antes num pesadelo) ao ouvi tais declarações. E como não reagir!? Que ela comece, portanto, por rever o seu salário e os da sua comitiva... 

A sra. Lagarde enumerou uma quantidade de boas intenções, sugerindo ainda que: "Nossos estudos mostram que, contrariamente às ideias vulgarizadas, os benefícios de um aumento do rendimento, vêm dos de baixo e não dos do topo". Não sabemos em quem ela pensava nestas "ideias vulgarizadas"'... Quanto a nós, do povo, nós o sabemos há muito e não tínhamos necessidade que a diretora do FMI viesse com esta tirada. Teria a sra. Lagarde encontrado a direção certa para cortar no bom sentido? Mas, sinceramente, haverá um cargo no mundo que mereça aquele pagamento, para não mencionar todas as vantagens que o acompanham? A resposta deve ser clara: nenhum! (ver www.lalibre.be/....

O mais interessante da história é ver com que tenacidade, com que ressentimento a mesma diretora, tão bem intencionada quando se trata de dar lições de moral num ambiente "católico", procede de comum acordo com as altas instâncias internacionais (UE-BCE-FMI, a chamada "Troika") que puseram a Grécia de joelhos. Viver com 32 mil euros/mês sem pagar impostos e reivindicar para a Grécia esforços suplementares para os desempregados e aposentados, que tentam sobreviver com uns 500 € por mês é uma vergonha e uma impostura que mereceria ser de imediato destituída do cargo e entregar 95% do que tem recebido à custa dos mais pobres que veem tais números e ficam simplesmente paralisados na sua dramática situação, não sabendo muitos deles como terminar o mês. Para memória, lembremos que a taxa de suicídio aumentou de maneira endémica na Grécia após as medidas de austeridade, defendidas pelas pessoas atacadas de autismo que nos governam. 

E toda esta gente que gira entre cimeiras e reuniões especiais para ver como esgotam ainda mais os que já não tem quase nada, esses indivíduos arrogantes que se espanejam atrás dos seus mandatos imerecidos, esta aristocracia de nutridos que abomina cada vez mais os povos não deve surpreender-se de ver a Europa transformar-se na cor castanha de que eles afirmam não entender as razões e fazer todo o possível para a combater. Eles são os primeiros responsáveis e com eles a comunicação social que controlam e manipulam. Raramente, sem dúvida, o mundo tem enfrentado tanta exibição de cinismo. 

Alguns podem repetir que o grande problema da Europa é imigração. Realmente é a árvore que esconde a floresta. O grande problema da Europa (e da globalização em geral) é precisamente estas desigualdades que se tornaram intoleráveis entre os cada vez mais ricos e os cada vez mais pobres. Imigração maciça é uma das resultantes. Entre os patrões de grandes empresas que se concedem salários de uma indecência sem nome estes funcionários com salários excessivos, nunca responsáveis pelos seus vários erros, no entanto múltiplos, mas com a renovação dos seus mandatos assegurada neste jogo de dar e receber entre amigalhaços. Isto, enquanto os pensionistas, os desempregados, os jovens, os trabalhadores, cujas condições são precarizadas ao longo dos anos, a contradição é hoje enorme. Chegará o dia onde a revolta popular virá surpreende-los sob as suas janelas e eles sem dúvida vão se espantar, vivendo na sua bolha acética e sombria, feita de diretivas e decretos que não são do interesse do cidadão... 

Atualmente, joga-se o destino da Grécia, os outros povos de países europeus vizinhos olham e compreendem pouco a pouco como esta aristocracia organiza-se para despedaçar um país e enriquecer à sua custa. Porque é a Europa e seus banqueiros que enriquecem sobre as costas da população, fornecendo empréstimos a juros que noutras circunstâncias seriam qualificados de usurários...e vem dizer-nos em seguida, para "reduzir as desigualdades excessivas"... 

Que impostura a destes funcionários! Que parasitas! Isto verifica-se quase todos os dias. Não se estava a ver este jogo de víboras aquando da nomeação de J.-C. Junckers a seguir ao Sr. Barroso à frente da Comissão? Belo exemplo para os povos, com efeito nomear para a chefia da Comissão um dos feitores do paraíso fiscal chamado Luxemburgo! E pensam que a população não tem memória e não se lembra? Tomam-nos portanto além do mais por imbecís... Não satisfeitos em ter renunciado há muito a qualquer probidade, de não terem a mínima integridade pessoal, de estarem muitos deles metidos em sombrias tramoias e múltiplas fraudes, arrastam-se na baixeza para obter mais um lugar onde poderão ainda por mais alguns anos encher os bolsos... Eis a ideia que fazem das populações que pretendem gerir. 

Em 27 de junho, em Montpellier, numa sessão dedicada ao partido Syriza, um responsável local explicou-nos que o que tinha permitido o sucesso deste partido "de esquerda", tinha sido o Pasok (partido social-democrata grego que faz parte do partido dos socialistas europeus e da Internacional Socialista – pois claro!) já não ser qualificado nem designado há longo tempo pelos Gregos como um partido "da esquerda". Enquanto noutros países europeus, os partidos socialistas que levam a cabo em concertação uma política neoliberal idêntica à da direita, são considerados como sendo de "esquerda", a confusão reina no seio da população. Para meditar... 

[...] 

P.S.: Mme. Lagarde, acaba de anunciar que se solicitado pelas instâncias, se sente pronta para "servir" num novo mandato à frente do FMI, "esta bela casa", acrescentou... Assim se vê a hipocrisia e a duplicidade no trabalho quando estes responsáveis confundem "servir" e 'servir-se"...


DAQUI

O golpe de Estado dos “adultos”

Ao declarar que seria preciso discutir uma solução para a Grécia, mas “com adultos dentro da sala”, a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, estava a revelar a atitude genocida do capital internacional sempre que alguém se lhe atravessa no caminho.
Logo surgiram tentativas para minimizar o significado da frase de Lagarde, como se ela se tivesse limitado a lançar uma graçola de gosto duvidoso, ao estalar-lhe o verniz de grande dama perante a relutância de um Governo em capitular. A essa luz tratar-se-ia talvez de uma grosseria ou mesmo de uma manifestação de carácter digna de Strauss-Kahn. Só com a diferença de Lagarde não violar empregadas de limpeza e sim povos inteiros, com os seus direitos sociais e direitos humanos.
Na verdade, o que diz a frase de Lagarde sobre a política imperialista é muito mais interessante do que aquilo que nos diz sobre o perfil violador que parece ser requisito para preencher a cúpula do FMI. E o ingrediente-chave da frase não é tanto o que dá roda de crianças aos governantes gregos – um insulto como qualquer outro, e nem dos mais violentos –, e sim aquele que os trata como indesejáveis na sala.
E este ingrediente não era metafórico: logo que o Governo grego anunciou a convocação do referendo, o Eurogrupo passou a reunir-se com Varoufakis à porta “da sala”. A exclusão faz todo o sentido, porque, ao conspirar contra alguém, não se convida esse alguém para estar presente “na sala”.
A conspiração não é apenas para expulsar Varoufakis e Tsipras “da sala”, mas sobretudo para expulsá-los do Governo. E já vimos nos últimos anos como o diktat dos mercados fez colocar “na sala” do poder governos não eleitos: o de Mario Monti em Itália, 2011, e o de Panagiotis Pikrammenos na Grécia, em 2012. E, nessas duas ocasiões, foi possível colocá-los no poder pacificamente, porque os partidos votados sabiam que os mercados existem para ser obedecidos e acharam bem dar a comissários nomeados o lugar que devia ser de governantes eleitos.
Quando irrompem na cena política “crianças”, que não sabem obedecer – ou, pelo menos, têm lealdades conflituantes entre os mercados e o eleitorado -, aí salta o verniz aos nossos líderes globalizados. Na história sempre assim foi: acima da legitimidade eleitoral estão os interesses de classe.
Um governo legítimo que não entenda a bem esta verdade elementar, terá de entendê-la a mal. Assim sucedeu a Mossadegh, no Irão, derrubado por um golpe de Estado de inspiração britânica; assim sucedeu a Allende, no Chile, derrubado por um golpe de Estado de inspiração norte-americana; assim sucedeu mais recentemente no Egipto. E, no largo etcoetera de ditaduras sangrentas resultantes deste “adulto” comportamento do imperialismo, haveria que incluir também a ditadura grega dos coronéis.
Lagarde não inventou nada de novo. A conspiração dos “adultos” para sufocar a economia grega é da massa das que no passado provocaram golpes de Estado, guerras civis, invasões, genocídios. Tudo com a candura de quem manda uma criança, de castigo, para o canto.

A imprensa nacional e os gregos malditos

Não tenho sido o único a notar que a imprensa nacional passa uma história diferente daquela que é passada pela imprensa anglo-saxónica. Nada melhor para ilustrar isto do que os textos sobre a declaração de hoje do FMI:

Enquanto uns dizem que o FMI pede maior flexibilidade na ajuda à Grécia...

The IMF called on Thursday for Europe to grant the country “comprehensive” debt relief.
Concessions proposed by the IMF was a doubling of the maturities on Greece’s existing debts to 40 years and the inclusion of a 20-year grace period on repayments.
 
The International Monetary Fund (...) conceded that the crisis-ridden country needs (...) large-scale debt relief to create “a breathing space” and stabilise the economy.
IMF revealed a deep split with Europe as it warned that Greece’s debts were “unsustainable”.
Fund officials said they would not be prepared to put a proposal for a third Greek bailout package to the Washington-based organisation’s board unless it included both a commitment to economic reform and debt relief.
According to the IMF, Greece should have a 20-year grace period before making any debt repayments.
 
... outros dizem que aponta o dedo à Grécia
 
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que se a Grécia não concretizar um conjunto de reformas precisará de um perdão de dívida (haircut).

Jornal de Negócios 
O Fundo Monetário Internacional efectuou uma análise à sustentabilidade da dívida pública da Grécia, tendo concluído que será necessário um "haircut" caso o país não implemente reformas  
 
Nem tive coragem de abrir o Observador...


Paulo Portas, um radical que não se importa de dar cabo de tudo

Durante uma homenagem ao congressista norte-americano luso-descendente Devin Nunes, Paulo Portas aproveitou o palanque para lançar algumas achas eleitoralistas para a fogueira grega:
Mas nem só de ideologias se fazem os radicalismos que não se importam de dar cabo de tudo. Outros há que dele fazem uso por motivos de ambição pessoal. Quando há exactamente dois anos e um dia atrás Paulo Portas apresentou a sua demissão, na sequência da nomeação da Maria Luís Albuquerque para ocupar o lugar deixado vago por Vítor Gaspar, o então Ministro dos Negócios Estrangeiros afirmava, em carta dirigida à nação:
Expressei, atempadamente, este ponto de vista [oposição à escolha da actual ministra para o lugar] ao Primeiro-Ministro que, ainda assim, confirmou a sua escolha. Em consequência, e tendo em atenção a importância decisiva do Ministério das Finanças, ficar no Governo seria um acto de dissimulação. Não é politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível.
Apesar do discurso rebuscado e artificialmente patriótico, Paulo Portas acabou por optar pela dissimulação e pelo politicamente insustentável que não lhe era pessoalmente exigível. Perante a hipótese de subir na cadeia alimentar governativa, o líder do CDS pôs de lado a irrevogabilidade da sua demissão e abraçou a nova função, sendo hoje frequente vê-lo em momentos de alguma intimidade com a ministra que o levou a escolher o caminho do radicalismo que dá cabo de tudo e que, no dia 3 de Julho de 2013, fez a bolsa de Lisboa afundar-se violentamente, com os juros da dívida a tocar os 8%. Só dois anos mais tarde, precisamente na passada Segunda-feira quando as negociações entre a Grécia e a Troika foram interrompidas e o sistema financeiro afundou em bloco, é que se voltaram a registar resultados tão negativos na bolsa de valores portuguesa.
Existem efectivamente radicalismos que não se importam de dar cabo de tudo. Uns por motivos ideológicos, entre os quais podemos destacar, no passado recente, o processo de privatizações em formato liquidação total ou a reforma-fantasma do Estado que basicamente consistiu no aumento brutal da carga fiscal e na aplicação de cortes cegos em salários e pensões, que deram cabo da vida de centenas de milhares de portugueses, outros por simples ambição pessoal, como foi o caso de Paulo Portas. Fruto do radicalismo da coligação que integra, capaz de dar cabo de tudo, o fosso entre ricos e pobres aumenta há cinco anos consecutivos e a própria Comissão Europeia, insuspeita de derivas esquerdistas, acusou Portugal de ser incapaz de lidar com o aumento da pobreza, acrescentando em relatório tornado público em Fevereiro passado que os cortes nos apoios sociais prejudicaram desproporcionalmente os mais pobres. Malditos radicais sem escrúpulos.

À espera de Domingo: radiografias da submissão e outros contos


Não, a fila que se vê na foto que ilustra este que lêem não se formou para levantar dinheiro num multibanco e muito menos foi tirada na Grécia. Podia ter sido tirada em Espanha, onde também se espera mais de meio ano por uma colonoscopia, Mas também não. Foi tirada em Portugal, numa das clínicas privadas com acordo com o SNS onde, quando abrem as marcações, centenas de pessoas aparecem de véspera para terem direito a fazer o exame por até 48 euros. Em clínicas sem esse acordo, o exame pode custar mais de 200. Uma ressonância magnética, outro exame que está a ser fortemente racionado, custa mais de 400. E, custem 200, 400 ou até mais, estes exames existem para poupar as vidas e muito sofrimento àqueles que necessitam de fazê-los para rastrear doenças oncológicas potencialmente mortais em fases mais avançadas  em que os tratamentos custam dez, vinte, centenas de vezes mais do que 200 ou 400 euros. O Governo condena à morte e ao sofrimento um número indeterminado de portugueses quando decide poupar 200 ou 400 em testes complementares de diagnóstico para gastar milhões em tratamentos oncológicos. Para além de ser um crime sem nome, é também um péssimo negócio se a lógica seguida for a da mera aritmética.

Regressando à foto, há quem umas vezes se lembre de dizer que somos todos – Charlie – ou todos e todas, depende da liturgia da congregação, noutras que somos todos gregos, neste momento ser grego é o que está a dar, amanhã logo se vê, outros ainda que nem uma coisa nem a outra, pertencem a uma massa amorfa que nunca diz nada. São diariamente convocadas acções que pretendem expressar solidariedade aos gregos. E muito bem, eles merecem-na, souberam organizar-se colectivamente, conseguiram pôr-se de pé e enfrentar o invasor que se apoderou do país. Mas nada disto tem significado algum se nos esquecermos que somos portugueses, se a solidariedade que manifestarmos aos outros for a solidariedade que não nos oferecemos a nós próprios e, sobretudo, se não percebermos que é nessa solidariedade que praticamos pouco que está a explicação de como uma minoria reduzida mas coesa tem conseguido subjugar uma maioria cuja vontade se dilui no individualismo de cada um.

Foi esse individualismo inconsciente e ignorante, que aquela foto ali em cima retrata tão bem, que nada fez quando o dinheiro dos nossos impostos começou a ser desviado da Saúde que era suposto financiar para pagar juros multiplicados por uma regra artificial, sem par em nenhum outro banco central, que impede o BCE de ceder liquidez directamente aos estados e, dessa forma, nos faz reféns de um sector financeiro que rentabiliza as nossas vidas e o nosso sofrimento especulando no mercado com a maior das naturalidades. Foi esse individualismo que se encolheu ao desinvestimento que foi desmantelando o SNS ao mesmo tempo que o foi concessionando a clínicas privadas onde os utentes que um dia fomos hoje fazemos filas intermináveis de clientes de um negócio tornado lucrativo pelos nossos impostos: “eu hoje não estou doente, sou um tipo saudável e até tenho que chegue para pagar um seguro de saúde, logo, não sou eu que tenho que me preocupar com o SNS que é de todos. "E eu que não tenho, que sozinho nada posso, resta-me sujeitar-me e obedecer."

Na Grécia, o cenário é o mesmo. “Eu hoje não posso levantar mais do que 60 euros no multibanco, quero lá saber de quem tem multibanco mas não tem 60 euros, de quem não tem nem multibanco nem 60 euros, de quem tem multibanco mas deixará de ter 60 euros caso vença o “sim” no referendo grego do próximo Domingo”. Foi sobre este individualismo, habitualmente permeável a provocações que põem trabalhadores contra trabalhadores e velhos contra novos, que a atrás referida minoria coesa e organizada resolveu trabalhar fechando a torneira à Grécia na Sexta-feira passada. Se aqueles que menos têm e aqueles que mais têm a perder cederem à chantagem ou ficarem em casa no próximo Domingo, e todos sabemos como os abstencionistas são todos iguais e como os abstencionismos servem sempre os mais fortes, o directório europeu conseguirá não apenas derrubar um Governo que tudo fez para defendê-los e ao seu país e colocar um qualquer bonequinho do multibanco no seu lugar como ainda estancar o efeito de contágio da – para eles – praga democrática a outros países à mercê da sua voracidade à prova de escrúpulos. Que vença o "não", muito pelos gregos mas sobretudo por todos nós, portugueses e não só, individualistas e desorganizados, logo, obedientes, que ainda não somos gregos por  mero tacticismo e conveniência. Mas já faltou mais.


MAIS UMA VEZ SE PÕE A QUESTÃO

Deve continuar a haver relatórios para análise do mercado financeiro? Em todo o caso, o conhecido site de notícias norte-americano Business Insider advertiu, perante a leitura do Global Financial Stability Report do Fundo Monetário Internacional (FMI) publicado em meados de Abril, que este relatório sobre o estado dos mercados financeiros mundiais "não era próprio para cardíacos". O FMI constatava um aumento da instabilidade do sistema financeiro mundial desde Outubro de 2014, em paralelo com um deslocamento de "riscos de estabilidade" para domínios onde são difíceis de detectar. Eles ter-se-iam deslocado das "economias avançadas para as economias emergentes, dos bancos para os bancos-sombra e de problemas de solvabilidade para problemas de liquidez".

O FMI concluía que os "mercados podem ser cada vez mais vulneráveis a episódios em que a liquidez desaparece e a volatilidade dispara." Como exemplos da crescente instabilidade estrutural do sistema financeiro global, o relatório mencionava as distorções desencadeadas pela abolição da ligação do franco suíço ao euro em Janeiro de 2015, bem como o repentino voo picado das obrigações a dez anos do tesouro dos EUA em Outubro de 2014, cujo colapso foi comparável à reacção à falência do Lehman Brothers em 2008. Estas turbulências nos mercados foram reforçadas principalmente pela enorme "retirada de apoio à liquidez", alertava o FMI.

Falando claramente: sob a superfície da actividade "normal" do mercado, o cepticismo e a desconfiança estão a espalhar-se entre os sujeitos que nele intervêm, já que existe mesmo a ideia da insustentabilidade da dinâmica de especulação actual – da bolha de liquidez desencadeada pela política monetária expansionista dos bancos centrais. Cada actor do mercado financeiro tem de participar durante tanto tempo quanto possível durante a bonança, mas ao mesmo tempo tem aumentar a disponibilidade para sair o mais rapidamente possível na turbulência. Por isso também podem ocorrer eventos limitados de ondas de choque maiores através de todo o sistema, como observava o Business Insider: "Quando a liquidez do mercado seca, em momentos de maior volatilidade, a extensão e o alcance dos movimentos do mercado é reforçada". O que surge aqui é o retorno da constelação de crise da crise financeira global de 2007/2008, quando os mercados "congelaram", após o choque do Lehman Brothers, e os empréstimos no mercado interbancário quase paralisaram, porque os actores do mercado financeiro já não confiavam entre si.


O panteão


Quão perto esteve a Grécia de chegar a um acordo?

Na quarta-feira de manhã, o Financial Times divulgou uma carta que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, enviou ao Presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, na terça-feira à noite, em que parecia aproximar-se ainda mais das posições das instituições que compõem a troika (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu). Quão próximas estavam realmente as posições do Governo de Tsipras, expressas naquela carta, e a dos credores, publicadas pela Comissão Europeia no domingo?
IVA
O Governo grego tem resistido a um aumento no IVA para o sector da hotelaria, que está submetido actualmente a uma taxa de 13% no continente e em Creta, e de 9% nas ilhas gregas. Os credores têm exigido que o Governo aumente a taxa para 23% em todo o país. Mas a Comissão Europeia já indicou que pouco antes de as autoridades gregas abandonarem as negociações, os credores estavam dispostos a aceitar uma taxa unificada de 13% para os hotéis, mantendo todavia 23% para restaurantes. Na sua carta ao Eurogrupo, Tsipras aceitava as taxas propostas, pedindo apenas que fosse mantido sobre estas o desconto de 30% que é aplicável nas ilhas gregas.
A questão das isenções que se aplicam às ilhas gregas é importante, já que é uma das “linhas vermelhas” do ANEL (Gregos Independentes), o pequeno partido nacionalista que está na coligação governamental. O seu líder, Panos Kammenos, declarou recentemente que não aceitaria o fim das isenções fiscais para as ilhas,  "mesmo que o governo caia." 
Medidas orçamentais 
Os parceiros europeus queriam que, o mais tardar até final de 2016, as autoridades gregas exigissem o pagamento adiantado do IRC para o ano seguinte, assim como a eliminação de benefícios fiscais concedidos aos agricultores. Tsipras não se opunha a essas propostas na sua carta, pedindo apenas mais um ano para o fazer. 
O primeiro-ministro grego dizia ainda estar disposto a cortar o orçamento militar em 200 milhões de euros já em 2016, e 400 milhões de euros em 2017, enquanto a troika pedia 400 milhões já em 2016. Atenas mantém uma despesa militar importante, cerca de 2,2% do PIB, o que ironicamente faz da Grécia um dos poucos países que cumpre a meta da NATO de 2% do PIB.
Pensões
Este é um capítulo importante, onde desde o início os credores têm insistido na necessidade de reformas, já que as pensões gregas representam cerca de 16% do PIB, a maior proporção na UE. A troika pedia poupanças na ordem dos 0,5% do PIB em 2015, e 1% do PIB em 2016, através da supressão dos incentivos às reformas antecipadas, o aumento progressivo da idade da reforma para 67 anos e a eliminação gradual até 2019 do complemento concedido a cerca de 200 mil pessoas que recebem pensões modestas, cortando de imediato esse complemento aos 20% mais abastados.
Na carta que enviou ao Eurogrupo, Tsipras, embora aceitasse implementar algumas dessas medidas, propunha fazê-lo apenas no Outono de 2015, mediante uma nova lei geral sobre pensões que o seu Governo pretende apresentar. Quanto aos complementos das pensões aceitava avançar com a eliminação gradual desse complemento até 2019, mas sem o corte imediato aos 20% menos pobres. 
Mercado de trabalho
As regras laborais na Grécia têm vindo a ser flexibilizadas desde o início da crise, e o Governo do Syriza propunha-se restaurar algumas protecções laborais, nomeadamente procedendo a modificações nas regras sobre negociações colectivas. Os credores opõem-se a esses planos, e exigem ainda que qualquer modificação ulterior das regras laborais seja previamente aprovada pelas instituições da troika. 
Tsipras estava disposto a congelar as suas propostas de reformas até o Outono de 2015, e na sua carta não emitia qualquer objecção à proposta de um controlo prévio pelas instituições a reformas futuras.
Privatizações
As propostas das instituições publicadas no domingo insistiam na necessidade de avançar com mais privatizações no sector dos transportes e das telecomunicações. O Governo de Alexis Tsipras, que interrompeu as privatizações em curso depois de ganhar as eleições em Janeiro, já foi entretanto obrigado a ceder, avançando com o processo de privatização do porto do Pireu. 
O Governo grego dizia-se pronto a aceitar as privatizações, mesmo no sector da electricidade, que tem sido uma área sensível nas negociações entre gregos e credores, exigindo apenas separar a empresa que gere a rede de distribuição eléctrica (ADMIE) para mantê-la sob controlo público.

Reestruturação de dívida
Apesar da insistência do lado grego - ainda esta semana Tsipras voltou a propor uma reestruturação da dívida aos seus parceiros, que foi rejeitada pelo Eurogrupo na terça-feira - este é um tema que os credores europeus se têm recusam a abordar, e onde há uma divergência clara com o FMI, que vê a reestruturação como necessária para manter a dívida grega a um nível sustentável. 


SÓ DUAS PERGUNTAS NUM EXAME?

Comecei a ler o exame de português, mas podia ser um de filosofia, e viajei no tempo. Lembrei-me do professor que pegava numa obra, passava aulas à volta do conteúdo e tratava da gramática e das circunstâncias mais variadas. Um teste com duas ou três perguntas era suficiente para nos avaliar.
Mas voltando ao tal exame, impressionou-me a fragmentação das duas ou três obras incluídas. Não há belo que resista. Não sei se esse tipo de obsessão métrica não nos está a impedir de olhar para a crise da Europa sem ser através de uma folha excel onde muito remotamente cabem pessoas.

Os perigos de um MEC implodido

Nuno Crato apresentou como uma das bandeiras do seu mandato, aquilo a que chamou a “implosão” do Ministério da Educação. De acordo com as suas declarações a esse respeito entendia-se que pretendia que o aparelho administrativo do seu ministério se aligeirasse e que a burocracia na relação com as escolas se reduzisse.
Subjacente ao seu desejo estava, em larga medida, uma visão partilhada com outr@s titulares da pasta acerca da “monstruosidade” e perversidade desse aparelho, que seriam contrárias à eficácia dos procedimentos e inimigas da liberdade de acção das escolas para resolver com celeridade os seus problemas.
Com o mandato a terminar é interessante fazer um balanço de tal pretensão e analisar se o que foi feito corresponde ao que se prometia e se conduziu a uma melhoria de funcionamento do “aparelho” do MEC e a uma maior liberdade das escolas.
Em termos práticos, a “implosão” prometida ficou restringida a uma redução dos quadros qualificados ao serviço do MEC, o que se integrou no esforço por reduzir a despesa com pessoal, nada tendo sido feito de relevante no sentido de desburocratizar os procedimentos que se tornaram ainda mais irracionais do que eram devido à opção por uma hiper-concentração dos centros de decisão e pelo desenvolvimento de novas cadeias de controlo de todos os actos de gestão nas escolas através de plataformas electrónicas de preenchimento obrigatório para os detalhes mais remotos do quotidiano escolar e a necessidade de autorizações hierárquicas para qualquer acto que fuja à mais pedestre normalidade.
Toda a retórica em favor da desburocratização e da descentralização dos procedimentos, não passou de uma falsidade repetida e desmentida decreto após decreto, portaria após portaria, circular após circular, continuando o MEC por se caracterizar por um torrencial delírio legislativo e regulamentador. Sendo isto agravado com a evidente perda de qualidade de muita dessa regulamentação, exactamente em virtude da saída de muitos dos quadros mais competentes que antes a produziam. Porque uma coisa é concordarmos ou não com o conteúdo de certos diplomas e outra é o que achamos da sua qualidade em termos técnicos.
Os efeitos perversos da famigerada “implosão” concretizada por Nuno Crato podem ser demonstrados, entre outros, em três áreas:
O desaparecimento de alguns organismos administrativos intermédios levou a que muitas decisões e disputas sobre a interpretação de diversos normativos ficassem dependentes em exclusivo de Lisboa. O que levou a uma morosidade extrema das respostas às escolas, ao desencontro dessas respostas entre vários serviços sem coordenação e ao puro e simples desrespeito de muitos prazos definidos no Código do Procedimento Administrativo para dar despacho, por exemplo, a meros recursos hierárquicos. De novo, uma coisa era criticar o nepotismo que campeava nesses órgãos intermédios e outra é considerar que eles devem ser completamente eliminados.
A falta de pessoal qualificado em áreas cruciais da administração educativa conduziu a situações de ruptura ou à demonstração pública de profunda incompetência, de que o exemplo maior foi a concepção e execução do concurso para colocação de professores no ano lectivo anterior e que motivou este ano, pelo que se lê na imprensa, a necessidade de contratação externa de serviços que antes eram assegurados a nível interno. Não é raro que as poupanças de curto prazo resultem em despesas posteriores maiores e neste ano de eleições o medo de novo fracasso na colocação de professores parece ter deixado a austeridade esquecida neste particular.
Em terceiro lugar, a redução de pessoal técnico qualificado para dar apoio a algumas decisões conduziu a uma situação em que o MEC se tornou presa fácil de grupos de pressão e de interesses externos que passaram a influenciar de modo directo o círculo restrito de decisores em matérias demasiado sensíveis e em que são notórias as cedências do poder político a esses grupos. Há decisões desconexas e casuísticas em termos curriculares, apresentadas quase como se fossem resultantes de estados de alma, que só se conseguem explicar pela incapacidade do MEC resistir à sedução de tais grupos de interesses.

E tudo isto se passa enquanto a burocracia e opacidade de alguns procedimentos permanecem praticamente inalteráveis se não mesmo mais incompreensíveis em tempos de exaltação “liberal”. As escolas raramente estiveram tão presas de movimentos e nunca a transparência esteve tão ameaçada pela dificuldade em controlar potenciais atropelos à legalidade graças ao anonimato digital e ao já clássico “foi um problema informático”.


quinta-feira, julho 02, 2015

Esperem só um bocadinho que já vos atendo!...


Há quem consiga dizer NÃO!!!


Pensamento para hoje!...


Estes são os tempos modernos!...


Onde é que vamos plantar esta casa?


Mais do que uma foto!










Como não usar um machado!

Homem consegue na justiça autorização para casar com uma cabra

O agricultor Josafá José de Jesus Jaraguá, 48 anos, conseguiu autorização judicial para se casar com sua cabra, Jupira, de 5 anos de idade.
A decisão foi prolatada pelo juiz da 2ª Vara Cível da comarca de Lapão Roliço-MG, e obriga o tabelião do cartório local a realizar o casamento do inusitado casal.
“Estou muito feliz com a decisão”, disse Josafá, que é conhecido na localidade como “Josafá da burra”.
Questionado sobre o motivo de ser conhecido por tal epíteto, Josafá explica que no passado teve “relacionamento amoroso com uma equina, daí vem a origem do apelido”.
Algumas pessoas da cidade ficaram surpresas com a decisão. É o caso de dona Maria de Lourdes, que qualificou o julgado como “falta de vergonha na cara”.
Leia abaixo um trecho da sentença:
“O progressivo avanço das relações sociais tem trazido ao Judiciário demandas até outrora impensáveis.
Este poder deve seguir na vanguarda, olhar para as aspirações do povo brasileiro. Foi assim quando permitiu o casamento de pessoas do mesmo sexo. Ora, por qual motivo o conceito de família deve ser hermético e imutável?
Por qual motivo que seres de espécies diferentes que se amam não podem constituir família.
Isto posto, com amparo no princípio da isonomia, consagrado na Magna Carta de 1988, defiro o pedido autoral determinando que o Cartório de Registro Civil da Comarca de Lapão Roliço realize o enlace matrimonial do autor da ação e de sua consorte, Jupira.”
P.S. mas o que é que isso tem de especial? Não são situações que acontecem todos os dias? Quantas vezes ouvimos homens dizer angustiadamente: "A cabra da minha mulher!"...

Ciência em Portugal: ASCENSÃO E QUEDA

O nosso sistema de ciência e tecnologia desenvolveu-se extraordinariamente nas décadas de 1990 e 2000. O Ministério da Educação e Ciência (MEC) foi criado em 1995 por António Guterres, tendo José Mariano Gago como titular. Em 2005, Mariano Gago voltou, tendo o Ministério passado a ser da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Em 2011, no governo de Pedro Passos Coelho, Nuno Crato assumiu a pasta de Educação e Ciência: passados quatro anos, é hoje consensual que tanto a ciência como o ensino superior estão piores. É justo sublinhar o papel que Gago desempenhou no desenvolvimento da ciência nacional. Convicto de que a ciência era uma mola para o desenvolvimento, ele colocou a ciência na agenda política. E, de facto, nessa área, o país conheceu enorme transformação. O braço armado do ministério foi a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), fundada em 1996. No mesmo ano nasceu a Agência Ciência Viva para a Cultura Científica e Tecnológica, por Gago considerar a cultura científico-tecnológica essencial para o florescimento da ciência. Contrariando a política anterior, Crato é o responsável por um óbvio retrocesso quer na ciência quer na cultura científica.

Para verificar como o sistema de ciência cresceu, basta consultar a PORDATA, base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos. O investimento em investigação e desenvolvimento subiu de 0,4% para 1,5% do PIB desde 1986, ano da entrada de Portugal na União Europeia (UE), para 1,5% em 2011. Dois bons indicadores dos resultados desse investimento são o número anual de novos doutorados formados e o número de novas publicações científicas. Em 1996 obtiveram o diploma de doutor 216 pessoas, mas em 2011 já foram 1845. O número de publicações científicas em revistas indexadas, que era de 664, passou para 15233 em 2011. Se o investimento subiu quase quatro vezes, o número de novos doutores subiu nove vezes e o número de publicações subiu 23 vezes. Poucas coisas subiram tanto em Portugal em tão pouco tempo! 

As 6 razões de Varoufakis para votar ‘Não’ no domingo

O ministro das Finanças grego publicou no seu blogue as 6 razões que o levam a apelar ao voto ‘Não’ no referendo à proposta dos credores. E diz que os sinais dados por Bruxelas nos últimos dias, ao admitir a restruturação da dívida, “mostram que a Europa oficial também votaria ’NÃO’ à sua própria oferta ‘final’”.

1. As negociações bloquearam por os credores da Grécia (a) recusaram reduzir a nossa dívida pública impagável e (b) insistiram que devia ser reembolsada de forma “paramétrica” pelos mais fracos da nossa sociedade, os seus filhos e netos.
2. O FMI, o governo dos Estados Unidos, muitos outros governos por todo o mundo, e a maioria dos economistas independentes acredita – tal como nós – que a dívida deve ser restruturada.
3. O Eurogrupo já tinha (Novembro 2012) admitido que a dívida teria de ser restruturada, mas recusa-se a comprometer-se com a restruturação da dívida.
4. Desde o anúncio do referendo, a Europa oficial deu sinais de que estão prontos a discutir a restruturação da dívida. Esses sinais mostram que a Europa oficial também votaria ’NÃO’ à sua própria oferta “final”.
5. A Grécia vai ficar no euro. Os depósitos nos bancos gregos estão seguros. Os credores escolheram a estratégia da chantagem, apoiando-se no encerramento dos bancos. O impasse atual deve-se a essa escolha dos credores e não pelo governo grego ter interrompido as negociações nem por quaisquer ideias da Grécia sobre o Grexit e a desvalorização. O lugar da Grécia na zona euro e na União Europeia não é negociável.
6. O futuro exige-nos uma Grécia orgulhosa dentro da zona euro e no coração da Europa. Esse futuro exige que os gregos digam um rotundo NÃO no domingo, que fiquemos na zona euro e que, com o poder que nos for investido por esse NÃO, renegociemos a dívida pública da Grécia bem como a distribuição dos sacrifícios entre ricos e pobres.
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